50 reais

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- PHUWIN, EU VOU ME MATAR MAS ANTES EU VOU MATAR VOCÊ! - Gemini gritou, com uma faca de serrinha na mão, não ia conseguir fazer muito estrago mas estava tão furioso que qualquer coisa servia, só precisava dar uma lição no irmão, talvez tirar ele de circulação de vez.

- CALMA, CARA! NEM É TÃO RUIM ASSIM, É SÓ OLHAR PELO LADO BOM... - ele só tinha uma mesa e umas cadeiras como escudo, já tinha rodado pela cozinha inteira fugindo do irmão, até se esconder dentro da geladeira já tinha cogitado mas desistiu pois era maior do que aquela lata de sardinha que chamavam de geladeira.

- QUE GRITARIA É ESSA AQUI? - disse Dunk, também gritando. - São 10 da manhã de um DOMINGO! E a gente tem vizinhos, sabiam? Não podem ficar berrando de madrugada.

- Não foi a gente que berrou a madrugada inteira que nem uma bezerra velha parindo, esse teu barraco devia ter umas paredes mais reforçadas se você quer dar uma de animal - Gemini encarou o primo que parecia aqueles sobreviventes de naufrágio com a cara inchada, o cabelo bagunçado e uns trapos velhos que ele provavelmente chamava de pijama.

- Fiquei até assustado achando que o povo da facção tava assasinando alguém de madrugada - Phuwin compartilhou sua indignação, Gemini teve que concordar pois sua cabeça estava latejando até agora, não sabia se era de estresse ou de traumas que adquiriu durante a madrugada devido a grande poluição sonora que vinha do quarto do primo.

- Bom dia - Joong foi até a cozinha, estava com uma fome de dez leões então roubou a faquinha de serra da mão de Gemini e atacou a sacola de pão dormido do dia anterior. - Qual o motivo do quase assassinato de hoje?

- É, Phuwin! Conta pra eles! Fala o que você fez dessa vez, fala se você for homem mesmo! - o mais novo se jogou na cadeira, cruzando os braços e fuzilando o irmão que ainda estava do outro lado da mesa.

Dunk respirou alto, jogando a cabeça pra trás e sentando ao lado do namorado na mesa, não tinha muita escolha além de sentar e ouvir os novos dramas dos irmãos metralha naquela tranquila e pacata madrugada de domingo.

- Bem... eu tava jogando baralho com os crias ontem, vocês sabem, os caras do Quatro e ele - Phuwin começou, não quis sentar, era mais fácil correr se estivesse em pé. - E ele sugeriu que a gente apostasse umas parada aí...

- E você apostou o que, porra? Tu ta quase comendo a faca pra economizar o pão e ainda tá participando de aposta? Vê se toma jeito! - Dunk disse, abrindo a garrafa de café, também do dia anterior.

Phuwin riu fraco, coçando a nuca, já sentia o suor correndo pelas costas e melando a cueca, ele pousou os olhos no irmão que parecia estar planejando seu assasinato dentro da própria mente, ele nem piscava!

- Bem... eu não tive escolha! Só apostei pra ver se conseguia arrumar os teus 50 reais, tudo que eu fiz foi por causa da pressão que tu meteu! - ele respondeu, fazer a linha de vítima quase sempre colava, pra que lidar com o peso da culpa de um problema se ele podia ser de outra pessoa? Esse era o lema da vida dele.

- Não faz a sonsa que se tu tivesse ganhado a aposta eu nunca veria a cor dessa onça - ele continuou tomando o café da manhã, já estava quase dormindo em cima daquela mesa com tanta enrolação. - Desembucha logo, o que foi que tu apostou pro Gemini tá querendo gastar minha única faquinha de serra? Dependendo do que for eu até ajudo ele.

- Como você sabe que eu perdi? Eu nem falei nada! - ele quis enrolar mais um pouco, mas até mesmo Joong estava o olhando sem paciência. - Na hora da aposta eu disse que não tinha dinheiro pra participar, mas o Quatro disse que eu tinha algo que ele queria bem mais do que dinheiro...

O Playboy e o Dono Do Morro - GEMINIFOURTHOnde histórias criam vida. Descubra agora