Gritos altos foram ouvidos na Torre de Astronomia.Mais uma vez, algo desesperador estava ocorrendo lá em cima.
As estrelas da constelação da Ursa Maior iluminavam o piso do local e os arcos de ouro que lá ficavam. Alioth era a estrela mais brilhante e se destacava das demais, até mesmo da Dubhe, que não hipnotiza tanto, mas ainda glorifica o céu com seus raios eletromagnéticos.
–De novo isso – um homem alto, extremamente pálido e magro, murmurou. A garota até se assustou ao vê-lo em sua frente, seus cabelos lisos loiros quase brancos voavam junto ao vento, seu olhar confiante paralisava-a, o nariz fino e arrebitado entregava que o garoto sempre teve tudo do bom e do melhor, ele a lembrava seu amigo, Scorpius.
–Mandei você ir embora – ele disse, quase latindo como um cachorro para que Rose saísse.
Ela simplesmente paralisou, notando finalmente que apontava a varinha, não a sua, uma varinha marrom, com o apoio da mão em um tom preto, e era potente… muito mais poderosa do que a sua própria, mas ela a segurava como se fossem velhas amigas.
–O que está esperando? Que eu me jogue daqui e te assombre para toda a vida com a minha morte? Por favor – ele reclamou debochadamente – vá.
Mas ela permaneceu no lugar, olhando fundo em seus olhos.
Então, o sonho mudou. Mas ela não ficou para saber o próximo, a mesma abriu os olhos como se sua vida dependesse disso e deu de cara com um teto muito bem desenhado.
O canto de seus olhos arderam como lágrimas ácidas escorrendo por eles. O corpo e a mente de Rose não estavam nada bem. Suas mãos tremiam sem parar e sua respiração estava descontrolada.
Veio em mente sua amiga, Marcy. Talvez ela conseguisse acordá-la para que lhe desse suporte, segurasse em sua mão, mas isso não seria possível, Rose era boa demais para contar o segredo de alguém.
Há algumas horas atrás, ela caminhava pensante nos corredores altos do castelo, cumprindo mais um turno, mas algo incomum ocorreu, ela ouviu um barulho alto, assustando-se. Ajeitou a postura para enfrentar o quer que fosse, mesmo ainda tendo esperanças de ser o gato do novo zelador.
Seu subconsciente foi tomado por um espanto ao notar Mary Parker, sua antiga paixão, aos beijos com um garoto da grifinória que ela não reconheceu no momento, mas sabia exatamente quem era.
Rose voltou no dia em que estava em um restaurante junto de sua família, havia música, bruxos rindo e garçons apressados por toda parte. Ela poderia se sentir muito feliz, mas sabia que estava faltando algo.
Seus ouvidos estavam atentos nas notas do piano, e cada maldito som que uma tecla emitia, Rose imagianava um fio de cabelo de Mary, imaginava seus dentes de vampiro, suas pintas nos braços, seus cílios longos cheios de rímel, sua pele branca macia, mas que ela nunca pudera encostar, já que seu amor não podia ser transmitido, ou sequer pensando.
“Ninguém pode saber”, Mary sempre dizia quando as duas estavam sozinhas em algum lugar, tão distante emocionalmente que Rose até se esquecia do porquê de estar alí. Ela tentava afirmar para si mesma que seu amor só estava com medo, e que isso era normal, mas ela foi notando que algo estava errado. Elas mal podiam conversar em público, e, quando estavam no mesmo ambiente, Mary fazia questão de ficar uns bons dez metros longe da ruiva.
E foi assim que ela viveu seu primeiro amor. Escondido, arrastado e apenas na sua cabeça, porque Mary era distante, mesmo a milimetros de distância.
Uma única lágrima desceu de seus olhos, grossa, emitindo todos os pensamentos confusos e tristes da garota. Ela permitiu curar seu coração do passado e passou a olhar as pessoas em volta, como se Mary fosse apenas uma desconhecida a qual ela conhecia muito bem.
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Os 5 segredos não contados à Rose Granger-Weasley
Fanfic"Há sempre aquela garota que te espera na saída da sala de aula, mesmo que seja para te ridicularizar e dizer que nada da sua vida importa, mas, mesmo com essas palavras, ela estará lá, ao seu lado depois de uma aula difícil de poções, depois de uma...