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Isabelle estava ao lado da cama de Mia, segurando a mão da filha enquanto a jovem lentamente começava a acordar. Mia abriu os olhos, sua visão embaçada e o mundo ao redor distorcido. Isabelle se inclinou, tocando suavemente o rosto de Mia, um gesto que despertou algo familiar na mente confusa da garota. Mia conseguiu distinguir os cabelos ruivos de sua mãe, um detalhe que lhe parecia surreal após tanto tempo.

— Mia, querida, você está acordando? — a voz de Isabelle era suave e preocupada, mas para Mia, parecia uma melodia distante e quase irreal.

Mia tentou processar as palavras, mas a sensação de estar em um sonho era intensa. Ela piscou várias vezes, tentando clarear a visão, mas o que estava acontecendo ainda parecia nebuloso. O rosto de Isabelle estava à sua frente, mas a confusão prevalecia.

Isabelle, com os olhos cheios de lágrimas, inclinou-se para beijar a testa de Mia antes de apertar o botão de chamada ao lado da cama. A urgência de sua ação demonstrava a inquietação que sentia. A visão de Mia começou a se clarear, revelando o rosto familiar da mãe, algo que não via há muito tempo.

O médico entrou no quarto, seu olhar profissional contrastando com a emoção evidente de Isabelle. Ele fez uma rápida avaliação e se aproximou da cama de Mia, perguntando com calma e precisão.

— Bom dia, Mia. Pode me dizer seu nome completo e a data de nascimento?

Mia tentou responder, sua mente ainda atordoada. — Mia O'Reilly. 15 de setembro.

O médico fez uma anotação rápida antes de prosseguir com suas perguntas. — Você lembra do que aconteceu?

Mia balançou a cabeça, um sentimento de vazio misturado com frustração. — Não, eu... não consigo me lembrar.

O médico concordou, compreendendo a situação. — Tudo bem, vou chamar os enfermeiros para levá-la para mais exames. É importante que tenhamos um panorama completo da sua condição.

Enquanto o médico falava com Isabelle e se preparava para sair do quarto, Mia olhou novamente para a mulher ruiva ao seu lado. A confusão mental parecia crescer; a ideia de que sua mãe estava ali, na mesma sala, era quase demais para processar.

A mente de Mia estava girando com perguntas sem resposta, mas a sensação de estar no lugar certo, com alguém que se importava, proporcionou um conforto inesperado. Ela estava tão confusa que não conseguia distinguir se era real ou apenas um delírio de sua mente atordoada.

Nesse momento, James entrou correndo no quarto, seu rosto pálido e seus olhos cheios de preocupação. Sem hesitar, ele se aproximou de Mia e a abraçou fortemente. O abraço de James trouxe uma sensação de alívio e segurança para Mia, afastando um pouco a nebulosa confusão que a envolvia. Ela correspondia ao abraço de seu pai, sentindo um calor reconfortante que dissipava, mesmo que momentaneamente, a confusão sobre sua mãe e o que estava acontecendo.

Isabelle, à margem do abraço, sentia uma mistura de alívio e angústia. A presença de James no quarto, com a sua preocupação visível e o gesto protetor, contrastava fortemente com a sua própria sensação de estar deslocada e confusa. Ela observava o momento com um olhar de tristeza e impotência, sabendo que, embora estivesse ao lado de sua filha, as respostas que Mia precisava ainda estavam por vir.

Enquanto o médico saia, James e Isabelle trocavam olhares, ambos apreensivos e desejosos de entender o que realmente havia acontecido. O conforto proporcionado pelo abraço de James foi um breve alívio em meio à complexidade emocional que os envolvia. Eles estavam prontos para enfrentar as consequências, mas, por agora, o foco estava em garantir que Mia estivesse segura e recebesse o cuidado necessário.

Após os exames, Mia foi levada de volta ao quarto. O ambiente estava carregado com uma sensação de tensão e expectativa. Christopher estava sentado ao lado da cama de Mia, seu olhar demonstrando preocupação e uma tristeza contida. James, ao lado de Christopher, parecia exausto, com olheiras visíveis e uma expressão que mesclava cansaço e desespero.

Mia O'ReillyOnde histórias criam vida. Descubra agora