Dragons Fire~ Aemond Targaryen

Capítulo 2: O Jogo Começa

Naerys estava sentada em seu trono de aço negro, observando o salão de Meereen com um olhar distante, seus dedos tamborilando levemente no braço da cadeira. A chama de velas tremulava nas sombras das colunas ao redor, lançando reflexos dançantes sobre as paredes de mármore. Ao seu lado, Branwen, sua mão e conselheira mais confiável, observava silenciosamente, aguardando que a rainha falasse.

Branwen era uma mulher forte e astuta, com cabelos grisalhos e uma mente afiada. Ela conhecia Naerys desde a coroação da jovem rainha, aos 10 anos de idade, e acompanhara de perto sua ascensão ao poder. Sabia que, mesmo aos 19, a mente de Naerys era afiada e cruel, capaz de usar cada fraqueza de seus oponentes como vantagem. Agora, com o pedido de aliança dos Hightower, Branwen sabia que a rainha estava ponderando seus próximos movimentos.

"Então, Aemond Targaryen," disse Branwen, com um leve tom de desprezo. "Ele veio até você em busca de ajuda, mas voltou de mãos vazias. O que vai fazer com essa proposta? Devo lembrar, Vossa Graça, que Westeros está em chamas. Eles precisam de você, não o contrário."

Naerys sorriu de lado, o brilho em seus olhos indicando que ela já havia decidido o destino dos Verdes. "Exatamente, Branwen. Eles estão desesperados. É o momento perfeito para agir. A guerra entre os Targaryens rasgou Westeros ao meio, e eles estão vulneráveis. Os Hightower pensam que podem usar meu poder, mas não perceberam que o verdadeiro jogo só começou agora."

Branwen arqueou uma sobrancelha, intrigada. "Você pretende se aliar a eles?"

Naerys riu suavemente. "Fingir aliança, isso sim. Aemond e sua mãe são cegos pelo orgulho e pelo desespero. Eu vou me aliar a eles, dar-lhes a impressão de que sou sua salvação. E então, quando o momento for certo, Westeros será meu campo de jogo. Vou tomar o que é deles para mim. O Trono de Ferro... Dragonstone... tudo ao meu alcance."

Branwen cruzou os braços, analisando as palavras de Naerys. "E como você pretende fazer isso? Os dragões de Rhaenyra são uma ameaça. Daemon é um guerreiro astuto."

Naerys inclinou-se para frente, seus cabelos platinados brilhando à luz das velas. "Eu não temo Rhaenyra, nem Daemon. E quanto aos seus dragões, bem... os meus são maiores. Mais ferozes. Westeros não vê dragões como os meus há gerações. Eles verão, Branwen. E quando virem, será tarde demais."

Ela se levantou do trono, caminhando em direção à grande mesa de pedra onde mapas de Westeros estavam espalhados. Seus olhos pousaram em Dragonstone, e um sorriso malicioso curvou seus lábios.

"Dragonstone será meu preço. Eles podem ter o Trono de Ferro por agora, mas eu quero a fortaleza ancestral dos Targaryen. Uma vez que eu tenha essa base de poder, o resto será fácil. Eles ainda não perceberam que estou jogando um jogo muito maior do que eles."

Branwen observou atentamente. "Você está certa. Eles estão desesperados demais para recusar suas exigências. Envie uma mensagem para Aemond. Que ele saiba que você aceitou a proposta... com a condição de Dragonstone."

Naerys sorriu, um brilho predatório nos olhos. "E eu levarei metade do meu exército. Não preciso de todos, não ainda. Apenas o suficiente para garantir que eles entendam o poder que trago. E meus três dragões serão a primeira coisa que verão ao chegar."

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A carta foi enviada a Westeros naquela mesma noite, nas mãos de um mensageiro veloz. Em poucas palavras, Naerys aceitou a proposta dos Hightower. Mas no final da mensagem, ela foi clara: Dragonstone seria dela.

Dias depois, os preparativos começaram. Cinquenta por cento de seu exército se reuniu nas planícies além de Meereen — milhares de soldados leais, Dothrakis selvagens e destemidos, todos prontos para seguir sua rainha. E acima de todos eles, seus três dragões: grandes, ferozes, e famintos por batalha. Suas escamas brilhavam sob o sol de Essos enquanto rugiam nos céus, lançando sombras gigantescas sobre o exército.

Naerys montou em sua besta favorita, Qyraxys, um dragão colossal de escamas negras e olhos vermelhos como brasas. Quando os soldados marcharam, seus passos ecoavam como trovões, e os três dragões rasgavam o céu, projetando o poder avassalador da rainha de Meereen.

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Quando Naerys chegou às portas de Porto Real, o ambiente estava tenso. Alicent e Otto haviam preparado tudo para sua chegada, ansiosos por garantir a aliança que poderia salvá-los. Aemond estava presente, em pé nos degraus da Fortaleza Vermelha, observando enquanto os enormes portões se abriam lentamente.

A multidão de Porto Real assistia com temor e admiração enquanto o exército de Naerys adentrava a cidade, uma visão grandiosa e ameaçadora. Suas fileiras de soldados eram intermináveis, e os Dothrakis cavalgavam como demônios, prontos para dilacerar qualquer inimigo. Mas o mais impressionante eram os três dragões que voavam baixo sobre o castelo, suas asas enormes criando uma sombra ameaçadora sobre a Fortaleza Vermelha.

Aemond observou os dragões passarem sobre sua cabeça, sentindo o peso do poder de Naerys. Ele tentou manter sua expressão firme, mas o eco dos rugidos das criaturas despertava memórias sombrias — Lucerys, Storm's End, e o olhar final de terror em seus olhos antes de Vhagar acabar com sua vida.

Quando Naerys desmontou de Qyraxys e caminhou em sua direção, seus olhos prateados brilharam de satisfação. Ela sorriu, um sorriso que era tanto sedutor quanto perigoso. Aemond a observou, com o orgulho ainda em seu rosto, mas no fundo ele sabia que a mulher diante dele não era uma simples aliada.

"Olá, príncipe Aemond," Naerys disse com doçura venenosa. "Espero que agora possamos começar a nossa... aliança."

Aemond não respondeu de imediato. Ele olhou para os dragões de Naerys, que ainda circulavam no céu, como se esperassem uma única palavra dela para atacarem. E naquele momento, ele entendeu o quão precária era a posição deles. Naerys Belaerys não era uma aliada; ela era uma força da natureza. E os Hightower haviam liberado algo que talvez não pudessem controlar.

Naerys olhou diretamente para Aemond, seu sorriso malicioso ampliando-se enquanto seus dragões rugiam novamente acima da Fortaleza. O jogo começara.