03. Danos

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Maria Júlia point of view
Casa bortoli - 11:37

Acordo com uma dor de cabeça insuportável, parecia que eu tinha sido atropelada por 3 caminhões de uma vez. Olho para o teto do meu quarto vendo as estrelas ainda brilhando por conta da escuridão. Era uma das coisas que mais amava no meu quarto, eu tinha minhas próprias estrelas.

Depois de um tempo decido levantar para comer e tomar um remédio, porque real estava acabada! Saio do meu quarto e ouço vozes vindo da parte de baixo da minha casa, respiro um pouco fundo por ter que enfrentar tantas pessoas logo de "manhã".

Passo pela sala vendo vários meninos das batalhas, amigos de Otávio, quando eu passei as vozes se calaram e alguns sussurros foram ouvidos por mim, "que isso cuzao, tua irmã tá mo gostosa", "Julinha agora tá grande né?", o que foi o suficiente para Otávio ficar puto.

Eu sinceramente não tinha percebido quem era os meninos que estavam ali, estava tão desnorteada que mal tinha ligado para um bando de muleques na sala de estar.

- qual foi Maria, vai passar desse jeito aí na frente dos meus amigos? - Otávio veio atrás de mim até a cozinha.

- Otávio não enche - olhei para o mais novo com cara de tédio. Vou até o fogão onde minha mãe estava e dei um beijo na bochecha dela.

- pô mãe tá vendo isso não? - Otávio cruzas os braços.

- Otávio para de ciúmes - minha mãe para de mexer a panela e olha para o menino - volta pra sala e deixa ela quieta, da qui a pouco chamo você e seus amigos para almoçar.

Graças a Deus as palavras de minha mãe foram o suficiente para meu irmão desistir de descurtir. Tavin sempre foi um irmão ciumento, o único que ele brincava, e só era ele, era Rogério, porém de um tempo pra cá nem com ele está brincando mais.

Mesmo ele sendo o mais novo sempre quis me proteger, de certa forma era bom, mas pra falar a verdade já brigamos várias vezes por conta disso, para trazer Lucas, meu ex, aqui em casa foi uma luta.

Olho para minha mãe e falo um "obrigado" baixo, vou até a cesta de remédio e pego um dipirona e o tomo logo em seguida. Me sento em uma das baquetas e me apoio no balcão vendo minha mãe cozinhar.

Não sou de falar muito assim que acabo de acordar e todos aqui em casa sabem desse acordo, então apenas fiquei quietinha ali vendo minha mãe cozinhar.

Depois de um tempo da minha mãe cozinhando ela chama os meninos para almoçar, nem eu sabia que tinha tanta gente aqui em casa. Vou para meu lugar na mesa e já começo a me servir.

- boa tarde maju - apollo senta no meu lado - tô morto de ontem - ele pega a colher de arroz e começa a se servir.

- boa tarde apollo - olho para o menino do meu lado e vejo que ele está com o rosto inchado de sono - tô percebendo que você está morto - solto uma risada.

- mas ainda continuo bonitão né não? Fala tu - diz ele com um sorriso de canto em seus lábios, reviro meus olhos em resposta ao mesmo.

- calma aí senhor autoestima - Rogério solta uma risada com a minha resposta.

Depois de todos nós servimos minha mãe fez todos ali na mesa agradecerem pela comida e fazerem uma oração. Depois disso os meninos começaram a tumultuar como sempre.

Término de comer, lavo meu prato e vou para o meu quarto, que por sorte ainda estava bem geladinho por conta do ar condicionado. Me deito na cama percebendo que minha dor de cabeça avia passado, coloco uma série para eu assistir e acendo um incenso.

[...]

Me espreguiço na cama percebendo que tinha caído no sono, ligo meu celular percebendo que marcavam 1:45. me lamento por ter dormido tanto e não perco tempo e me levanto para tomar um banho. Isso que dá passar o dia todo vendo série e dormir de noite.

Depois do banho eu estava sedenta por algo doce, então fui até a cozinha percebendo que os amigos de Otávio já tinham ido todos embora, e faço um brigadeiro para mim.

Por mais que eu e Otávio tivemos uma pequena discussão hoje a tarde, penso em fazer o brigadeiro para o menino também.

- tá fazendo o que aí? - dou um pulo de susto com a voz de apollo.

- mano que susto - coloco a mão em meu peito - tá fazendo o que aqui ainda?

- tavin me chamou pra dormir aqui - ele tomba a cabeça pro lado parecendo curioso com o que eu estava fazendo - isso aí não vai queimar não? - ele aponta pra panela, me fazendo lembrar do brigadeiro.

- brigadeiro - volto a atenção a panela.

Ele apenas murmura um "uhum" e senta na banqueta e se apoia no balcão, olho para ele desconfiada e não entendendo sua atitude.

- vai ficar me admirando Rogério? - olho por cima do  ombro.

- algum problema senhora Júlia? - ele arqueia a sobrancelha. Fico calada me concentrando no brigadeiro e ele solta uma risada - já vi que meu olhar te causa danos né?

- apollo já te disseram que seu ego é muito alto?- solto a colher, desligo o fogão e me viro pra ele - E que nem tudo é sobre você? - ele parece pensar um pouco.

- você, só você - ele faz uma cara de deboche e dá uma risadinha - na verdade a maioria das mulheres gostam - ele da de ombros.

- é porque a maioria delas são piradas - dou uma gargalhada junto a ele.

Pego dois pratinhos e coloco o brigadeiro neles, ponho a panela suja na pia, rezando pra minha mãe amanhã não me matar e entrego o prato com maior quantidade de brigadeiro paga apollo.

- pronto, agora desinfeta e vai comer isso com o Otávio - falo empurrando apollo em direção a escanda. Fomos subindo na ponta dos pés rezando para que ninguém acordasse, quando passamos na porta do quarto de Otávio Rogério me parou.

- sabe o que eu estava pensando? - resmunguei um rápido "oque?" - você não quer que eu largue esse brigadeiro lá com o tavin pra fazer você virar uma pirada tbm? - pera ele tá flertando comigo?

- não sei - finjo pensar - tenho que pensar nos danos.

- pensa bem lora - ele me dá um beijo na bochecha e entra para o quarto.

Fico um tempo ali parada processando o que havia acontecido, logo me recomponho e entro para meu quarto. Que loura esse lance do Rogério, o medo de estragar a amizade com ele talvez era maior do que a vontade de se aventurar. Mas vamos ver, até porque só se vive uma vez.

[...]

FETICHE ; APOLLO MCOnde histórias criam vida. Descubra agora