O Sequestro em Bangkok - FayeYoko

Capítulo 1 - O Assassinato

Era segunda-feira quando os corpos da família do Primeiro Ministro Sanithada Saran foram encontrados no Hotel Grand Hyattwan. Foram achados por funcionários do imóvel, após diversas tentativas de contato pelo interfone. Com autorização do gerente, dois empregados usaram a chave mestra e adentraram o quarto.

O choque e o pavor da camareira e do segurança foram imediatos. Encontraram a esposa e o filho, de apenas oito anos, mortos na cama. A mulher cheia de perfurações no abdome e a criança, ao que parecia, asfixiada com um travesseiro. Um rastro de sangue estava no chão do quarto até ao banheiro e foi seguido pela camareira que encontrou o corpo do homem esfaqueado também.

A ausência do Primeiro Ministro não foi sentida no prédio do Governo Tailandês, pois seus funcionários tinham sido avisados no último fim de semana, de que o líder do Governo passaria uma semana fora com a família. Quando a notícia das mortes chegou no departamento, uma movimentação imediata foi iniciada com protocolos de segurança nacional.

A chefe de polícia, Tenente Engfa Waraha foi designada para resolver o caso. Chegou ao local do crime em menos de uma hora. A camareira e o segurança davam rápidos depoimentos no local, antes de serem convocados oficialmente. O choro continuado da funcionária já incomodava a tenente, que só queria, finalmente, dar uma resposta aos inúmeros jornalistas que aguardavam no saguão do prédio.

Os peritos tiravam fotos de todo o ambiente e fechavam o local com fitas, para impedir que fosse violado e/ou utilizado até a liberação judicial. A perícia tomou as devidas providências e liberou a retirada dos corpos, que foram coletados e levados em sacos pretos pelos legistas. Hóspedes de outros quartos olhavam assustados pela porta.

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O saguão do hotel parecia um formigueiro cheio de repórteres de várias emissoras locais e internacionais. A notícia tinha se espalhado rápido demais. A Tenente Waraha dirigiu-se ao palanque montado provisoriamente, cheio de microfones à sua frente. Sabia que seriam dias de muito trabalho e pressão.

- "Sawasdee Kaaa" - Cumprimentou a todos os presentes na saudação WAI.

A maioria dos presentes iniciaram uma gama de perguntas, uma atrás da outra e a Tenente fez um sinal pedindo calma. Flashes das câmeras fotográficas eram disparados em sequência. As emissoras transmitiam ao vivo a declaração.

- Gostaríamos de externar nossas condolências aos parentes da família do nosso Primeiro Ministro, Sanithada Saran. Infelizmente, o corpo de nosso líder foi encontrado às 06:30 A.M., juntamente com o de sua esposa Maya Saran e seu filho Pitha Saran, aqui, no Hotel Grand Hyattwan. O Primeiro Ministro foi vítima de assassinato. Tirando a criança que foi morta por asfixia, os adultos foram mortos por perfurações em seus corpos. Perfurações que parecem ter sido efetuadas por facas. Logo serão confirmadas pelos legistas. Quero dizer a todos os presentes, ao povo tailandês e ao Mundo, que faremos o possível para descobrir os autores e que os colocaremos atrás das grades o mais breve possível.

Novamente, muitos repórteres iniciaram várias perguntas, os flashes pareciam ainda mais rápidos, mas a Tenente esvaiu-se do local direto para a sede de comando. Já havia sido notificada que o Rei Maha Vajorkorn queria conversar via vídeo com urgência.

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Faye Peraya Malisorn era uma mulher alta, de ombros largos, seios fartos, cabelos compridos e de um sorriso amedrontador, ao mesmo tempo, encantador. Porém, ela era uma assassina cruel, metódica, violenta e líder de um dos grupos mafiosos tailandeses que mais davam trabalho ao Governo.

Sua organização trabalhava parecido com o estilo da máfia italiana. Montavam empresas legais de fachada apenas para ocultar negócios ilícitos. As atividades eram rentáveis, explorando a indústria do turismo sexual principalmente. No entanto, ultimamente, seus negócios estavam voltados para importação e distribuição de cocaína chegando a vender por mais de 610.000 Baht.