08 Chamas do Passado

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O calor continuava intenso, e eu estava sentada na mesa da cozinha, usando um short jeans curto e um cropped branco. Meus pensamentos iam longe, até que escutei os passos de Urahara descendo as escadas. Ele havia acabado de tomar banho, e o cabelo ainda estava um pouco molhado, caindo em mechas desleixadas sobre seu rosto.

Tentei ignorar o fato de que ele estava sem camisa, mas o olhar que ele me deu quando entrou na cozinha fez meu coração acelerar. Seus olhos viajaram por todo o meu corpo, e eu sabia que ele estava tentando disfarçar o que sentia, mas falhando miseravelmente.

— Sabe, isso me lembra os velhos tempos. — Ele disse, com um sorriso provocante, se encostando na pia enquanto cruzava os braços.

Levantei uma sobrancelha, tentando entender onde ele queria chegar.

— Velhos tempos? — Perguntei, curiosa, mas já desconfiando do que ele estava falando.

— É... lembra da época da escola? — Ele continuou, rindo. — Quando a gente sempre acabava matando aula para ficar juntos?

Eu revirei os olhos, mas sorri. Claro que eu me lembrava. Era uma época despreocupada, onde a gente sempre encontrava uma desculpa para se afastar dos outros e curtir alguns momentos a sós. Urahara sempre arranjava um jeito de me convencer a pular uma aula, ou duas...

— Ah, sim. Como esquecer? — Respondi, fingindo indiferença. — Você era um péssimo influenciador.

Ele riu, se aproximando um pouco mais. Podia ver o brilho malicioso nos olhos dele, aquele que sempre aparecia quando ele estava prestes a me provocar.

— E você adorava isso. — Ele rebateu, inclinando-se para mais perto, até que seu rosto ficasse próximo ao meu.

Eu dei de ombros, sem querer admitir que ele tinha razão. A verdade é que aqueles momentos com ele eram sempre os mais divertidos.

— Sabe... — Ele começou, o tom de voz ficando mais baixo, quase como um sussurro. — A gente sempre se pegava nesses momentos, não é? Nos cantos da escola, longe de todo mundo. Você adorava quando eu te provocava.

Eu senti o ar esquentar ainda mais, e não era apenas por causa do calor. As lembranças da época da escola começaram a surgir, e eu sabia exatamente onde isso ia dar. O jeito que ele estava me olhando, o sorriso no canto dos lábios... tudo indicava que ele estava pronto para continuar de onde paramos anos atrás.

— Sim, mas a gente era jovem e inconsequente. — Tentei manter a compostura, mas minha voz saiu mais baixa do que eu esperava.

Urahara deu mais um passo na minha direção, suas mãos agora se apoiando na mesa ao meu lado, me cercando.

— Jovens, sim... mas eu ainda me lembro muito bem de como era. — Ele disse, os olhos agora fixos nos meus, o calor entre nós se tornando palpável.

Eu estava prestes a responder algo, mas senti sua mão deslizar levemente pela minha cintura. O toque dele era quente, suave, mas ao mesmo tempo firme. E o jeito que ele olhava para mim, com os olhos brilhando de desejo, fazia minha mente se perder.

— Urahara... — Murmurei, tentando manter o controle da situação, mas meu corpo já estava reagindo ao dele de uma forma que eu não conseguia evitar.

Ele sorriu, inclinando-se ainda mais, até que seu rosto estivesse a poucos centímetros do meu.

— Você está muito provocante com essa roupa, sabia? — Ele sussurrou, seus olhos percorrendo novamente meu corpo, demorando-se nos meus lábios e depois descendo até o short que eu usava. — Está me deixando louco.

Meu coração disparou, e eu senti o calor subir pelo meu pescoço até minhas bochechas. O clima estava ficando cada vez mais intenso, e eu sabia que não havia volta a partir daquele ponto.

Sem dizer mais nada, ele se inclinou e capturou meus lábios com os dele, num beijo quente e urgente. Suas mãos deslizaram pela minha cintura, me puxando para mais perto, enquanto o corpo dele se pressionava contra o meu. O calor do toque dele era quase insuportável, mas eu não queria que ele parasse.

O beijo se aprofundou, e eu senti as mãos de Urahara deslizarem para minhas coxas, apertando levemente, o que me fez suspirar contra seus lábios. Eu podia sentir o desejo dele, a tensão que vinha se acumulando há tempos entre nós, finalmente explodindo naquele momento.

Quando finalmente nos afastamos, nossos rostos ainda estavam próximos, e eu podia ver a malícia nos olhos de Urahara.

— Acho que você gostou disso tanto quanto eu. — Ele provocou, sorrindo enquanto acariciava meu rosto com a ponta dos dedos.

Eu respirei fundo, tentando recuperar o fôlego e o controle da situação.

— Você é impossível... — Murmurei, mas não consegui conter o sorriso que surgia nos meus lábios.

— E você ama isso. — Ele respondeu, dando mais um beijo suave nos meus lábios antes de se afastar um pouco.

A verdade é que ele estava certo. Eu amava o jeito que ele me provocava, o jeito que ele sabia exatamente como mexer comigo. E agora, depois de tanto tempo, era como se finalmente tivéssemos quebrado uma barreira que sempre esteve ali entre nós.

— Isso não significa que você ganhou, sabe? — Tentei brincar, recuperando o controle da situação.

— Ah, eu sei. — Ele respondeu, com aquele sorriso travesso de sempre. — Ainda temos muito tempo para decidir quem vai ganhar essa disputa.

Eu revirei os olhos, mas não pude deixar de rir. Sabia que, de alguma forma, aquele era o começo de algo muito maior entre nós.

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Capítulo curto!

Três Meses de Surpresas (UraYoru)Onde histórias criam vida. Descubra agora