Ato 1.7

0 0 0
                                    

      Avisinho   lindo  o ml ainda não apareceu kkkkkkk

Beijo lindas Rosas, aproveitem 😘 💋

________________





                          O corvo
    
                     O cantar de um corvo,

             Apavora até a mais corajosa alma
      
                                            - B.K.





Na pequena cabana, Damian caminhava de um lado para o outro, os pensamentos girando como um redemoinho. A lareira aquecia o ambiente. Do lado de fora, o céu começou a cobrir com grossas nuvens que antes não mostravam sinais de existir. Ali naquele simples refúgio ele finalmente podia se concentrar em planos futuros.

Asher a pouco havia partido, indo encontrar-se com seu pai, o conde, e Damian pressentia que seu agora aliado estava entrando em um campo minado. Damian não conhecia profundamente o conde, mas o pouco que sabia, Marius não era alguém confiável. A partida de Asher, no entanto, permitia a Damian focar em outra questão urgente: sua nova aliança e o futuro confronto com Negan.

Damian sabia que sozinho não poderia enfrentar Negan. Ele precisava de aliados confiáveis, homens que pudessem estar ao seu lado em batalha. Por isso, antes mesmo de firmar essa aliança, ele convocou um de seus fiéis homens, alguém que tinha sido seu braço direito em várias batalhas.

Com um grunhido de um corvo, a porta foi batida. Damian caminhou até ela, abrindo-a com cautela, seus olhos atentos, analisando a figura que se escondia por uma longa capa preta. O homem era alto com uma barba espessa que lhe dava uma aparência selvagem, mas seus olhos brilhavam com lealdade:

- Entre, Ragnor. – Disse Damian, abrindo a porta completamente. O homem assentiu e entrou na cabana, retirando o capuz da cabeça, revelando seu rosto repleto de cicatrizes de inúmeras batalhas.

- Milorde. – Cumprimentou, seu joelho dobrado no chão, a voz grave familiar. – Fiquei surpreso ao receber sua mensagem. Foi-me informado que estava desaparecido, possivelmente morto.

- Houve alguns imprevistos. – Respondeu, voltando à mesa no centro do cômodo. Sentou-se em uma das cadeiras fazendo um gesto para que Ragnor se juntasse a ele. -Mas, como vê, estou vivo e bem. E possuo um assunto de extrema importância para discutirmos.

Ragnor se aproximou e sentou-se na cadeira oposta, inclinando-se ligeiramente para frente, os olhos fixos no semblante sério de Damian: - Alex é uma ameaça. – Começou. – E seu poder está crescendo rapidamente. Ele está construindo aliança com famílias poderosas, e se não agirmos rapidamente suas forças nos esmagar.

- Eu ouvi rumores, dentre a guarda real. – Ragnor expressou em um tom sombrio. -  Alex está usando força e medo para controlar seus homens. Ele possui um esmagador número de homens, secretamente ao seu comando.

Damian assentiu, suas iris azuis como um oceano turbulento: - Exatamente. E eu não posso enfrentá-lo sozinho. Não possuo homens suficientes ao meu comando. – Um pesado suspiro deixou seus lábios. – Mas eu fiz um aliado. Alguém que poderá mudar o curso desse confronto, que a de vir.

Ragnor ergueu uma sobrancelha, intrigado. Conhecia suficientemente Damian para saber que ele era um estrategista cuidadoso, alguém que não fazia alianças levianamente. Se Damian havia confiado em outra pessoa, era porque ele acreditava firmemente no potencial dessa união.

- Quem seria esse aliado, milorde? – Perguntou, o tom de sua voz revelando mais do que uma simples curiosidade. Havia preocupação ali, uma cautela que vinha de anos de batalhas e traições. Damian sabia que seu homem de confiança não aceitava mudanças sem provas de que eram seguras.

- Asher. – Respondeu sem hesitar, seu vínculo de confiança ainda tinha de ser fortalecido, mas isso não o impedia de olhar firmemente nos olhos de Ragnor enquanto proferida essas palavras. – Ele é astuto, feroz, e não possui laços que o prendam. Nos encontramos por acaso, mas nossa causa agora é uma só.

Ragnor pareceu ponderar a revelação por um momento, o cenho franzido. Havia ouvido falar de Asher antes, o nobre filho de um conde, um gênio estrategista deprimente, alguém com muitos segredos: - Você confia nele, meu senhor? – Perguntou, sua voz delatando preocupação.

Damian inclinou-se na cadeira, a madeira rangendo sob seu peso enquanto entrelaça os dedos: - Confio. – Disse. – Asher salvou minha vida, e ele não tinha razão para fazê-lo. Mais do que isso, ele está comprometido em derrubar o príncipe e o duque, quanto eu. Nossas motivações podem não ser as mesmas, mas nossos objetivos são.

