10 festa part 2

4 5 0
                                    

— Bom, eu acho que a gente deveria ir tomar um sorvete para esquecer isso — falou Askin, levantando-se e estendendo a mão para mim.

Eu olhei para ele, a oferta parecia uma boa ideia para descontrair um pouco e mudar o foco. Agradecida, coloquei minha mão na dele e nos dirigimos para fora da festa, em direção a uma sorveteria próxima. O calor da noite tinha diminuído, e o vento fresco ajudava a aliviar o calor que sentíamos. Conversamos sobre coisas leves enquanto caminhávamos, tentando deixar para trás o estresse da festa.

Assim que chegamos à sorveteria, o ambiente tranquilo e os sabores doces dos sorvetes acabaram nos ajudando a relaxar. Escolhemos nossos sabores e nos sentamos em uma mesa ao ar livre, onde continuamos conversando e rindo. O sorvete e a companhia de Askin estavam fazendo maravilhas para melhorar meu humor.

— Bom, eu acho que você poderia ir na minha casa qualquer dia para a gente jogar videogame, já que você diz ser boa — propôs Askin, com um sorriso desafiador.

Eu ri, achando a ideia divertida.

— Está convidado. Vamos ver se você consegue me vencer — respondi, piscando para ele.

Conversamos mais um pouco, e o clima descontraído ajudou a dissipar o estresse da festa. A proposta de Askin parecia uma ótima maneira de se divertir e se distrair. Com o sorvete acabado e o tempo passando, começamos a caminhar de volta para a festa, já com o plano de um próximo encontro em mente.

Enquanto andávamos, eu não podia deixar de pensar em como Askin sempre foi um bom amigo para mim. Lembrei das vezes em que trabalhamos juntos e como ele sempre conseguia me fazer rir, mesmo nos momentos mais difíceis. A forma como ele me apoiava e a facilidade com que ele fazia a vida parecer mais leve me deixava grata por tê-lo ao meu lado.

Com cada passo que dávamos, eu sentia um alívio crescente, e a confiança em nossa amizade se fortalecia ainda mais. Ele era alguém com quem eu podia contar, e saber disso fazia com que a noite, apesar dos percalços, acabasse de uma forma mais agradável e reconfortante.

Assim que voltamos para a festa, a primeira coisa que fiz foi procurar por Urahara entre a multidão. Meu olhar vasculhava cada canto do salão até que finalmente o encontrei. E, no momento em que o vi, meu corpo congelou. Ele estava rodeado por três mulheres. Duas delas estavam sentadas ao seu lado, uma praticamente deitada sobre ele, com a bunda empinada, e a outra o abraçava por trás, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Mas o que mais me deixou furiosa foi ver a mão dele deslizando casualmente pelas curvas delas, como se estivesse completamente à vontade.

Minha mente se esvaziou, e o choque me atingiu em cheio. O que ele estava fazendo? Parecia que ele estava se divertindo, aproveitando cada segundo da atenção que recebia. E, por um momento, tudo ao meu redor sumiu. Era como se a festa inteira tivesse desaparecido, e só restasse aquela cena absurda diante de mim.

Eu senti um aperto no peito, e sem perceber, meu corpo ficou tenso. Ao meu lado, Askin notou minha reação imediatamente. Ele era observador, sabia ler as pessoas muito bem, e sua preocupação foi instantânea.

— Está tudo bem? ele perguntou, a voz carregada de curiosidade.

Respirei fundo, tentando afastar a imagem de Urahara cercado por aquelas mulheres.

— Mais ou menos, respondi com um sorriso forçado, sem querer demonstrar o quanto aquilo me abalava de verdade.

Askin ergueu uma sobrancelha, claramente não convencido pela minha resposta. Ele deu um meio sorriso, típico dele, e colocou a mão sobre minha cintura.

— Esquece o Urahara por hoje. Vamos curtir a festa e nos divertir, ok?

Eu sabia que ele tinha razão. Não havia por que deixar Urahara me afetar daquela maneira, especialmente quando ele estava claramente tentando me provocar. Então, decidi que não ia dar a ele o gostinho de ver que sua encenação ridícula estava funcionando.

Respirei fundo mais uma vez, endireitei a postura e me preparei para seguir em frente. Askin e eu começamos a andar em direção ao centro da festa, e eu fiz questão de passar bem perto de Urahara, sem nem olhar para ele. No entanto, eu podia sentir seu olhar em mim, intenso e fixo. Ele estava me observando, isso era certo, e saber disso me deu uma confiança renovada.

