02. Vai ver acontece

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Maria Júlia point of view
Balada - 1:50

A balada estava tão cheia que eu estava pensando e repensando o fato de eu estar ali, a música alta e a multidão estavam me deixando de certa forma irritada.

Barreto deu a ideia de ir na balada para comemorar, apesar de todos estarem muito cansados todo mundo veio. Eu mexia no líquido do meu copo com o canudo, esperando o show começar.

- fala comigo maju - neo parou do meu lado - nunca mais te vi.

- eu estava morando no rj - ele fez uma cara de surpreso.

- caramba como eu não te vi lá? - dei uma risada - quando te conheci você ia pras' baladinhas direto.

- pô, eu estava quietinha no rio - me olhou com uma cara de "você quietinha" - eu estava tá? Por incrível que pareça - dou uma risada.

- não falei nada - ele levantou as mãos em rendição. Olho para o lado e vejo Apollo conversando com uma menina, e uma pontada no meu coração aconteceu - ai, vou nessa - neo diz apenas dou joinha e ele me dá um beijo na testa.

Mais uma vez olho pra minha bebida em minhas mãos percebendo que o copo já estava vazio, e sinceramente, do jeito que estou cansada apenas alguns drinks para aguentar a noite inteira.

Vou até o bar e peço um drink, vejo que ao meu redor já estava bem mais cheio do que antes. Sinto alguém chegar do meu lado porém finjo não ligar, descretamente olho para o lado e vejo Rogério encostado.

- você mal falou comigo maju - ele disse sem olhar pra mim - parece estar me evitando.

- impressão sua apollo - olhei para o menino que estava com um copo de whisky na mão - só pensei que você queria curtir - imediatamente me lembro da cena dele conversando com a menina.

Continuo olhando pra ele percebendo que ele parecia inquieto, parecia que queria dizer algo. Rogério finalmente olhou para mim e disse:

- porque não me contou sobre o que sentia por mim? - uma onda de choque percorreu o meu corpo da cabeça aos pés.

Senti o meu rosto queimar imediatamente sentindo a vergonha, como eu queria sumir agora. Abaixo a cabeça procurando palavras para o responder, e pensando em como eu iria matar a pessoa que contou para ele.

- porque na época eu sabia que não iria pra frente - Rogério me olhava atentamente - não queria estragar nossa amizade.

- na quela época eu te via como uma irmãzinha - ele abaixou a cabeça - talvez iria estragar nossa amizade.

- sim - a única palavra que conseguiu sair da minha boca.

bebi um pouco da minha bebida tentando digerir as palavras. Apesar de ter passado muito tempo desde quando eu era obcecada pelo Rogério, a Maria Júlia de 15 anos está morrendo por dentro com essa conversa.

- mas vai ver acontece - ele me olha dando um sorriso de canto.

Olho espantada para Rogério esperando ele falar que era brincadeira, mas não foi o que aconteceu, ele apenas continuou me olhando parecendo esperar alguma resposta.

- para - disse com a voz arrastada - isso é só o álcool - me virei para o mesmo que estava com a cabeça tombada para o lado rindo da minha resposta.

- você sabe que quando as pessoas estão bebadas, elas falam o que sentem de verdade né? - ele ajeita sua postura, parecendo ficar bem mais alto que o normal.

- amanhã quando você acordar e tentar se lembrar disso, me conta, aí vamos ver se rola - pisco pra ele fazendo sorrir mais que antes, se isso for possível.

Sai dali pensando em como consegui resistir aos encantos de Rogério. Ele estava claramente bebado, e é óbvio que ele não iria lembrar das coisas que havia me dito, apesar de não querer colocar expectativas, a maju de 15 está se revirando dentro de mim.

[...]

FETICHE ; APOLLO MCOnde histórias criam vida. Descubra agora