03. O corpo.

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WRONG VIEW
" a child will be a secret "

Um dia se passou, todavia, Will já não era mais o único na cidade que havia sumido. Desde a festinha trivial ocorrida na casa de Steve, os olhares curiosos e preocupados dos moradores de Hawkins, perderam Bárbara de vista. Não demorou muito para que a familia notasse a falta da garota, assim, a declarando desaparecida na manhã seguinte.

[...]

alicia's hopper on: SERIA APENAS MAIS um dia normal da minha semana, se eu não tivesse resolvido mudar o rumo das coisas passando na casa de Jonathan antes da escola. Nós dois costumávamos ir juntos quando éramos menores. Talvez passar o tempo com ele não fosse a melhor escolha que eu teria feito, porém, certamente me ajudaria a tirar o peso que eu sentia de não poder fazer nada a respeito do ocorrido com o Will.

Bati na porta dezenas de vezes, ainda assim, ninguém vinha abrir. Pensei em abandonar o local, talvez não estivessem em casa, mas, Jonathan já havia faltado muitos dias na aula, além de que, o carro estava estacionado na garagem. Por esses motivos, aguardei mais alguns minutos ali. E finalmente, ele surgiu para me atender.

— Bom dia, Alicia... — Disse o rapaz, coçando os olhos diante da porta recém aberta.

— Bom dia! Vamos a escola comigo? — Sorri de maneira amigável, apesar dele parecer bem para baixo.

— É melhor você entrar. — Ele se moveu para o lado, abrindo espaço para que eu pudesse passar.

Adentrei-me a casa, e no mesmo momento em que tive uma visão de seu interior, escutei os gritos frenéticos de Joyce vindo do quarto de Will. Não demorei muito para me aproximar, Jonathan me seguindo com um olhar preocupado.

— Mas o que? — Foi a primeira palavra que passou por meu cérebro e saiu por minha garganta ao notar o estado em que o cômodo em questão se encontrava. Joyce estava sentada na ponta da cama, e todas as luminárias da casa ao seu redor. Ela parecia aflita e desesperada.

— Querida, venha aqui. — O corpo da mulher se virou em minha direção, sua pele suada, seu rosto com enormes olheiras.

Eu me sentei ao seu lado na cama, Jonathan em frente ao quarto, apoiado sobre o batente da porta. Em volta de mim, uma grande quantidade de luminárias, depostas em uma espécie de círculo, que cercava nos duas.

— Will, fala com ela. — Joyce começou a segurar algumas lâmpadas, as balançando entre as mãos. — Mostra que você tá aqui.

Eu a encarei, no fundo sentia pena de sua pessoa, não conseguia imaginar sequer dois porcento da dor que ela sentia por conta da perda de seu filho, aquilo com certeza estava deixando-a completamente paranoica. Queria muito que aquelas afirmações fossem verdade, ademais, não havia nenhum sinal que indicasse a presença de Will no local.

Passei um tempo com ela, tentando acalma-la e fazê-la se deitar, afinal, a mulher não tinha dormido por nem uma hora naquela noite. Após isso, deixei o local, adjunto de Jonathan. Estava um pouco assustada com tudo o que vivenciei lá dentro, ver a tristeza iminente de Joyce fez com que aquele desaparecimento ocupasse um espaço ainda maior em minha mente; Nós dois tivemos sorte de chegar um pouco antes do intervalo, os pretextos anteriores fizeram com que nos atrasássemos bastante.

𝐖𝐑𝐎𝐍𝐆 𝐕𝐈𝐄𝐖 - 𝖲𝖳𝖤𝖵𝖤 𝖧𝖠𝖱𝖱𝖨𝖭𝖦𝖳𝖮𝖭 Onde histórias criam vida. Descubra agora