Após o susto inesperado, Edwin e Charles ajudam o fantasma a se acalmar, oque levou dez longos minutos, com o fantasma calmo eles começaram a escutar.
- Eu estava assombrando uma casa velha normalmente com minha irmã, Margot, - Esse fantasma tinha uma aparência um pouco antiga, dos anos 60 pra 70, usava roupas simples mas todas manchadas de sangue - quando escutamos um barulho de algum animal voando, até aí nós não ligamos, continuamos assombrando normalmente por algumas horas, quando do nada minha irmã ficou paralisada, ela começou a dizer coisas sem sentido como "A borboleta me chama" ou "tenho que ir para a paz" e então ela começou a andar...
Edwin anotava tudo em um pequeno bloco de notas enquanto escutava atentamente tudo que era dito.
- E então...minha irmã correu para dentro de uma floresta...eu a perdi de vista por um tempo mas quando a encontrei...
Nesse momento a porta se abre e Cristal entra pela porta vestindo uma calça preta, uma camiseta de banda e um coturno básico, a reação de Charles foi imediata.
- Cristal! - disse ele em um tom animado e envergonhado ao mesmo tempo.
Cristal apenas sorriu para ele e parou ao lado da mesa para que o fantasma pudesse continuar a conta.
- Quando a encontrei... - O fantasma continuou sem se abalar com a interrupção- eu a vi sendo mastigada por uma criatura rasteira com milhares de dentes...eu vi jorrar sangue...fantasmas não sangram...
Nesse momento todos ficaram boquiabertos, Edwin derrubou o lápis da mão.
-Como assim sangue? - perguntou Edwim incrédulo.
-Sangue... - Disse o fantasma apontando para as próprias roupas - Vocês podem ajudar?
-Onde fica a casa? -perguntou Cristal
-Perto da Rua Baker, não sei o nome da rua atualmente mas posso levá-los lá.
Edwin olhou para Charles que olhava para o rosto de Cristal analisando a garota de modo triste, aquele olhar abalou um pouco Edwin mas ele sacudiu a cabeça e respondeu com firmeza.
-Aceitamos o caso.☆Edwin☆
Charles estava insuportavelmente obcecado por Cristal novamente, ela realmente aparenta ter mudado depois de tudo, mas Charles parece não querer aceitar que ela não é mais a mesma pessoa que conhecemos em PortTonsant, sinto que isso vai acabar se tornando um problema para nós muito em breve.
Por mais que eu haja normalmente com ele, meus sentimentos por Charles não podem ser ignorados por mim agora que entendi e tenho conhecimento deles, a verdade é que eu sinto inveja da Cristal, e um pouco de raiva por ela nao valorizar o esforço de Charles, nem como a sua preocupação.
Ficou combinado que o fantasma, (seu nome é Daniel aliás) nos levaria até a casa no dia seguinte, o pagamento não foi acordado, agora que nenhum de nós precisava do dinheiro pra se sustentar poderíamos voltar a fazer trabalhos em caridade, mas a verdade era que eu não queria tocar no assunto, o pagamento me fazia lembrar de PortTousant, consequentemente da Niko.☆Cristal☆
Assim que cheguei na porta da agência parei com a mão na maçaneta, olhei para a porta de vidro fosco e vi uma movimentação lá dentro...A verdade é que eu não queria entrar, não queria encarar o Edwin e muito menos o Charles, as coisas mudaram, eu mudei, ou melhor voltei a ser que eu era de certa forma...Me sinto mal pela morte da Niko, mas não porque me sinto responsável por ela, mas sim porque lá no fundo, eu sei que não me importo, minhas memórias trouxeram de volta uma personalidade insensível e egoísta, eu sei que deveria ligar, ela morreu por mim, porreu me protegendo, mas aquelas semanas em PortTousant, apesar de terem me feito querer ser uma pessoa melhor, não me mudaram a ponto de ser uma boa pessoa.
E o Charles...
Abri a porta e entrei me deparando com um fantasma passando seu caso, isso é bom, significa menos tempo pra se torturar.
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Agência dos detetives mortos (O final que não pudemos ter)
FanfictionCharles começa a entender oque sente por Edwin, Cristal mostra que é mais difícil mudar do que parece, Edwin aprende a lidar com seus sentimentos e o fato de que ele e Charles não são mais só uma dupla de detetives, Monty o corvo volta, Jane continu...