capitulo 6

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O dia foi exaustivo. A escola parecia uma prisão e, enquanto caminhava para casa, eu não conseguia parar de pensar em como seria meu futuro. Será que as coisas vão melhorar?. Senti uma inquietação crescente enquanto essas dúvidas me invadiam, mas logo sacudi a cabeça, tentando me distrair.

Cheguei em casa e me joguei no sofá, pegando meu notebook. Talvez postar uma foto da festa alivie o tédio, pensei. Meus pais, afinal, nem mexem muito na internet. Com uma expressão indiferente, escolhi uma foto e a postei com a legenda: "Vida loka".

Algo típico de 2016, sem grandes pretensões.

Fechei os olhos por um momento, mas então, aquele sentimento estranho me atingiu novamente

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Fechei os olhos por um momento, mas então, aquele sentimento estranho me atingiu novamente. Era como se o mundo ao meu redor se desestabilizasse, e de repente, me senti paralisado. Quando consegui abrir os olhos, tudo parecia... diferente. Olhei em volta e percebi: Estou em casa, mas algo está errado.

Corri para verificar o calendário no meu telefone e, para minha surpresa, o ano era 2024.

Eu estou no futuro. No meu futuro.

O coração começou a bater mais rápido. Como seria minha vida agora? Ansioso, comecei a andar pela casa, tentando encontrar pistas. A casa estava decorada de maneira familiar, mas ao mesmo tempo, coisas diferentes se destacavam. Espalhados pelo chão, havia brinquedos de bebê. Franzi o cenho. Eu... sou pai?.

De repente, uma voz feminina veio da sala:

— Jungkook, me ajuda a trocar o Suno!

Caminhei devagar até a sala, encontrando uma mulher atraente, com uma expressão de cansaço enquanto tentava trocar o bebê. Ela parecia tão à vontade, como se isso fosse parte da nossa rotina.

— Oi — murmurei, ainda atordoado.

— Pega a fralda ali — ela pediu, apontando para uma mesa.

Obedeci automaticamente, ainda tentando processar tudo. Olhei para a criança em seus braços. Era adorável, com traços suaves e uma expressão tranquila. Como é possível?, me perguntei, sentindo uma onda de confusão e, ao mesmo tempo, uma estranha familiaridade.

Nesse momento, ouvi a porta da frente se abrir e a voz de Namjoon ecoar pela casa.

— Oi, cheguei! — ele disse animado, antes de se aproximar e beijar a mulher. — Oi, amor.

Meu queixo quase caiu. Namjoon está casado? E... pai?.

Olhei para a criança novamente, e não pude deixar de notar a semelhança com ele. Claro, ela era a cara do Namjoon.

— E aí, pirralho — Namjoon me cumprimentou casualmente, como se nada fosse fora do normal.

— Oi, Nam — respondi, ainda tentando parecer normal, apesar do turbilhão de pensamentos.

— Como foi o trabalho? Ensinou bem as crianças hoje? — ele perguntou, com um sorriso.

Eu franzi a testa. Crianças? Que trabalho?.

— Na academia de boxe, Jungkook — ele explicou, como se fosse óbvio.

Eu sou professor de boxe? Tentei assimilar essa informação, balançando a cabeça.

— Foi bem... — murmurei, mais por reflexo do que certeza.

Antes que eu pudesse pensar mais, a mulher chamou minha atenção novamente.

— Jungkook, a IU falou que está vindo.

IU? Por favor, não me diga que estou namorando ela.

— Namjoon, eu namoro a IU? — perguntei, esperando que houvesse algum mal-entendido.

Namjoon soltou uma risada, surpreso com a pergunta.

— Claro que sim! Desde a adolescência. Você esqueceu?

Eu podia sentir o pânico crescendo. Como assim?.

— Depois daquela festa na sua casa, vocês ficaram e nunca mais se separaram — Namjoon explicou com naturalidade. — Um tempo depois, ela te disse que estava apaixonada e você a pediu em namoro.

Eu tentei processar tudo, mas algo simplesmente não fazia sentido. Eu, namorado da IU? E professor de boxe?.

— Sério? — perguntei incrédulo. — Você está dizendo que eu namoro a IU e sou professor de boxe?

Namjoon suspirou, como se já tivesse tido essa conversa mil vezes.

— Por mais que eu e J-Hope disséssemos que a IU não era um bom partido, você estava decidido.

— E por que ela não seria? — perguntei, ainda mais confuso.

— Ela te traiu várias vezes com o Taehyung na adolescência — Namjoon disse com um tom de quem já aceitou a situação. — Mas você a amava demais para deixá-la.

Caraca, Jungkook, como você pode ser tão trouxa?, pensei, quase rindo de mim mesmo.

— E o J-Hope? — perguntei, mudando o assunto.

— Ele está no restaurante, trabalhando — Namjoon respondeu.

Restaurante? Meu coração afundou.

— Ele não conseguiu ser dançarino? — perguntei, sentindo um peso no peito.

Namjoon balançou a cabeça.

— Não, você sabe que não.

Suspirei, tentando absorver o impacto de tudo. Eu estraguei a vida de todo mundo?. Olhei para Namjoon, que parecia feliz com sua vida de casado e pai, mas ainda assim, uma parte de mim sabia que as coisas podiam ter sido diferentes.

— E você? Trabalha com o quê? — perguntei, ainda tentando juntar as peças.

Namjoon me olhou desconfiado.

— Você usou maconha? A sua fase vida loka voltou? — ele riu, claramente achando graça da minha confusão.

— Só responde, você é CEO? — perguntei diretamente.

Ele riu ainda mais.

— Quem me dera. Sou secretário na empresa Min. Ou seja, Yoongi é meu chefe. Um pé no saco.

Senti uma onda de frustração. Eu estraguei a vida de todos. Mas talvez, apenas talvez, eu ainda tivesse uma chance de consertar isso.

Voltei ao quarto, determinado. Abri meu notebook e procurei a foto que havia postado. Eu já sei como isso funciona, pensei. Se eu abrir a foto no futuro, volto ao passado. Se postar uma nova, volto ao futuro. Era simples.

Fechei os olhos, sentindo aquela sensação estranha tomar conta novamente. Quando os abri, estava de volta ao meu quarto de 2016.

Sorri, entendendo que agora eu tinha uma segunda chance. Eu vou fazer o J-Hope se tornar dançarino, Namjoon será CEO, e eu.... Pausa. Eu não sei o que quero.

Mas era jovem. E teria tempo para descobrir.

Continua

De volta aos 15Onde histórias criam vida. Descubra agora