Ato 1.8

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                                   A partida
                          
             Uma alma se consolida com a dor
           E um coraçao se parte com o adeus
                                                                       -B.K.

O som das espadas chocando permeàva o ar, os gritos de pura agonia misturadas ao cheiro metálico do sangue. Suas mãos cerraram-se sobre a espada, ao seu lado Ragnor se encontrava respirando entrecortada mente, seu corpo coberto de sangue e fuligem.

O cenário ao redor de Damian era desolador. O campo de batalha se estendia por milhas, uma vasta planície enegrecida pela guerra. O céu acinzentado quase parecia declarar um mundo sem esperança. O som ensurdecedor da batalha, os tiros que passaram voando, os gritos de dor e os comandos ressoando em várias línguas misturavam-se em uma cacofonia violenta.

Ragnor, grande e imponente, lutava com a determinação e a força de um guerreiro que ano temia a morte. Sua armadura despedaçada em alguns lugares. Ele sentia a fadiga corroer seus músculos, mas apesar disso cada golpe que deferia era mortal.

Damian, com seus sentidos aguçados, estava ao auge de suas capacidades. Seus olhos ferozes e determinados, procuravam constantemente por brechas que pudesse aproveitar:

- Mantenha-se firme! – Gritou Ragnor, sem desviar os olhos de seu oponente. O som de sua voz era grave e profundo, como um trovão em noite de tempestade.

Damian nao precisava ser lembrado. Seu foco era absoluto. Enquanto sua espada cortava a carne e o metal, ele se movia com uma graça quase felina, desviando, bloqueando, atacando com precisão de alguém que já havia sobrevivido a lutas.

O inimigo que enfrentavam era cruel. Não possuíam a vantagem de um exército bem treinado, mas sim de uma força implacável e selvagem. Esses homens vinham de terras distantes, bárbaros que invadiam vilas, saqueavam cidades e espalhavam o terror por onde passavam:

- Damian! – A voz de Ragnor o distraiu por um momento, sentiu sua visão ficar manchada com sangue, seu olho latejava enormemente.

Instintivamente Damian agiu. Levantou sua espada fazendo a cabeça do bárbaro voar longe o sangue voando em todos os lugares, sem mais tempo a perder, correu até Ragnor para o ajudar, desviando-se de tiros, lanças e espadas.

Em um movimento fluido levantou sua espada, girando, para interceptar o ataque contra o amigo. O som do metal colidindo com metal reverbero. Ragnor sem hesitar, girou e cortou o atacante, seu rosto mostrando um sorriso selvagem de aprovação para o jovem príncipe:

- Ainda não está cansado, vossa alteza? – Gritou Ragnor por sobre o caos, sua voz contendo adrenalina e diversão, como se essa intensa batalha não passasse de mais um desafio.

Damian não respondeu com palavras. Não havia tempo para conversas, ele apenas assentiu seus olhos fixos no próximo oponente. Cada segundo era uma luta pela sobrevivência.

Foi então que o clarim soou, um som grave e profundo que cortou o barulho da batalha. Damian reconheceu imediatamente o toque, era o sinal de retirada. Suas forças estavam sendo sobrepujadas, e o comandante havia decidido recuar para uma posição mais defensiva:

- Ragnor! Temos que recuar! – Gritou Damian, já começando a dar passos para atrás, a contragosto.

Ragnor olhou em volta, avaliando toda a situação. Ele odiava a ideia de recuar, de dar qualquer terreno ao inimigo, mas sabia que continuar ali seria suicídio: - Malditos sejam! – Rugiu Ragnor, enquanto bloqueava um ataque particularmente feroz. – Vamos então, antes que esses vermes nos engulam vivos.

Rosas: Rebeldes ao Trono Onde histórias criam vida. Descubra agora