4. parabéns

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Pov Chiquita

O hospital parecia um labirinto de luzes frias e corredores intermináveis. O cheiro de desinfetante no ar era forte, e o constante zumbido das máquinas e murmúrios das enfermeiras criavam uma atmosfera pesada. Eu caminhei ao lado de Ahyeon, nossa mão entrelaçada, em busca de uma sala de espera onde pudéssemos encontrar um pouco de privacidade.

Minhas mães e Suzy, não puderam entrar na parte da emergência, então entrei com Ahyeon para passar as notícias.

- Vamos ficar aqui. - Ahyeon indicou uma área afastada, onde algumas cadeiras desconfortáveis estavam alinhadas.

Sentamos, tentando encontrar uma posição que ao menos minimizasse a tensão em nossos corpos. Eu não conseguia parar de olhar para a entrada da área de emergência, esperando que alguém aparecesse com notícias sobre Jisoo. O tempo parecia estar parado.

- Por favor, Jisoo. - Sussurrei para mim mesma. - Não faça isso com a gente agora.

Ahyeon estava focada em um ponto fixo na parede, suas mãos se entrelaçando e se separando nervosamente. Eu via o peso da preocupação em seus olhos, o estresse visível em cada movimento que ela fazia. Mesmo com sua experiência como médica, o medo de perder alguém querido era algo que não se podia controlar.

- O que você acha que vai acontecer? - Perguntei, tentando quebrar o silêncio opressor.

Ahyeon olhou para mim, seus olhos cheios de tristeza. - Não sei. Mas Jisoo é forte. Ela sempre foi. Temos que acreditar que ela vai superar isso.

A porta de entrada se abriu e uma enfermeira com um semblante grave entrou na sala. Seus olhos percorreram a sala de espera até encontrarem Ahyeon e a mim.

- Dra. Ahyeon? - A enfermeira se aproximou, reconhecendo a médica imediatamente. - Sou a enfermeira que está cuidando da paciente Jisoo Kim. A situação dela é crítica, mas ela está viva. Vamos precisar de um pouco mais de tempo para avaliá-la completamente.

O alívio e a tensão eram palpáveis. Pelo menos ela estava viva, mas o “crítica” pesava como uma âncora em nossos corações.

- Posso vê-la agora? - Perguntou Ahyeon, a voz firme, mas com um tremor de preocupação.

- Ainda estamos estabilizando-a, mas podemos levá-las até o centro de atendimento quando estiver mais estável. Por enquanto, preciso que vocês aguardem um pouco mais.

Voltamos para nossas cadeiras, e o silêncio se instalou novamente. O que mais poderíamos fazer senão esperar?

Algum tempo depois, uma porta se abriu e um médico entrou. Seu olhar era mais suave do que o da enfermeira, mas ainda carregava uma seriedade que não podia ser ignorada.

- Sou o Dr. Park, responsável pelo atendimento da paciente Kim Jisoo. - Ele se apresentou, e seus olhos encontraram os nossos. - Já conseguimos estabilizá-la, mas ela ainda está em estado crítico. Sofreu múltiplas fraturas e lesões internas. Estamos fazendo o possível para mantê-la estável.

O que o médico disse era um alívio parcial, mas a gravidade da situação ainda nos assombrava. Ahyeon parecia absorver as informações, fazendo perguntas sobre o estado de Jisoo e o tratamento que estava recebendo. Eu apenas permanecia ao lado dela, tentando oferecer qualquer conforto que pudesse.

- E quanto tempo ela ficará aqui? - Perguntei, a preocupação ainda evidente na minha voz.

- Não podemos determinar exatamente, mas vamos precisar monitorá-la de perto nas próximas horas. A recuperação será lenta, e ela pode precisar de cirurgia, dependendo da evolução.

Sintonia | Chiyeon G!POnde histórias criam vida. Descubra agora