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𝐐𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐋𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐂𝐇𝐄𝐆𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐍𝐎 𝐐𝐔𝐀𝐑𝐓𝐎. O silêncio entre nós parecia mais pesado do que o habitual. Paige se jogou na cama, visivelmente cansada, mas ainda com aquela sombra de preocupação no olhar. Eu sabia que precisava falar com ela, deixar tudo claro. Não queria que aquela tensão continuasse entre nós
Eu me sentei ao lado dela, e as minhas mãos descansando no meus joelhos. Ela virou a cabeça na minha direção, seus olhos me observando com uma mistura de curiosidade e cansaço
- Meu bem, a gente precisa conversar - Minha voz saiu suave, mas firme. Eu não queria que ela continuasse com aquelas dúvidas rondando sua cabeça
Ela suspirou e se virou de lado, encarando o teto por um momento antes de falar
- É sobre o treino? - Ela perguntou, embora eu soubesse que ela já tinha uma ideia do que eu queria dizer
- É sobre mais do que isso - Eu disse, me inclinando um pouco mais perto - É sobre o que aconteceu hoje. Poe, o jeito que ela estava... você ficou desconfortável, né?
Paige soltou uma risada curta, mas sem humor. Ela passou a mão pelo rosto antes de responder
- Não sei, Pietra...as vezes parece que ela não sabe quando parar - Ela admitiu, finalmente me encarando de verdade - E, eu sei, provavelmente tô exagerando, mas eu odeio como ela faz parecer que tem alguma coisa entre vocês
Eu senti uma pontada de culpa, porque nunca tinha prestado atenção o suficiente para perceber o quanto isso afetava Paige. A verdade é que eu sempre pensei que ela entendesse que Poe era assim com todo mundo, mas agora estava claro que não era tão simples
- Paige, escuta - Eu me aproximei mais, esticando a mão até a dela, entrelaçando nossos dedos - Poe é só brincalhona, mas não tem nada entre a gente. Nada além de amizade. Eu só tenho olhos pra você, meu bem
Ela olhou para nossas mãos por um instante, como se estivesse processando o que eu disse. Quando finalmente voltou a me encarar, seus olhos estavam mais suaves, mas ainda havia um pouco de incerteza
- Eu confio em você, Pietra, de verdade. Só que... às vezes, não é fácil, sabe? Ver ela fazendo esses comentários, te olhando daquele jeito - Paige suspirou, apertando minha mão - Eu sei que é bobo, mas...me incomoda
Eu me aproximei ainda mais, sentando ao lado dela na cama, minha mão livre acariciando seu rosto suavemente
- Não é bobo. Eu entendo. E se te incomoda, eu vou fazer o que puder pra mudar isso. Eu vou falar com a Poe. Ela precisa entender que não pode passar desse limite
Paige sorriu de leve, um sorriso tímido, mas que já era um sinal de que ela estava começando a relaxar
- Você não precisa fazer isso, Pietra... Eu só preciso me acostumar, acho
- Não, você não precisa se acostumar com algo que te deixa mal - Respondi com firmeza - Eu vou deixar claro pra ela. E, Paige... - proximei meus lábios dos dela, dando um beijo leve, apenas o suficiente para sentir o gosto da sua respiração - Você é a única pessoa que eu quero, entendeu?
Ela finalmente relaxou, deixando escapar um suspiro mais aliviado. O ciúme que estava no ar começou a se dissipar, e a tensão entre nós diminuiu. Paige virou o rosto em minha direção, selando mais um beijo suave nos meus lábios, e eu sabia que aquele momento era tudo o que ela precisava
- Obrigada - Ela murmurou contra minha pele
Eu a puxei para perto, deitando ao lado dela na cama. Não importava o que acontecesse com Poe ou qualquer outra coisa. No final do dia, éramos só nós duas, e eu faria o que fosse necessário para proteger isso
Eu me aconcheguei ao lado dela, sentindo o calor de seu corpo junto ao meu. O quarto estava em silêncio, apenas nossos suspiros e a respiração de Paige preenchiam o espaço. Nossos dedos ainda estavam entrelaçados, e eu podia sentir o leve tremor em suas mãos, como se parte da tensão ainda estivesse lá, mas aos poucos fosse cedendo
- Vem cá... - Murmurei, puxando-a para mais perto de mim
Ela se virou para mim, os olhos claros me encarando, ainda um pouco vulneráveis, mas agora com algo mais uma mistura de alívio e desejo. Eu deixei minha mão deslizar do rosto dela, descendo lentamente até a curva do seu pescoço, traçando o contorno da pele quente. Cada toque era leve, quase hesitante, mas o suficiente para acender algo entre nós. Paige fechou os olhos por um instante, suspirando suavemente quando meus dedos encontraram o caminho até seu ombro. Eu me inclinei, roçando meus lábios na linha de seu maxilar, descendo até o pescoço, onde deixei beijos suaves. O cheiro dela era reconfortante e familiar, mas naquele momento, também era um convite. Sentia seu corpo relaxando contra o meu, e a tensão que havia entre nós pouco tempo antes parecia estar se transformando em algo completamente diferente
Ela se virou um pouco mais, suas mãos agora em minha cintura, segurando com mais firmeza. Eu sentia seus dedos apertando minha pele, enquanto nossos corpos se ajustavam um ao outro, as respirações mais pesadas, os toques mais urgentes. Meus lábios continuavam explorando o pescoço dela, enquanto ela inclinava a cabeça para o lado, permitindo mais espaço
- Pietra... - Ela sussurrou meu nome, e o som fez meu coração acelerar
Minha mão encontrou o caminho até a cintura dela, puxando ainda mais para perto, nossos corpos agora colados. O calor entre nós crescia, como se todo o quarto estivesse fechado naquele momento, apenas nós duas existindo. Paige virou o rosto para mim, os olhos ainda fechados, mas a boca agora próxima da minha, e quando nossos lábios se encontraram, tudo pareceu se encaixar
O beijo era lento, profundo, carregado de tudo o que estávamos sentindo preocupação, o ciúme, mas acima de tudo, o desejo de estarmos próximas. As mãos de Paige deslizavam pelas minhas costas, enquanto eu explorava cada centímetro do seu corpo com toques leves, mas cada vez mais intensos. Cada movimento parecia uma promessa silenciosa, um lembrete de que éramos só nós duas ali, e nada mais importava
Quando nos separamos para respirar, nossos olhos se encontraram novamente, e o silêncio entre nós estava cheio de significados. Paige sorriu, aquele sorriso pequeno, tímido, que sempre me fazia derreter por dentro.
- Acho que estamos bem agora, né? - Ela disse, sua voz um sussurro
Eu sorri de volta, minha testa tocando a dela, os corações batendo em sintonia.
- Estamos mais que bem, Paige... - Respondi, puxando ela novamente para mim, porque naquele momento, eu não queria que aquilo acabasse tão cedo
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