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⚊ capítulo dez

Eu olhei ao redor, sonolenta, e vi um teto pintado de creme. Memórias inundaram minha mente, e eu gemi de frustração, me perguntando por que diabos eu estava no quarto de alguém em vez de no banco do motorista do meu carro.

Deixei meus olhos passearem pelo quarto e percebi que estava no mesmo lugar onde eu dava aula particular para Ni-ki.

Espera aí... Como eu vim parar aqui?!

"Ah, finalmente, a sapa adormecida acordou!", uma voz familiar exclamou batendo palmas atrás de mim.

Eu me virei para ver Ni-ki no fim da cama, já vestido com um pijama azul claro.

"Agora, por que caralhos eu estou na sua cama? Eca, você é um sequestrador e me seguiu para me matar? Socorro, alguém me ajude!", gritei loucamente, sentindo um nó na garganta com esse pensamento.

"Mano, você é ainda mais insuportável quando acorda", Ni-ki comentou, rindo, "E eu não sou um sequestrador. Além disso, você deveria estar agradecida por eu estar deixando você ficar na minha cama enquanto eu durmo no quarto de hóspedes, então pare de fazer drama."

"Bem, desculpe por te ofender, mas quem não surtaria quando a última coisa que lembra é de estar no próprio carro?", exclamei, sentando-me com uma expressão de nojo, apesar do que ele tinha dito.

"Você é tão rápida em tirar conclusões", ele disse, divertido.

Mostrei a língua para ele, parcialmente irritada, mas também de maneira brincalhona, enquanto ele explodia em gargalhadas pela forma como respondi.

A chuva batia alto na janela, chocando-se contra o vidro, e eu olhei para fora, fazendo uma careta ao ver que já estava escuro demais para eu inventar uma mentira convincente para minha tia.

Bem, eu estou acostumada a ser uma grande mentirosa desde que fiz treze anos.

Repassando o que havia acontecido mais cedo, uma pergunta se formou na minha mente: como diabos ele me encontrou no meu carro? Como ele o abriu?

Ou será que estava destrancado desde o início? Será que desmaiei depois do meu colapso?

"Ei, como você me encontrou? Até onde eu me lembro, eu saí daqui dirigindo", perguntei, apontando para ele.

"Oh, você adoraria saber, né?", Ni-ki sorriu com malícia e continuou: "Sabe quando você saiu correndo da minha casa feito uma louca e seu primo estava te chamando? Ele disse que você parecia estar muito arrasada, ficou preocupado por algum motivo e nos mandou todos te procurarem de uma vez."

Revirei os olhos como uma forma de esconder o que estava sentindo e disse: "E?"

Sunghoon sabia algo sobre mim, e apenas alguns dos meus parentes estavam cientes disso, e desde então, esse sempre foi o motivo para ele ficar de olho em mim, mesmo que eu evitasse sua preocupação.

Nem meus amigos sabiam desse segredo que eu carregava.

"Procuramos você por uns vinte minutos ou mais e, de qualquer forma, a própria Sunhee viu seu carro em um estacionamento, então ela nos chamou e lá estava você, desmaiada no banco do motorista. O ar-condicionado nem estava ligado, você poderia ter morrido!"

"Bem, parabéns por terem garantido suas vagas no céu, anjinhos", respondi em um tom debochado. Fiz uma pausa e então engasguei: "O-obrigada."

Santo macarrão com almôndegas que eu já devorei, nunca imaginei que diria isso para Nishimura Riki. Foi então que percebi que seu cabelo estava molhado e que eu estava com outra roupa, um pijama amarelo. Espera, ele trocou minha roupa enquanto eu dormia?

Irritantemente Seu ⚊ Nishimura Riki [#3]Onde histórias criam vida. Descubra agora