Estagiária

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— Você realmente quer voltar pra casa? - Jumpol questionou relutante, e Gun sorriu para ele.

— Eu não quero, mas eu preciso.

— Quando vamos falar sobre o fato de eu poder te tirar de lá?

Atthaphan respirou fundo, estava frio então a névoa branca saiu por seus lábios como fumaça enquanto se mantinha encostado na Lamborghini cara de seu amante.

— Uma vez Tay disse que você é mais de fazer do que de falar. - Inclinou a cabeça para o lado: - Notei ser verdade com o passar do tempo ao seu lado.

Off sentiu as mãos tocarem seu ombro pouco antes daqueles braços o abraçarem pelo pescoço. Sua feição mantinha-se séria mesmo que aquele abraço fosse retribuído.

— Por que quer continuar lá? Transando com uma pessoa que pode explodir a qualquer momento quando poderia simplesmente sair.

— É muito mais profundo que isso, doutor. Mas garanto que tudo vai ficar mais fácil para mim... para nós, com o passar das semanas. Só tenha um pouco de paciência comigo.

— Paciência não é a questão, seu maluco teimoso. - Respondeu, deixando um selinho nos lábios desavisados. Gun expôs suas covinhas em resposta, negando com a cabeça.

— Pode me deixar no ponto de ônibus mais próximo da minha casa. Me deixar na porta seria uma péssima ideia.

— Se ele encostar em você de novo...

— Quebro as pernas dele e envio para o meu doutor concertar.

— Vou substituir anestesia por brodifacoum.

— E o que seria isso?

— Veneno de rato. - Gun riu e Off também:
- Vamos, eu vou te levar para o ponto.

Os dois entraram no carro, Jumpol era naturalmente silencioso, e aquilo por vezes já incomodou Phunsawat. Mas naquela noite era um silêncio confortável, Off tinha problemas com palavras e demonstrava o que sentia com gestos, como oferecer sua mão livre para que Gun segurasse enquanto a outra movimentava o volante pela estrada.

— Chegamos. - Jumpol suspirou, destrancando a porta.

— Obrigado, P'Off. - Ele estava pronto para abrir e sair, mas ela foi trancada novamente: - O que foi isso?

— Você vai sair assim?

— Assim? - Gun arqueou a sobrancelha, e Off a franziu: - Ah... - ele riu, negando com a cabeça e se aproximando para deixar um selinho na boca que o esperava, quando o fez ele ouviu a tranca da porta destravar outra vez: - Você não aparentava ser esse tipo de cara.

— Esse tipo de cara?

— Romântico.

— Eu não sou.

— Vai continuar dizendo que o que faz por mim é o mínimo?

— Mas é o mínimo, o mínimo que fazemos por alguém que gostamos pelo menos.

— Romanticamente falando?

Jumpol deu um meio sorriso, encostando a cabeça no banco:
— Romanticamente falando.

Atthaphan por sua vez deu um sorriso completo:
— Certo, eu preciso mesmo ir agora.

— Nos vemos amanhã.

— No trabalho? - Brincou.

— No trabalho.

Com um acenou de cabeça, Gun saiu do automóvel que poderia lhe pagar um apartamento, para voltar de ônibus. Ele estava flutuando, mas é claro que não era atoa, Jumpol era carinhoso, prestativo e para ajudar, sabia levar Gun ao seu paraíso mais devasso apenas usando a mão. O psicólogo jamais esqueceria da voz enraivecida e bruta em seu ouvido, ordenando para que ele não se segurasse, da mesma forma que se lembraria que segundos após o feito Off massageava sua perna agindo como se não tivesse feito um homem ter o melhor orgasmo de sua vida. Se antes Gun já o desejava intensamente, agora essa sede se tornaria insuportável.

Condenados - offgunOnde histórias criam vida. Descubra agora