Revelações totalmente inesperadas

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Era uma manhã comum e ensolarada quando Anne acordou, o despertador tocando insistentemente em seu criado-mudo. Com um bocejo, ela se espreguiçou na cama e, ainda sonolenta, se levantou para se preparar para a escola. O cheiro do café fresco invadia o ar enquanto ela se vestia rapidamente, tentando manter a rotina que conhecia tão bem.

Depois de tomar banho e se arrumar, Anne foi até a mesa da cozinha para pegar o celular. Enquanto tomava um gole de café, seu olhar caiu sobre a tela do aparelho. Com um movimento automático, desbloqueou e começou a verificar as mensagens. Mas algo chamou sua atenção: uma notificação de uma mensagem com uma foto anexada.

A curiosidade a impulsionou a abrir a imagem. Seu coração parou por um instante. Era Margoth e Atlas, os dois se beijando em um momento que deveria ser privado e íntimo. Uma onda de dor atravessou seu peito como uma faca afiada. A traição estava ali, explícita e cruel. A pessoa que havia enviado a foto era Margoth, e isso a deixou ainda mais devastada.

Anne sentiu o mundo desmoronar ao seu redor. Todas as risadas que compartilharam, todos os momentos bons pareceram desvanecer em um instante. Como ele pôde fazer isso com ela? E Margoth… sempre tão cheia de si, agora se mostrando como uma rival implacável.

Ela tentou abafar as lágrimas que ameaçavam brotar, mas não conseguiu. Com raiva e tristeza misturadas, fechou o celular e guardou-o no bolso da mochila. Não queria pensar mais nisso agora; precisava agir como se nada estivesse acontecendo.

Quando Atlas chegou à sua casa, ele parecia despreocupado, como sempre. Ele bateu na porta com um sorriso largo no rosto e um “bom dia, amor” que soava tão genuíno que quase fez Anne querer acreditar nele mais uma vez. Mas ao olhar para ele, tudo o que sentia era desgosto. O sorriso dele não poderia apagar a imagem que estava gravada em sua mente.

Ela não respondeu ao cumprimento e simplesmente saiu de casa, passando por ele sem dizer uma palavra. O caminho até a escola parecia interminável; cada passo era pesado com a dor da traição. Atlas tentava puxar conversa, mas suas palavras soavam distantes e irreais para Anne.

Na escola, ela decidiu ignorar Atlas completamente. Ele parecia confuso com seu silêncio e desconforto, mas não tinha ideia do que realmente estava acontecendo dentro dela. Quando viu Nayla no corredor, sentiu um alívio momentâneo ao encontrar uma amiga em quem poderia confiar.

“Ei!” Nayla acenou entusiasmada antes de notar a expressão sombria no rosto de Anne. “O que aconteceu? Você parece… mal.”

Anne puxou Nayla para um canto mais reservado e tirou o celular novamente do bolso. Com as mãos trêmulas, mostrou a foto de Margoth e Atlas se beijando.

Nayla ficou em silêncio por alguns segundos antes de explodir em indignação. “O quê?! Como ele pôde fazer isso com você? E essa vaca da Margoth! Eu vou ter uma conversa com eles agora mesmo!”

“Não!” Anne interrompeu Nayla com firmeza. “Não faça nada! Eu preciso resolver isso sozinha.”

Nayla olhou para ela sem entender completamente. “Anne, você não pode deixar isso barato! Eles precisam saber o quanto você está machucada.”

“Eu sei,” respondeu Anne, engolindo em seco enquanto tentava manter as lágrimas à distância novamente. “Mas eu preciso fazer isso do meu jeito.”

A raiva de Nayla parecia palpável enquanto ela cruzava os braços em descontentamento. “Margoth sempre teve inveja de você por causa do Atlas! Ela nunca aceitou que vocês estivessem juntos.”

Anne assentiu lentamente, sabendo que isso era verdade. Margoth sempre foi competitiva e amarga desde que Atlas começou a namorar com ela; havia algo profundamente errado nas interações entre as duas desde o início.

“Só fique perto de mim hoje,” pediu Anne finalmente. “Eu não quero ficar sozinha.”

Nayla concordou relutantemente e as duas caminharam juntas para a sala de aula. Enquanto entravam na sala lotada de alunos conversando animadamente sobre os planos do fim de semana ou os trabalhos da escola, Anne sentiu-se distante de tudo aquilo.

Atlas entrou logo atrás delas e tentou fazer contato visual com Anne novamente, mas ela desviou o olhar rapidamente. O coração dela estava pesado demais para lidar com qualquer coisa que ele dissesse ou fizesse naquele momento.

Durante as aulas, cada vez que olhava para Atlas sentado lá na frente da sala — tentando concentrar-se nas explicações do professor — sentia um nó na garganta crescente pela dor da traição que não conseguia ignorar.

O intervalo chegou rápido demais para seu gosto; assim que o sinal soou, Anne saiu apressadamente da sala sem olhar para trás. Nayla estava logo atrás dela enquanto procuravam um lugar tranquilo para conversar mais sobre tudo aquilo.

“Você tem certeza de que não quer falar com ele?” Nayla perguntou novamente quando finalmente encontraram um canto vazio no pátio da escola.

“Sim,” respondeu Anne decidida. “Eu preciso entender tudo isso antes de dar qualquer passo.”

Os minutos passaram como horas enquanto elas conversavam sobre outras coisas — amigos em comum e planos futuros — mas o pensamento sobre Atlas e Margoth continuava assombrando sua mente.

Ela sabia que precisava enfrentar aquela situação; não poderia ficar fugindo eternamente da verdade sobre seu relacionamento ou dos sentimentos contraditórios que estavam emergindo dentro dela.

O dia acabou arrastado entre conversas superficiais e sorrisos forçados até finalmente chegar ao fim das aulas. Quando saíram da escola juntas, Anne tomou coragem para enfrentar Atlas naquela noite.

Ela precisava saber qual era a verdade por trás daquela traição dolorosa — mesmo sabendo que isso significaria encarar seus medos mais profundos sobre amor e confiança.

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***𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑜𝑠 𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑜𝑠***  (Soft)Onde histórias criam vida. Descubra agora