11 festa part 3

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Eu estava dançando tanto, completamente imersa no ritmo da música, que nem percebi o cansaço chegando. Cada movimento fazia meus músculos arderem, mas ignorei. Porém, depois de um tempo, o corpo pediu uma pausa. Ofegante, fui em direção ao sofá e me joguei nele. O alívio foi imediato.

Logo em seguida, Askin se sentou ao meu lado, rindo como se a noite não o tivesse afetado nem um pouco.

— Cansada já?, ele perguntou com aquele sorriso provocador.

— Um pouco — respondi, enquanto pegava o celular. Tiramos algumas fotos juntos, Askin fazendo poses exageradas, jogando o cabelo para trás, o que me fez rir. Ele sempre tinha um jeito de me fazer esquecer das coisas, nem que fosse só por alguns segundos.

Mas então o silêncio se instalou entre nós, e meus pensamentos voltaram para ele. Sem querer, meus olhos começaram a procurar Urahara novamente. Eu sabia que ele estava em algum lugar daquela festa, mas meu estômago revirava ao pensar no que eu poderia ver.

E então, lá estava ele.

No sofá do outro lado da sala, com duas mulheres ao seu lado. Uma delas estava sentada no colo dele, e ele estava com as mãos em sua cintura, enquanto a outra se inclinava perigosamente perto, com o corpo quase colado ao dele. O que realmente me pegou foi o momento em que ele se inclinou para a frente e começou a beijar uma delas. Ele parecia tão despreocupado, tão envolvido.

Eu congelei. Aquele idiota estava realmente fazendo isso. Bem na minha frente, como se não se importasse nem um pouco. Senti o coração apertar de raiva e tristeza, uma mistura caótica que eu não conseguia controlar. Meus olhos arderam, e, antes que eu percebesse, as lágrimas começaram a descer.

Askin percebeu na hora.

— Ei, o que foi? — Ele se inclinou para mais perto, preocupado.

Eu não conseguia falar. Apenas balancei a cabeça, como se aquilo pudesse afastar a dor que me consumia. Mas Askin foi mais rápido. Ele me puxou para perto, me abraçando. Era o tipo de abraço que me envolvia completamente, me dando a sensação de que, pelo menos naquele momento, eu não estava sozinha.

— Você não precisa disso — ele sussurrou no meu ouvido. — Ele não merece suas lágrimas.

Eu respirei fundo, tentando me controlar. Abraçar Askin de volta foi instintivo, como se seu conforto fosse a única coisa que pudesse me impedir de explodir. Mas, ao mesmo tempo, a raiva estava lá. Eu não podia acreditar que Urahara estava tão tranquilo, agindo como se tudo estivesse bem.

Limpei os olhos e me afastei de Askin, tentando me recompor. Eu não ia deixar Urahara ver o efeito que ele estava tendo sobre mim. Eu não daria a ele essa satisfação.

Askin se levantou e estendeu a mão para mim.

— Vamos sair daqui — ele sugeriu. — Você não precisa ficar aqui vendo isso.

Eu hesitei por um momento, olhando para Urahara mais uma vez. Ele ainda estava com as mulheres, rindo e aproveitando como se nada tivesse acontecido. Meu peito apertou novamente, mas eu sabia que Askin estava certo. Ficar ali só me faria piorar.

Então, aceitei a mão dele e nos afastamos da cena, indo em direção à saída da festa. Eu ainda podia sentir o olhar de Urahara em mim, mas eu não me virei.

Chegando do lado de fora, o ar fresco da noite bateu no meu rosto, e eu respirei fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções dentro de mim.

Askin me olhou de lado, ainda segurando minha mão, como se estivesse pronto para me apoiar no que fosse necessário.

— Você está bem? — ele perguntou, com a voz suave.

Eu assenti, mas sabia que não estava completamente. A festa tinha sido um desastre emocional, e Urahara… bem, ele tinha deixado bem claro onde suas prioridades estavam.

Três Meses de Surpresas (UraYoru)Onde histórias criam vida. Descubra agora