Once Spoken

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Alicent arrancou a mão do aperto dele, sua pele queimando. Ele realmente tentou puni-la por tocá-lo. Ela não estava acostumada com esse lado dele, pelo menos não desde que o relacionamento deles havia mudado no Vale. Ela havia se acostumado com as mãos dele segurando-a com cuidado, ele sempre fazia questão de reduzir sua força pela metade quando a puxava para si. Ele era protetor com ela. Lágrimas brotaram de seus olhos ressentidamente, ela teve que ordenar que elas não caíssem.

"Vá embora." Daemon sibilou. "Não estou com humor."

Mas Alicent não queria ir embora ainda. Ela queria ver se ele a trairia e confirmaria tudo o que ela já sabia: que sua fixação por ela era uma loucura temporária.

Alicent engoliu sua raiva e orgulho e se ajoelhou no chão diante dele, abaixando a cabeça.

Daemon riu brevemente. "Pelo menos você foi ensinada a se desculpar com seus superiores." Ele passou por ela em direção à cama. "Você pode ficar para servir meu vinho, mas não exagere novamente."

Alicent se levantou e fez uma reverência. Ela pegou a jarra, colocou sua própria xícara no chão e o seguiu até a cabeceira da cama.

"Você seria mais divertido se pudesse falar." Daemon disse, sentando-se na cama. "Você consegue fazer algum som?"

Alicent abaixou a cabeça, fingindo timidez.

"Tenho certeza de que há alguns degenerados que preferem isso em uma mulher." Ele acenou para os instrumentos empilhados no canto, usados ​​frequentemente para performances privadas e shows de lude dados nos quartos do bordel. "Toque alguma coisa para mim então."

Alicent, que havia aprendido etiqueta, poesia, bordado e dança, mas nunca instrumentos, olhou para o canto com consternação. Ela se perguntou o que diabos ela poderia tocar que fosse um pouco suportável ao ouvido.

Ela colocou a jarra na mesa de cabeceira e atravessou o quarto, optando por uma pequena harpa perolada que ela podia segurar no alto com uma mão. Ela olhou para Daemon que estava olhando para ela com expectativa, batendo o pé contra a lateral da parede.

Eu queria que ele apenas ficasse bêbado e dormisse. Alicent pensou com desgosto e dedilhou algumas cordas da harpa hesitantemente. Ela olhou de volta para Daemon.

"Isso é considerado uma música?" Ele perguntou.

Alicent cerrou os dentes e dedilhou a harpa, tentando formar algum tipo de coesão. Os sons eram pequenos e metálicos, ela não tinha certeza se estava dedilhando direito ou se havia alguma ciência nisso. Alicent puxou cada corda sabendo que nem mesmo o ouvinte mais indulgente jamais teria se referido a isso como tolerável.

"Eu já vi alguns bons harpistas tocarem antes na corte", disse Daemon. "Não você, claramente. Mas eles eram muito mais gentis com o toque. Você passa as mãos sobre as cordas como se estivesse tentando quebrá-las."

Alicent olhou de volta para a harpa e passou os dedos pelas cordas só para ele, um som estrangulado emergindo enquanto ela fazia isso. Ela olhou de volta para ele.

Daemon sorriu. Ela tinha coragem, afinal. "Não me teste, moça. Se eu quisesse, poderia fazer você ficar aí e tocar até seus dedos sangrarem."

Alicent sentiu uma vontade de testá-lo mais. Ela levantou a mão e mostrou a ele os leitos roídos de suas unhas, a pele crua que só tinha piorado na semana de sua ausência.

A taça de Daemon parou a caminho de seus lábios. Aqueles dedos pareciam exatamente com os de Alicent. Não desde que ele a deixara, é claro. Ele frequentemente verificava as mãos dela de manhã antes que ela acordasse para que ela não o notasse fazendo isso. Quando ele deixou Dragonstone naquele dia, elas estavam curadas.

Alicent Reverses the HourglassOnde histórias criam vida. Descubra agora