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Quando chegamos na estação, senti Emma e Felippo ficarem imediatamente animados. Pippo quase pulava de tanta empolgação ao ver os caminhões de bombeiros enquanto Emma, como sempre tentava manter sua pose mais séria, mas não conseguia disfarçar o brilho nos olhos, assim que passamos pela porta, eles foram cercados pelos tios. Jack já estava lá, abraçando os dois enquanto Vic mostrava para Pippo como seria incrível apagar incêndios e dirigir o caminhão.

— Pippo, quer brincar de ser bombeiro? — Jack perguntou fazendo os olhos do meu pequeno brilharem ainda mais.

— Sim! Quero apagar fogo e dirigir o caminhão — ele gritou, empolgado e logo estava correndo para brincar com as outras crianças.

Observei eles de longe com um sorriso nos lábios, ver meus filhos felizes sempre foi um conforto, especialmente nesses momentos em que as coisas pareciam mais complicadas do que eu podia controlar. Estava distraída observando Pippo e Emma quando Andy e Maya entraram na estação, Maya passou direto por mim sem sequer me olhar indo em direção às crianças.

Andy por outro lado parou do meu lado o que me pegou um pouco de surpresa, já que ela raramente me dirigia a palavra ultimamente.

— Pega leve com a Maya hoje. — Andy disse de repente sem rodeios e eu franzi a testa confusa.

— O quê? Não entendi. — respondi tentando processar o que ela queria dizer com aquilo e Andy suspirou, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas mas ao mesmo tempo evitando dizer demais.

— A Maya já passou por muita coisa, só... pega leve. — ela disse antes de sair em direção ao escritório.

Fiquei ali parada tentando entender o que estava acontecendo, aquilo não fazia sentido e eu segui Andy até o escritório, ainda sem respostas.

— O que você quis dizer com isso? — perguntei com a minha voz mais firme agora.

— O que você sabe, Andy? — ela parou por um segundo mas sem me olhar diretamente.

— Não vou falar nada da vida da Maya é só um pedido, Carina. — ela respondeu sem dar muitos detalhes, a voz de Andy carregava um tom de preocupação, eu assenti ainda confusa e incomodada mas não quis pressionar ela mais, sabia que ela não iria falar.

Saí da sala dela e voltei para a recepção e Maya estava lá, observando as crianças de longe, havia algo no jeito como ela as olhava uma mistura de carinho e tristeza, que me fazia sentir um aperto no peito, quando nossos olhares se cruzaram Maya veio até mim.

— Podemos conversar? — e la perguntou a voz baixa e hesitante.

Eu assenti sentindo a tensão crescer entre nós, era como se algo estivesse prestes a explodir mas eu ainda não sabia o quê.

— Claro. — respondi — Você quer falar aqui?

— Vamos até o telhado. — Maya sugeriu já começando a caminhar em direção às escadas.

A segui em silêncio sentindo o coração bater mais rápido, quando chegamos ao telhado Maya parou por um momento respirou fundo e esfregou as mãos na calça, um sinal claro de que estava nervosa.
e isso me preocupou ainda mais, o que ela queria me dizer?

— Você pode falar o que quiser, Maya. — eu disse tentando encorajar ela que me olhou por um momento, seus olhos carregados de emoção.

— Eu vou alugar um apartamento aqui em Seattle. — ela começou com a voz um pouco trêmula. — E... eu quero mais dias com as crianças, quero que elas possam dormir comigo também e quero ter voz em qualquer decisão importante sobre eles — ela falou e eu a encarei, surpresa e confusa.

Enemies to Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora