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A insônia é um dos estágios mais cansativos da ansiedade, o ser humano precisa de uma rotina de sono para viver e quando isso é roubado dele parece que nada de fato resta. Antes mesmo de seu namorado acordar, Phunsawat já passava café, havia desistido de dormir então o que lhe restava era manter-se funcional.

— Já está acordado? - Champ questionou confuso. E olhando para a água fervendo que escorria pelo filtro de pano Gun respirou fundo. Forçou então seu melhor sorriso e se virou;

— Fiz café para você. - Não era mentira, ele realmente havia feito. Como já enfrentava o alto mar então o que lhe restava era não entrar em pânico para sobreviver, e sua opção para acalmar a si mesmo era fugir da correnteza dolorosa e cansativa.

— Oh... isso parece delicioso, querido. Mas não precisava acordar tão cedo, você está de folga hoje. - Respondeu dando um beijo em sua bochecha, descendo até o seu pescoço, quando foi afastado de modo desajeitado.

— Eu estou, mas... preciso comprar uns livros para a faculdade. Então vou dar uma volta e ver se acho os atacados por menor preço.

— Cedo assim?

— A cidade não vai estar tão cheia.

— Hnm... - Champ acenou: - Então vá.

Gun acenou e recolheu sua ecobag do suporte, onde já estava sua carteira e tudo que supostamente precisaria, mesmo que ele não tivesse intenção alguma de comprar algo de fato. Quando desceu as escadas sentiu o olhar preocupado do porteiro, que tornou-se persistente durante a semana, o que foi ignorado.

Quando o homem saiu seu celular vibrou, e imediatamente ele retirou de seu bolso e atendeu a ligação:

— Sim? - Questionou e foi respondido por uma voz feminina.

[Senhor Atthaphan Phunsawat?]

— Sim, sou eu. - Ele torcia firmemente por não ser uma cobrança.

[Aqui é da penitenciária, a diretora pede para que você compareça as 10:30 para uma reunião particular.]

— Mas... hoje é o meu dia de folga.

[Será apenas uma reunião de urgência, senhor, logo em seguida poderá voltar pra casa.]

— Tudo menos ser demitido, eu imploro. - Sussurrou olhando para o céu, com o celular colado ao peito.

[O que disse, senhor?]

— O quê? Ah, não... não foi nada. Estarei presente no horário.

[Okay, tenha um bom dia.]

— Obrigado. - mas ela já havia desligado.

Chegando lá ele apresentou seus documentos e como de costume seu acesso foi permitido, sendo guiado até a sala da diretoria, aonde sentou-se e foi recepcionado por um sorriso gentil de uma mulher engravatada. Eles se cumprimentaram com uma aperto de mão e logo iniciaram o diálogo:

— Bom, senhor Atthaphan, não vou me prolongar. Após uma conversa com o seu mentor, nós da gestão e do RH chegamos a conclusão que trocaremos a sua função e mandaremos o senhor para a instalação da enfermaria, seu novo colega será Tay Tawan e você dará auxílio psicológico aos penitenciários durante as sessões coletivas. - Gun sentiu seu corpo gelar, mas antes que pudesse falar a mulher completou: - Com isso o seu salário terá um aumento de 40%... é o cargo de salário mais alto do presídio atualmente devido a falta de demanda.

Mas Atthaphan tão pouco ouviu as últimas palavras, seu corpo estava frio e sua cabeça estava quente, seu punho estava cerrado e seu cenho franzido:

— Off Jumpol está aqui?

Condenados - offgunOnde histórias criam vida. Descubra agora