3 - A casa desgraça

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Ao chegarem na casa os três fantasmas e a médiun pararam na frente da fachada.
-  Peço desculpas pela imagem externa, e bem feia na verdade, mas por dentro está em melhor estado. - Disse o fantasma para os detetives enquanto andava em direção às janelas da casa que cobertas por madeiras pregadas - Você pode entrar pela porta lateral do beco, essa daqui não abre faz uns 20 anos... - Acrescentou ele para Cristal.
A menina agradeceu e seguiu para o beco encontrando uma porta de madeira bem conservada até, girou a maçaneta com força e abriu a porta, quando entrou viu uma sala luxuosa e bonita, com um belo lustre de cristal pendurado no teto, um tapete vermelho que se estendia por todo o chão e várias poltronas refinadas e antigas. Edwin e Charles já se encontraram lá dentro.
- Aqui já foi a casa de uma senhora muito rica, no começo era só um galpão quando eu e minha irmã começamos a assombrar esse lugar, mas aí essa senhora comprou o lugar, ela tinha uma espécie de cabaré aqui, que abrigava tudo quanto é tipo de gente estranha e fora das normas sociais...
Edwin tomou seu bloco de notas nas mãos.
- Você lembra o nome dessa senhora?
- Uhn...Matillda LeVeiur Breaksho se não me engano, era uma mulher bonita, tem fotos dela em algum lugar da casa.
Charles sentou no braço de uma poltrona ao lado de Edwin e sorrindo, com um tom respeitoso perguntou.
- Por que você e sua irmã começaram a assombrar esse lugar?
Daniel sorriu
- Um maníaco, nós eramos muito pobres e vivíamos na rua, morremos de fome e um doido simplesmente...decidiu que seria uma boa ideia...usufruir de nossos corpos se é que você me entende...depois disso ele enterrou nossos corpos alí. - Disse ele apontando para um canto da parede - foi uma merda mas a gente até que viveu bem, pra quem.morava na rua a gente poderia ter sofrido bem mais.
Edwin anotava tudo com uma cara aparentemente impassível, mas Charles sabia que algumas coisas indicavam que ele sentia compaixão e pena deles...
Qua droga porque ele sabia identificar as mínimas expressões do Edwin?
Cristal andava pela sala observando as paredes e passando a mão pelo papel de parede até chegar na janela, olhou pelas frestas da madeira e cou que do outro lado da rua havia uma floresta.
- Foi alí que sua irmã entrou? - perguntou ela de maneira direta, até meio agressivo, mas logo se arrependendo, não foi de propósito.
O fantasma fez um gesto que parecia suspiro. (Mas não era porque fantasmas não suspiram)
- Foi... - Disse ele tristemente mas não ofendido, oque fez cristal relaxar um pouco.
- Acho...que podemos investigar a casa primeiro...Não é cristal?
  Disse Edwin tentando intervir na conversa.
- Claro, a vontade, só devo avisá-los que a dona Matillda era uma feiticeira, as magia dela não tem mais efeito hoje mas eu estou avisando pra caso vocês encontrem um boneco vodoo por aí, é completamente normal.
Disse Daniel em um tom alegre que fez Edwin sorrir de canto um pouco.
Atrás deles Cristal prendeu o ar, através da janela, ela vou do outro lado da rua uma figura, parecia uma sombra, mas tinha forma humana, encarando-a do outro lado da rua, a figura não tinha uma forma definida, mas tinha olhos, olhos que saltavam daquela escuridão e a observavam como se marcasse território, ela gritou de susto.
- Oque foi? - Disse Charles correndo e segurando-a pelos braços
- Tem um cara me encarando lá fora! - Ela disse meio desesperada.
- Oque? - Disse Edwin enfiando a cabeça para fora - Criatal do que você tá falando não tem ninguém lá fora
- Como assim não tem ninguém Edwin para de graça - Disse ela se desvencilhando de Charles e olhando pelas frestas novamente. O homem tinha sumido - Oque...Isso é impossível eu juro que eu...
Cristal parou e viu os três fantasmas a encarando preocupados e confusos, ela sentiu vergonha, já havia tempos que sentia estar enlouquecendo, agora ela conseguiu deixar sua loucura transparecer na frente dos outros, Na frente de Charles oque era pior, ela não queria que ele se preocupasse com ela.
- Você ta bem? - Perguntou Daniel com os braços cruzados.
Ela suspirou
- Tô eu só...tô tendo uma semana difícil, tem algum banheiro que funcione aqui?
- Primeira porta no começo do corredor...
- Tá, obrigada... - Agradeceu andando em passos rápidos até o banheiro.
- Por que vocês tem um banheiro que funciona aqui? - Questionou Edwin meio confuso.
- Não tem muito oque fazer aqui então eu e minha irmã costumávamos organizar a casa como passatempo.
- Cara...é por isso que tá tão arrumado? -  Charles disse animado e alegre colocando a mão no ombro de Daniel e andando até a escada para começar a subir.
Edwin viu a cena e sorriu ao ver o entusiasmo de Charles.

                          ☆ Edwin ☆

Depois que percebi que Charles realmente faz o máximo que pode para deixar as pessoas confortáveis em tenho aprendido a apreciar esse traços de personalidade dele, é algo nobre, que eu particularmente nunca conseguiria desenvolver, mas isso só me faz ter mais orgulho dele, e orgulho de mim também, ele é uma pessoa muito boa, se eu não fosse minimamente aceitável eu duvido que ele andaria comigo, ele é meu melhor amigo, e mesmo que ele não me deseje da forma que eu o desejo, eu vou fazer de tudo pra proteger esse lado otimista dele, afinal, é isso que salva todos nós de enlouquecer.

                        ☆ Cristal ☆

Eu estou enlouquecendo, não aguento mais nada disso, eu não pedi pra nascer com esses poderes, e eu sinto que isso vai acabar comigo ainda, eu sinto que estou afundando e nem mesmo o otimismo do Charles vai me salvar dessa vez.

Agência dos detetives mortos (O final que não pudemos ter)Onde histórias criam vida. Descubra agora