8. Entrevista ao vivo

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Pov Chiquita

- Namorada? Como assim? - Confesso que senti uma leve pontada de ciúmes.

- Hmm, sério? E quem é essa sortuda? - Ahyeon pergunta tirando onda com minha cara.

Apolo não respondeu mais nada, enquanto estávamos ansiosas por uma resposta, ele começou a rir sem parar.

- Seu moleque levado! - Sorrio fazendo casquinhas em sua barriga. - Você me enganou direitinho! Eu já ia contar pra nossa mãe, hum!

Uma parte da nossa manhã foi assim, ficamos conversando durante o café da manhã, Ahyeon precisou ir atender algumas ligações, então fiquei brincando com Apolo e monitorando ele, para que dessa vez ele não quebre nada, nem pule pela janela, até colocamos redes para proteção, em todas as janelas.

Nunca vi uma criança mais apocalíptica do que essa.

Apolo parece bastante com a mãe,Lisa, ele tem traços tailandeses fortíssimos, não posso negar que somos bem parecidos, diferente de Yuna, que puxou a mamãe Jen, sempre tem que ter algum filho que pareça mais com um dos pais, e Yuna foi a escolhida. Apolo costuma ter as mesmas manias que a nossa mãe, ele é brincalhão, porém estressado e bastante teimoso, não gosta de dormir com cobertor em cima dos pés, sempre reclama de qualquer coisa, até do vento, não gosta de barulho, mas gosta de fazer barulho e correr por aí sem pensar nas consequências, e costuma dormir em qualquer lugar, além das birras incansáveis.

Se pararmos para ver, esse pequeno ser levado, deve ter mais de 20 cicatrizes pelo corpo, de quedas e pontos que já levou. Uma vez, quando tinha 2 anos, Apolo subiu na mesa da cozinha, lá na casa das minhas sogras e acabou virando com tudo, resultado: quebrou um braço e precisou fazer uma cirurgia para concertar o osso, ele ainda tem a marca dos pontos bem nítida. Mesmo passando por isso, ele não para um minuto! Desde que ele caiu feio aqui em casa e se machucou, sempre fico de olho e não o deixo sozinho por um segundo!

A mamãe sempre nos pede para ficarmos alertas, seja por muito silêncio da parte dele, ou muita bagunça, nunca sabemos quando o furacão vai acabar devastando tudo. Ele é uma criança muito ativa, e está deixando nossas mães de cabelo em pé, isso chega a ser engraçado.

Estava perdida em meus pensamentos enquanto observava o pequeno brincar com seus bloquinhos de montar, quando Ahyeon se aproxima e deixa um beijo na minha testa.

- Amor, preciso ir para o hospital, um paciente de longa data, chegou de emergência, e sou a cirurgiã dele, não posso deixa-lo vir a óbito. - Ela diz essas palavras simples e rápidas sem nenhum tom de arrependimento.

Apenas balancei a cabeça concordando, nada que eu falasse iria mudar, mesmo que eu diga "não vai, fica aqui comigo", ela não faria isso, afinal, Ahyeon sempre prioriza seu trabalho.

- Apolo, vamos ao parquinho? - Pergunto ao pequeno que já estava ficando irritado por não ter muito o que fazer em casa.

- Ebaaaa! - ele diz dando pulinhos. - Maninha

- Diga, meu anjo. - perguntei observando Ahyeon pegar sua bolsa e sair pela porta, sem ao menos me dar tchau.

- Posso toma sovete hoje? - Apolo faz uma carinha de cachorro pidão, é quase impossível negar alguma coisa quando ele faz isso.

- Hm, vou pensar, se você se comportar e não se machucar, eu vou liberar sorvete hoje, e do melhor, de casquinha. - Digo afagando seus cabelos andulados.

Pov Autora

- Perfurou o fígado e temos múltiplas fraturas, - explicou um dos residentes. - Precisamos agir rápido.

Sintonia | Chiyeon G!POnde histórias criam vida. Descubra agora