Poema 7 - Espelhos da Morte

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Quebrei todos os espelhos

Que pudessem reflectir

A minha condição de agelasta,

Misantropo e inexpressivo.


Não olho nos olhos das pessoas

Pois são como espelhos para mim

E por mais que não me expresse

Sinto que não gosto de me ver reflectido


Nunca sorri para ninguém

Nem para mim

E os espelhos revelam-me

As fachadas da felicidade

Que se dispõem no meu rosto


Nada no meio das multidões me alegra,

Nada fora das multidões me entristece,

Nada sinto...


As minhas lágrimas não correm

Para que nelas se possa reflectir a luz

E mesmo ao lado de uma cadeira

No meio daquele quarto escuro

Na qual me sento,

vejo a morte de pé

Mesmo por trás de mim,

Como se pousássemos para uma foto em família

Com rostos alegres no meio de uma calma tempestade,

Que precipita mas não molha

Que troveja mas não machuca,


Apenas beija!



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