Turistas

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Capítulo 2.

Era uma manhã comum e cinzenta em Paris, ainda estava cedo para haver um tráfego pesado, mas algumas pessoas já caminhavam pelas avenidas menos centralizadas. Um horário perfeito para três criaturas que só deveriam existir nos livros caminharem pela calçada.

— Nós estamos em Paris! — Stefano, o vampiro, exclamou enquanto olhava para as construções estilo haussmanniano — Sentem o cheiro del panes? É tão gostoso — Ele apontou enquanto passavam em frente a uma cafeteria que ainda ia abrir — Dios mio! Aquela é a torre Eiffel?

Stefano correu, desaparecendo em instantes para poder admirar a construção de perto, deixando Amon e Milo para trás na calçada.

— Nosso vampiro de estimação fugiu — Amon apontou, enquanto observava Stefano correr com sua super velocidade pelo pátio — É uma criança mesmo.

— Não seja duro, ele passou mais de 60 anos aprisionado — Milo racionou — A criatura nos trouxe até Paris, não há razão para não aproveitar.

— Eu não gosto muito dessa cidade — Amon reclamou, cruzando os braços com desgosto — É tão mundana que chega a me dar calafrios. Tem igrejas por todo lado, é pior do que a Itália.

— Não pode estar falando sério — Milo exclamou, indignado — Paris é a cidade do sentimento. Tem uma história grandiosa com a arte e os humanos, aqui tem uma culinária admirável.

— Também são os inventores da guilhotina, isso foi algo admirável — Amon riu — Aquela época foi grandiosa.

Milo revirou os olhos, frustrado.

— Cidade de verdade é Las Vegas. Sempre há divertimento, para todos os lados, tem luzes, bebidas, jogos e muito pecado — Amon falou com satisfação — Isso sim é um lugar adorável.

— É claro, porque esperava algo diferente de você — Milo suspirou, triste — Você já foi um anjo uma vez, foi um Serafim... Como mudou tanto?

— Eu caí na real — Sorriu com amargura para o próprio trocadilho, começando a caminhar na direção da torre Eiffel — Você deveria fazer o mesmo.

Milo encarou as costas do príncipe do inferno com pesar antes de olhar para o céu cinzento; seu lar. Passava tanto tempo observando a Terra do alto, que olhar para cima lhe causava estranhamento. Voltou a caminhar ao lado de Amon em silêncio.

Encontraram Stefano se pendurando nas barras da torre e balançando, ignorando completamente as grades de separação e segurança; pelo horário tão cedo, não havia um guarda atento por perto, o que o deu alguns instantes de diversão, aproveitando sua liberdade. Arrumaram roupas novas para ele ainda naquela madrugada na Itália para não andar por aí sujo de terra e sangue de cachorro.

Sentaram em um banco enquanto o vampiro escalava a torre. O silêncio entre eles era meio incômodo, isso durou alguns minutos até o vampiro voltar de sua aventura na torre.

— Onde vamos comer? — Stefano perguntou ao se aproximar dos outros dois homens — Estou faminto.

— Nós somos criaturas além da compreensão humana, não precisamos comer — Amon falou — Por que não arranja um pombo ou algo do tipo?

— Vocês não precisam comer? — Stefano olhou para os dois impressionado, ignorando o comentário do demônio — Então nunca experimentaram uma lasagna ou um Polpettone?

— Nunca tive interesse — Amon deu de ombros — Comida é feita para virar lamba em sua boca. Um vinho satisfaz mais o meu paladar.

Aquilo fez Milo subitamente se animar, ele olhou para Amon com expectativa – que estava apenas com uma expressão entediada –, então ficou de pé.

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