"É hoje que eu vou curtir", pensei, enquanto caminhava com Askin ao meu lado. Eu estava decidida a esquecer Urahara, pelo menos por enquanto, e aproveitar a festa ao máximo. A sensação da mão de Askin sobre minha cintura era reconfortante, e o fato de ele estar ali me ajudava a manter o foco longe do que estava me incomodando.

Foi então que Rangiku surgiu de repente, com aquele sorriso enorme e contagiante, puxando Askin e a mim para o meio da sala.

— Vamos dançar! Hoje é noite de diversão!, ela exclamou, animada.

Ela me puxou para o centro da pista, e eu me deixei levar. A música alta e vibrante envolveu meus sentidos, e sem pensar duas vezes, comecei a dançar. A cada movimento, eu sentia meu corpo se libertar da tensão. Meus quadris balançavam no ritmo da música, e logo eu estava completamente entregue à dança.

Não demorou muito para que os olhares começassem a se virar na minha direção. Vários homens se aproximavam, claramente fascinados pelo meu jeito de dançar. Eu não estava apenas dançando, estava rebolando, deixando meu corpo se mover de forma sensual e provocante, como se estivesse no controle de tudo ao meu redor. E, de certa forma, eu estava.

As bebidas começaram a fluir, e a cada gole, eu me sentia ainda mais solta, mais confiante. A sensação de poder, de estar chamando a atenção, era viciante. Os homens ao meu redor ficavam cada vez mais próximos, tentando se juntar à dança, mas eu estava no comando.

Mesmo no meio da multidão, mesmo com tantos olhares em mim, havia um em particular que eu sentia com mais intensidade. Urahara. Eu sabia que ele estava lá, observando tudo. Podia até imaginar sua expressão – uma mistura de raiva, desejo e frustração. Ele queria estar no lugar dos outros, mas ao mesmo tempo estava preso em seu orgulho.

Eu continuei dançando, cada vez mais provocante, sabendo exatamente o efeito que estava causando nele. Rangiku ria e dançava ao meu lado, também chamando a atenção de vários homens, mas meu foco estava em outro lugar. Eu podia sentir Urahara se corroendo de ciúme, e isso só me dava mais energia.

A certa altura, um dos caras mais ousados se aproximou mais do que os outros, estendendo a mão para mim, como se quisesse me puxar para mais perto. Eu sorri, joguei meu cabelo para o lado e deixei que ele tocasse minha cintura. Seu toque era firme, e ele claramente estava confiante de que poderia me impressionar. Mas, para mim, ele era apenas mais um em meio a tantos. O único olhar que realmente importava era o de Urahara.

Eu me virei lentamente, ainda dançando, e lancei um olhar direto para onde ele estava. Como esperado, ele estava me observando, os olhos fixos em mim, e eu pude ver o ciúme claro em sua expressão. Mesmo com aquelas mulheres ao seu redor, ele não conseguia disfarçar o que estava sentindo.

Eu ri internamente, satisfeita com o impacto que estava causando. Era um jogo perigoso, mas eu estava vencendo. Cada movimento meu era calculado para provocar ainda mais. A cada rebolada, a cada sorriso para os homens ao meu redor, eu sabia que estava deixando Urahara ainda mais irritado.

A noite continuava, e eu não parava de dançar. As bebidas me deixavam cada vez mais solta, e eu me via cercada por uma verdadeira plateia de homens, todos ansiosos para ter um momento ao meu lado. Eu ria, flertava e rebolava, sempre com a sensação de que Urahara estava prestes a explodir.

De vez em quando, Rangiku se aproximava e cochichava algo engraçado em meu ouvido, fazendo-me rir ainda mais. Mas, no fundo, tudo o que eu queria era ver até onde Urahara estava disposto a ir para manter a calma. Ele tentava fingir que não se importava, mas era evidente que ele estava se corroendo por dentro.

Finalmente, depois de horas de dança e provocações, senti que havia alcançado meu objetivo. Urahara estava visivelmente incomodado, e eu sabia que ele não conseguiria manter aquela fachada por muito mais tempo.

Eu continuei dançando, aproveitando cada segundo, sabendo que, no final, eu era quem estava no controle. E, por enquanto, isso era o suficiente.


















Três Meses de Surpresas (UraYoru)Onde histórias criam vida. Descubra agora