01. Nos encontramos

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maria Júlia point of view
BDA 8 ANOS — 15:45

- to feliz pra' caralho que você veio - Otávio me abraçava com lágrimas nos olhos.

- para Otávio, vou chorar - me solto do abraço e limpo algumas lágrimas - tô muito orgulhosa de você maninho.

Depois de 1 ano e meio voltei para São Paulo para ver Otávio batalhar no aniversário da batalha da aldeia, era incrível como eu podia passar um bom tempo longe mas a sensação que eu tinha quando vinha em um aniversário nunca mudava.

Olho para a multidão lá em baixo pensando que se fosse eu ali na quele ringue, provavelmente eu iria travar, como Otávio conseguia? Eu também não sabia.

- tá nervoso? - pergunto para Otávio.

- pô, tá maluco, muita coisa - ele passa a mão no rosto - não sei se vou conseguir - Otávio me olha preocupado.

- ei, que isso, você vai conseguir tapado - dou um empurrão o que faz ele dar uma risada.

Lembro de quando eu levava o menino para as batalhas escondido da minha mãe, era castigo na certa no outro dia, mas eu sempre fazia de tudo para tentar ajudar a realizar o sonho dele.

Sinto alguém me cutucar e logo me viro vendo Kakau com um sorriso no rosto, não perco tempo e logo abraço a menina.

- porque você não me avisou que tu voltou garota? - ela dizia enquanto ainda estava me abraçando.

- eu queria que fosse surpresa kaka - eu falava entre sorrisos.

- e aí? Como você está? - Kakau falou quando finalmente nos soltamos - você sumiu, nunca mais falou no nosso grupo.

- tava' morando no Rio, terminei minha faculdade de moda e estou trabalhando como modelo - minha amiga me olhou com orgulho.

- ai que orgulho de você maju - ela disse ajeitando meu cabelo atrás da minha orelha. Kakau se tornou uma das minhas melhores amigas, minha confidente, ela me oferecia muitos conselhos, como a "mãe do grupo" sabe?

[...]

Vejo os trios se posicionarem no ringue juntamente com meu coração palpitando, por ver meu irmão, e ver ele. Sabe a quela paixão bobinha de criança? Então, era o que eu sentia pelo melhor amigo do meu irmão, talvez eu até hoje eu me engane rotulando o que eu sinto por Rogério como "uma paixão boba de criança"

Os trios já estavam nas suas posições e um frio me percorreu. Talvez eu estava mais nervosa do que os três ali. O primeiro round começou, e um suspiro saiu dos meus lábios quando vi que os três tinham feito um ótimo round.

Minha mãe do meu lado já estava sentada, já que a mesma já tinha pressão alta, então qualquer coisa já deixava a pressão dela nas alturas.

- calma mãe, só falta o terceiro round - olho pro ringue e vejo Apollo se posicionando - seu terceiro filho vai batalhar - ela da um sorriso tentando se acalmar.

Vou para onde ver melhor para ver Rogério batalhando, ele começa bem o que tira um peso das minhas costas.

[...]

A última batalha da noite e eu mal estava acreditando que os meninos estavam na final, meu coração já estava em paz vendo o quão eles estavam felizes.

Meu olhar fixado no ringue se encontra com os olhos de Apollo, ele pisca algumas vezes parecendo não acreditar, depois ele abre um sorriso largo, o sorriso que ele sempre dava quando ele me via.

Meu coração parece parar por alguns segundos, dou um sorriso que talvez tenha mostrado minha arcada dentária superior inteirinha. Antes dele se virar para falar com os meninos ele manda um beijo, sinto minhas pernas fraquejar, mando um beijo e faço um coração.

Os meninos começaram muito bem novamente, fizeram um grande primeiro round. Meus pensamentos não paravam, o medo deles não conseguirem era constante.

O terceiro round começou, o Apollo estava voando, o flow, a lírica dele tinha superado minhas expectativas! Quando o round acabou eu tinha certeza que eles tinham ganhado, minhas lágrimas já escorriam, eu abraçava minha mãe com orgulho do meu irmão.

Eu mal acreditava que isso tava acontecendo com ele, era muito orgulho!

- ai amiga que felicidade - Kakau me abraçou.

- amiga sim - falei ainda no abraço - sinto muito pelo jota, ele deve está triste.

- é assim mesmo maju, estou orgulhosa dele mesmo assim! - Kakau disse.

Converso um pouco com Kakau depois vou até onde Otávio estava, só queria abraçar meu maninho e dizer que eu estava morrendo de orgulho dele. Assim que desço as escadas e vejo o mais novo corro para a abraçá-lo.

- parabéns maninho - falo me soltando do abraço - cara não tô nem acreditando - passo a mão no cabelo tentando me ajeitar.

- nem eu tô acreditando Maria - ele falava quase rindo de tanta alegria - vai lá falar com o Apollo também, ele tá com saudade de você - tavin sempre soube da minha quedinha pelo amigo dele, ele fazia essas coisas de propósito.

Vejo Apollo vindo em nossa direção, agora nem tinha como não falar com ele né, ele estava surreal, ele mudou, mudou pra melhor, tá mais bonito ainda.

- e aí Julinha - ele me deu um abraço apertado - mo' saudade de tu, como você esta?

- Oie, to bem sim - ele me solta dos seus braços - parabéns pelo título e pelo mvp, você mereceu!

- obrigada, até que enfim nos encontramos - ele bebeu um gole de água - tava no rio né?

- tava sim, é esse encontro demorou - dei uma risada.

[...]

FETICHE ; APOLLO MCOnde histórias criam vida. Descubra agora