Quando eu comecei esse livro, nunca pensei que fosse fazer um texto triste e um motivacional como sequência. Não era o objetivo do livro. Não sei bem qual é, afinal, o objetivo desse livro. Era para ser um espaço para colocar pensamentos. Os meus pensamentos. O título do livro foi pensado porque os meus pensamentos consistem em pensamentos comuns de uma garota comum chamada Isabella.
Querendo ou não, Pensamentos de Isabella soava muito... egocêntrico, talvez?Uma vez eu estava estudando a criação de estórias num vídeo do Raoni Marqs (escritor e desenhista formado em Cinema, criador de mangás e, sinceramente, um cara bem massa) e ele disse: "Sobre o que é a sua história? E por que diabos alguém gostaria de ouvir sobre ela?"
Mas isso não é uma estória. É um monte de reflexões difusas e esperançosas saídas da cabeça de uma adolescente. Eu não faço a menor ideia do porquê você deveria lê-las. Talvez você seja adolescente como eu, talvez seja garota como eu, talvez apenas ache esse livro interessante por alguma razão que não posso entender. Talvez...
Ok. Pausa. Antes de eu explicar a reflexão difusa e talvez-não-esperançosa deste texto, eu tenho que explicar que: nunca pensei que fosse fazer um texto triste e um motivacional como sequência desse livro. Talvez os meus pensamentos sejam assim: motivacionais ou tristes demais. De qualquer forma, acho que livros precisam de pontos baixos também. E preciso dissertar esse ponto baixo porque me pergunto, desesperadamente, se sou a única pessoa que sente que é, ao mesmo tempo, racional e consciente, mas portadora de um caos sentimental interno. Um caos de sentimentos que sugam energia. Ou criam energia, não sei. Uma energia pesada e densa no meu peito. Uma energia ardida nos meus olhos.
Esse texto, só pra deixar claro, é sobre querer ser visto. Talvez não pelo mundo todo, mas por uma única pessoa que, se ela simplesmente olhasse pra você, seria suficiente para preencher o seu corpo com uma felicidade tão... infantil.
Infantil porque seria o tipo de felicidade boba e genuína que faz você se sentir quentinho e... bem.
Aliás, eu tenho que fazer um texto sobre isso depois: eu desaprovo que nos impeçam de nos sentir felizes de forma infantil. Tá tudo bem se você ser feliz por uma coisa idiota como um olhar, um sorriso ou um vídeo que alguém te mandou com a legenda: "Lembrei de vc". Porque a adolescência é uma coisa fodida e confusa onde não temos o luxo de negar qualquer felicidade que seja. Por mais idiota que ela pareça.
Mas às vezes a felicidade infantil não vem. Porque o motivo — tão bobo quanto a felicidade que sentimos — não vem. O olhar não direciona, o sorriso não se abre, a mensagem nunca chega. E nós ficamos, como bobos, se perguntando o que fizemos de errado. Ou melhor: como bobas. Normalmente é uma paranóia feminina. A gente revisa mil vezes o que fizemos, nos perguntando em que momento nós magoamos aquela pessoa. Ou o que fizemos para não merecer um olhar. Ou um sorriso, ou qualquer bosta que seja.
Ficamos encarando o celular, ou a pessoa no outro canto da sala, e sentimos uma versão de nós mesmos pulando em nossos estômagos, acenando e dizendo: "Eu tô aqui". E essa versão de nós se veste com uma roupa rosa fluorescente, pula mais alto e muda "Eu tô aqui" para "EU TÔ AQUI".
E não é suficiente.
Às vezes não é suficiente.E eu sei, eu sei que é uma merda. Eu sei que você só quer ser notado ou reconhecido. E eu sei que às vezes as pessoas nem fazem por mal. As pessoas não podem entrar na nossa cabeça — elas não sabem o que a gente quer. Elas nem podem adivinhar que a gente tá precisando de um sorriso. Eu sei de tudo isso. E mesmo assim eu queria que eu não tivesse que dar o primeiro passo.
Talvez eu não seja a única que queira isso. Talvez por isso os nossos romances de garota estão recheados de mocinhos e bad boys que sempre fazem questão. Sempre estão correndo atrás da mocinha, pensando no jeito mais genial de roubar o coração dela.Mesmo assim... mesmo assim... às vezes o primeiro passo tem que ser nosso. E às vezes estamos circulados de pessoas que vão retribuir esse primeiro passo se, em vez de ficar encarando a tela do celular, nós mesmos digitarmos a mensagem. Experimente você direcionar o seu olhar. Ou abrir o seu sorriso. Às vezes pode ajudar alguém e você nem sabe.
E não, isso não vai mudar o fato de que você vai sentir sua versão interna pulando no seu estômago. Mas no fim do dia você vai saber que fez a sua parte por alguém.
E acredite. Um dia alguém vai fazer a parte dela por você.
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Pensamento de Garota Como as Outras
Random"Pensamento de Garota Como as Outras" é uma coletânea de pensamentos que pertencem a uma garota chamada Isabella. Prazer, essa sou eu. Poéticos, dramáticos, motivadores, tristes... Meus pensamentos são expressos na minha maior arma como escritora: p...