Ragnor assentiu lentamente, aceitando as palavras de Damian, mas não completamente à vontade: - Então o que devemos fazer? – Perguntou, voltando ao assunto principal. – Qual o plano?

Damian se levantou, pegando um pergaminho enrolado em uma prateleira ao lado. Ele o desenrolou, revelando um mapa detalhado do continente, um grande ‘x’ vermelho estava desenhado sobre pontos estratégicos do território de Negan:

- Este é o território de Negan. – Disse Damian, apontando os diversos pontos marcados. – Temos que ter uma estratégia que mobilize todos, ou os máximos, que conseguimos desses pontos de uma vez.
Ragnor observou atentamente, os olhos avaliando as distâncias e as possíveis rotas de ataque.

- Ele está cercado por aliados e mercenários, que não hesitaria em tirar vidas por algumas moedas.

- Exato. – Concordou Damian. – E por esse motivo, não podemos fazer um ataque de frente. Precisamos enfraquecê-lo. Derrubar todas suas rotas principais e aos poucos ir cercando-o.

- Como faremos isso. – Questionou Ragnor. – Negan é um homem que possui olhos em todos os lugares. Ele perceberá assim que fizermos o primeiro movimento.

- Por isso lhe chamei aqui hoje. – Começou Damian. – Você ficará responsável de reunir nossos homens. E eu entrarei em contato com um velho conhecido, que melhor que ninguém conhece o duque.

Ragnor coçou a barba, pensativo: - Um enorme tabuleiro de xadrez. – Murmurou. – Cada peça tem de ser estrategicamente posicionada.

Damian assentiu: - Exatamente. Mas enquanto essa longa guerra não eclodir, nossa principal ação será juntar aliados e formar planos de estratégia que evitem o máximo possível baixas.

Ragnor assentiu: - Começarei a preparar nossos homens.

- Faça isso. – Disse Damian, levantando-se. – Mas por essa noite descanse.

A chuva caia em grossas camadas, enquanto os lampiões na cabana tremulavam levemente antes de serem apagados com um sopro.

___________

Asher saiu da oficina com passos pesados, ao som de suas botas ecoando pelos corredores. Essa conversa foi menos que produtiva, a raiva fervia ocultamente em suas veias. Marius não era alguém fácil de lidar, sua arrogância e orgulho, tornava qualquer tentativa de diálogo em algo impossível.
Asher chegou ao seu quarto e fechou a porta atrás de si, soltando um profundo suspiro, enquanto a tensão do dia começava a recair sobre seus ombros. As chamas da lareira afastavam o frio que a forte chuva trazia consigo.

Caminhou até a mesa no centro do quarto, pergaminhos e mapas se espalharam pelo móvel, suas diversas pesquisas que o fizeram ganhar prêmios na faculdade imperial. Sentou-se na cadeira de madeira, pegando a pena e começando a revisar os papéis à sua frente, seus olhos se movendo rapidamente pelas informações ali escritas.

Seus pensamentos foram interrompidos por leves batidas na porta. Asher franziu a sobrancelha, nenhum servo deveria estar acordado a esse horário. Levantou-se, atravessando o quarto, uma mão deslizando discretamente para a pistola escondida em sua cintura. Abriu a porta apenas o suficiente para ver quem estava do outro lado. Um jovem de olhos rebeldes e bochechas queimadas pelo sol, Erick:

- Milorde, fiquei sabendo de sua iminente partida. - Sua voz grave e familiar, acalmaram os nervos de Asher. – Vim lhe ajudar a preparar suas maletas.

- Erick. – Disse. – Por favor, entre meu amigo. E sua ajuda é mais que bem-vinda.

Erick assentiu adentrando o cômodo. Seus olhos percorrem os papéis à mesa: - Não sei o que você planeja, Asher. – Começou. – Mas saiba que o conde não o deixará ir tão facilmente.

- Sei disso. E estou preparado. – Colocou uma mão no ombro alheio como forma de conforto. – Não me importo com as consequências que isso possa causar.

Erick se aproximou, colando sua testa a de Asher: - Prometa-me, amicus meus*. Prometa-me pela mãe terra que ficara seguro. – Seus olhos carregava uma profunda dor.

- Eu prometo. – Erick deu um sorriso aliviado, e como um singelo bater de asas seus lábios se encontraram momentaneamente, selando essa promessa com o badalar da chuva.

- Escreva-me sempre que poder. – Suas testas continuavam coladas. – Nao importa o conteúdo, apenas desejo saber com você se encontra. – Os olhos esmeralda ainda contém uma profunda tormenta de preocupações.

- Escreverei. – Respondeu Asher. – Me mantenha atualizado sobre tudo o que acontecer na mansão.

- Manterei.

Rosas: Rebeldes ao Trono Onde histórias criam vida. Descubra agora