Divergente: além do que os olhos veem.

Sem facção

                              🪨 | Lana's
                                              Vision.

No outro dia, Quatro nos acordou mandando-nos para o fosso.

Nos arrumamos às pressas e chegamos até o local, encontrando mais pessoas ali.

— Temos dois métodos de treinamento, físico e mental. Terá que levar o seu corpo e mente ao limite, vencer o seu medo ou ser vencido por ele.

Quatro começou a falar assim que nos viu chegar.

— Dependendo do desemprenho de vocês, será definido a posição que vão ficar. Serão treinados separados dos da audácia mas vão ser avaliados juntos.

— A classificação irá determinar quem será cortado da audácia.

Eric cortou quatro e quando terminou de falar Cristina já estava de boca aberta.

— Como assim cortado?

— Não vai mais pertencer a audácia, se estiver na classificação baixa, está com medo?

Ele chegou mais perto de Cristina, a olhando de perto.

— E para onde vamos?

— Será um sem facção.

— Por que não nos avisaram?

— É, isso deveria ser falado antes.

O barulho que se formou ali foi praticamente ensurdecedor, todos estavam contestando, com medo de acabar como os que tanto julgaram lá fora.

— Silêncio!

Eric disse em um tom alto, não precisou de muito para que o silêncio pairasse ali.

— Se isso fosse falado antes, teriam escolhido outra facção? Então não pertencem a audácia.

Curto e grosso, como sempre.

Fomos mandados para um ginásio gigantesco, corremos, lutamos com espuma, pulamos, fizemos tudo o que podíamos para ficarmos exaustos.

Na parte do tiro eu consegui acertar apenas um tiro de raspão.

— Já deveria ter acertado mais, se formos olhar as estatísticas.

Will me olhou enquanto falava.
Ele tinha razão, não sei se conseguiria me adaptar aqui, mas eu daria um jeito.

Quatro foi chamado pelo pequeno rádio, significa que iríamos também.

Corremos por um longo tempo até o local, encontrando dois da audácia. Quatro conversava com eles, não conseguia ouvir. Ao estreitar a vista consegui ver que mais à frente estavam alguns sem facção.

— Olha lá, careta, sua nova família.

Um idiota se aproximou de mim e começou a falar. Como que era o nome dele mesmo?

— Vamos, voltando!

A voz de Quatro me despertou, virei o olhar começando a correr, não ligando para aquele idiota.

Voltamos para a base. Alguns estavam lutando, logo seria a minha vez.

— Está nervosa?

Cristina me perguntou.

— Um pouco, e você?

— Acho que vou levar uma surra feia.

— Calma lá, não é bem assim, tem que mostrar que consegue.

Falei enquanto ria junto com ela.
Ela rapidamente parou de rir, eu estranhei mas quando eu olhei para onde ela estava olhando, fiquei quieta também.

Eric estavam nos olhando feio.

— Primeira a pular, vá para o ringue. Última a pular também.

Fomos até o ringue.
A menina tinha mais força que eu, como que eu conseguiria sair ilesa disso?

Só pensava em largar tudo e correr mas virar uma sem facção agora não era uma opção.

— Lutarão até uma de vocês não aguentar mais. - Eric nos olhou ao falar.

— Ou então, quando uma de vocês entregarem a luta. - Quatro completou enquanto me olhava.

— Essas não regras passadas, a primeira prevalece.

Eric o olhou torto, agora que eu não podia vacilar mesmo.

Ao terminar de falar a garota avançou em mim.
Foi tão rápido que apenas o que fiz foi andar para trás.

Quando voltei ela tentou dar o seu primeiro soco, consegui desviar mas ainda tentei investir, não consegui.

Corri em direção a ela, consegui acertar um soco no rosto dela. Ela me acertou outro, assim que cai no chão ela caiu em cima de mim.

Minha vista escureceu e senti que havia sido arrastada.

Quatro me sentou em um lugar e me entregou uma bolsa de gelo.

A luta seguiu e quando todos já haviam lutado, as nossas posições foram atualizadas.

— Essas são suas posições, se estirem abaixo da linha até o final, vão para fora.

Minha posição estava em trigésimo segundo lugar.

Eu não sei se conseguiria reverter isso.

— Acho que não vou conseguir.

Olhei para Cristina enquanto conversávamos.

— Você sabe que vai.

Ela me confortou, na verdade, eu não sabia.

— Lana, você pode evoluir mais do que já estão em cima. - Will se intrometeu a falar.

— Verdade, Lana, Will tem razão.

Cristina completou me olhando.

Eles tinham razão, não podia me lamentar, se fizesse apenas isso não sairia do lugar.

Eu tenho que agir.