04. A pulga e o acrobata.

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WRONG VIEW
"deep talk with the lights"

A maior parte da cidade se encontrava em luto. As ruas de Hawkins completamente desertas, todos se perguntando por que uma alma tão pura e inocente teve seu direito de viver cruelmente arrancado. Enquanto os familiares e amigos se preparavam para o velório, Joyce Byers acreditava fielmente que aquele corpo encontrado na água, não era o de seu filho.

Uma séria discussão, no centro comercial, entre Jonathan e sua mãe, rapidamente se tornou o principal assunto espalhado de boca em boca naquele dia. Muitos diziam que Joyce realmente estava perdendo a razão, afinal, é muito difícil acreditar em alguém quando a polícia municipal diz o contrário de suas palavras.

No entanto, a preocupação predominante da população com a suposta morte de Will, fazia com que o desaparecimento de Barbara Holland fosse parcialmente esquecido, visto que as investigações continuavam a todo vapor.

[...]

alicia's hopper on: SENTI A PALMA de uma mão grande e gelada envolvendo minha panturrilha, o membro coberto por uma espécie de gosma pegajosa e insípida. Meu corpo travou por completo; eu tentava ver o que estava me tocando, todavia, era impossível me mover. As garras daquela criatura se cravaram em minha pele, uma dor fulminante rasgando todos meus nervos, como se alguém estivesse prestes a perfurar minha perna.

No mesmo momento em que preparei-me para gritar por ajuda, eu acordei. Por sorte, aquilo não passava de um sonho. Estava ofegante, alguns fios de cabelo encharcados de suor, grudados à minha testa. A luz vigorosa do sol invadia meu quarto pela janela como um feixe brilhante, que batia contra o chão. Eu permaneci imersa em meus pensamentos, por mais que o susto já tivesse passado, estava curiosa para saber o que aquilo poderia significar.

O telefone tocou, e meu corpo estremeceu-se por completo. O som estridente fez com que meu transe chegasse ao fim, e quando olhei para o relógio, eu finalmente me dei conta de que estava totalmente atrasada para a aula. Levantei-me da cama de forma rápida, contudo, a forte tontura desinente que atingiu minha cabeça, fez com que eu fosse obrigada a me apoiar sobre a parede onde o aparelho se localizava.

— Alô? — Minha voz soou extremamente rouca, o que fez com que a pessoa do outro lado da linha soltasse uma gargalhada.

Era Mike, até porque, não poderia ser outra pessoa me ligando as oito horas da manhã. O garoto passou a dizer uma série de baboseiras, todavia, minha cabeça ainda não estava funcionando bem para distinguir, da maneira correta, suas palavras. Vesti-me com a primeira roupa que encontrei no armário, já não havia mais tempo para ir à escola, então, por que não passar o dia com os meninos? Seria uma boa distração para tirar os ocorridos de ontem dos meus pensamentos.

Meu pai também não acordou para o trabalho, em um dia normal, ele nem dormiria. Talvez a morte de Will tenha o abalado assim como me abalou. Notei algumas garrafas de cerveja vazias, jogadas sobre a mesinha posicionada no centro da sala, assim como alguns frascos de comprimidos. Não tive tempo de recolher-los, o tom de urgência a qual Mike usou no telefone, me deixava completamente preocupada.

Pedalei o mais rápido que pude, as paranoias fazendo com que o medo corroesse meu corpo, imaginando que algo poderia ter acontecido com mais um deles. Pode ser que o desaparecimento de Will tenha me afetado mais do que eu esperava; A casa estava vazia, todos da família fora, exceto Mike, no entanto, a porta encontrava-se aberta. Caminhei até o porão, descendo as escadas calmamente conforme obtinha uma visão mais ampla do local. De cara, me deparei com a onze, a garotinha com "super poderes" que conheci na noite passada, sentada no sofá. Ela se assustou ao me ver, assim como os meninos, que pareciam conversar sobre alguma coisa que eu não poderia saber.

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⏰ Última atualização: Oct 07 ⏰

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𝐖𝐑𝐎𝐍𝐆 𝐕𝐈𝐄𝐖 - 𝖲𝖳𝖤𝖵𝖤 𝖧𝖠𝖱𝖱𝖨𝖭𝖦𝖳𝖮𝖭 Onde histórias criam vida. Descubra agora