Jantar

35 3 16
                                    

O som do alarme destravando o automóvel foi-se ouvindo no ecoar da noite. Quando as luzes acesas da universidade anunciavam o fim do último turno, e o estacionamento já estava quase, para não dizer completamente vazio.

— Carro bonito. - A voz de Off que estava encostado no automóvel de braços cruzados, fez o professor dar um pulo em susto.

— Quem é você?

Jumpol não respondeu, apenas agarrou a gola do homem mais velho e o jogou contra o capô do carro, socando sua cabeça na lataria repetidas vezes a ponto dela amassar:
— Escute bem, seu filho da puta. Eu procurei toda a sua ficha, sei que tem mulher e filhos, assim como também sei que já foi acusado por abusar e assediar vários alunos, e encobriu tudo com o seu dinheiro. Mas não pense que vai escapar de novo, porque eu te garanto que se encostar um único dedo em Atthaphan Phunsawat, não vai existir anistia. E se quiser me denunciar ou me confrontar na justiça, saiba que eu posso pagar o dobro do que você tem a oferecer e o único atrás das grades vai ser você, eu não me importo de transformar o tribunal em um leilão. Está me ouvindo? - O homem que já cuspia sangue acenou em pânico e completamente zonzo, mas Off não terminou: - E caso venha aos meus ouvidos que você prejudicou Gun, eu faço questão de expor em um telão para toda a sua família assistir como você abusa dos seus alunos.

— E onde pretende arranjar... esse tipo de prova?

Jumpol socou novamente a cabeça do homem contra o capô de seu próprio carro, retirando seu celular do bolso e o forçando a assistir a prova de um assédio que ocorreu à cerca de um ano atrás, que foi inicialmente encoberto pela justiça;

— Você tem contatos? Pois eu te garanto que tenho o dobro.

Na manhã seguinte, Atthaphan acordou apático. Seu corpo sofria com dor psicológica e isso era devido ao dia anterior onde engoliu toda a angústia de sentir-se nada além de um ser humano vulnerável que não conseguiu reagir a um assédio. Notou que desde o início sempre serviu como moeda de troca para a maior parte dos homens que dialogou devido a sua realidade. E no fundo desejava não ter que ser tão forte o tempo inteiro.

— Amor, o que acha de sairmos para jantar hoje? - Champ questionou, e Gun franziu o cenho.

— Por que isso do nada? - Questionou enquanto tomava café, encostado na bancada.

— Quase nunca saímos a sós. E eu sinto falta disso, você estuda, trabalha e dorme, não temos mais um tempo para nós dois. - Gun o observou se aproximar, sentindo os lábios alheios sobre os seus. Agora ele beijava seu namorado na mesma bancada em que seu amante o masturbou. O que lhe fez pensar o quanto sua vida desandou de um ano a outro.

— Certo. - Foi paciente, ainda não estava na posição de relutar e dar a entender que seu relacionamento havia esfriado completamente.

A chegada na faculdade foi pacata. Gun não estava empolgado de estar naquele ambiente em que agora se sentia nada além de uma presa. Ele respirou fundo, apertando sua bolsa de tecido e esfregando seu rosto, partindo a caminhar. No corredor para a sua sala, ele deveria passar pela ala dos professores, e não pôde deixar de olhar por trás do vidro por alguns segundos. Mas quando seus olhos se encontraram com os daquele professor, ele arregalou-os e apertou o passo, o que foi inútil, pois foi bravamente seguido até que seu braço fosse segurado.

— Khun Phunsawat, podemos conversar?

— Eu estou atrasado.

— Os professores não se importam com isso, chegará a tempo da próxima chamada.

Gun olhou para cima, havia uma câmera, então ele imaginou que o homem seria incapaz de tentar algo naquele momento. Por isso, Atthaphan respirou fundo e acenou:

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 12 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Condenados - offgunOnde histórias criam vida. Descubra agora