Cinco acreditava que após a purificação, a sua existência e a de sua família, iriam sucumbir, desaparecendo em meio a tantas linhas do tempo. Mas algo inesperado acontece, no dia seguinte, ele acorda na casa de duas garotas que Cinco nunca havia vis...
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Durante os quinze minutos que sucederam a chegada da primeira criança, não parava de chegar mais, uma atrás da outra, mal pude tomar o meu café sem ter crianças correndo ao meu redor e derrubando tudo por onde elas passavam. Seria assim o meu inferno? O meu castigo por ter corrido atrás dos meus irmãos idiotas a vida inteira e nunca ter pensado em mim.
— Max, nós vamos nos dividir — Mavis surgiu no meu campo de visão, um pouco ofegante demais para o meu gosto. Por que iríamos nos dividir? Se ela está acostumada a lidar com isso sozinha, não deveria estar tão cansada logo nos primeiros minutos.
— O que quer que eu faça? — Perguntei e em seguida tomei o último gole do café puro na xícara. Não era tão saboroso quanto o café passado, mas foi suficiente para provar que tudo isso é real, e não um pesadelo. Um daqueles horríveis em que acordamos suados e assustados.
— Sugeri colocar um desenho para eles na televisão, mas não funcionou. O segundo andar é proibido, uma parte das crianças está correndo no jardim, enquanto a outra está espalhada pela casa — Me explicou com calma, como se nós fossemos íntimos. Permaneci em silêncio, de todas as coisas que a vida me ensinou a fazer, crianças não se encaixavam em nenhum tópico — Preciso que fique de olho nas crianças do jardim enquanto eu procuro os outros que estão aqui dentro.
— Claro, estou indo pra lá — Concordo de imediato pensando no quanto pegaria mal para mim negar algo nessa posição. Não parece ser tão difícil, apenas manter algumas crianças sob supervisão. Depois de anos cuidando dos meus irmãos, isso deve ser moleza.
Ela saiu andando na direção contrária que eu, não poderia deixar de reparar o quanto Mavis estava agindo com naturalidade diante de um estranho em sua casa, o que raios há de errado com ela?
Não demorei muito para chegar no quintal, lá havia sete crianças correndo entre os arbustos. Parei em um local estratégico onde todas ficariam dentro do meu campo de visão e permaneci observando.
Não tive uma infância comum, nenhum de nós teve. Eu gostava dos treinos e de toda a adrenalina das missões, a sensação de empolgação sempre que aquele maldito alarme tocava. Mas talvez eu tivesse gostado de ter aproveitado a fase de correr por um gramado e choramingar por querer assistir televisão por mais cinco minutos.
Grace não era nossa mãe de verdade. Nunca foi e nunca será.
Diego surtaria se ouvisse isso, mas é verdade.
Diego…
Meu olhar fluiu para o horizonte, onde o sol brilhava entre as árvores pelo início da manhã. Não consigo acreditar que nós estávamos brigados por causa da Lila, e o pior de tudo é que ela sempre irá escolher ele, eu fui só a diversão que ela encontrou naquele maldito metrô entediante nesses sete anos de merda.
Nós poderíamos estar lá nesse momento, assando mais um rato de metrô, e não aqui ouvindo gritos de crianças mal criadas. Lá era tranquilo, e apesar de todo o estresse de tentar encontrar o caminho para casa, nós fomos felizes.