Pedindo para morrer

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                                 🪨 | Lana's
                                              Vision.

Depois de um longo tempo, a cerimônia finalmente chegou ao fim.

O pessoal da audácia se juntou para ir embora, eu consegui olhar para os meus pais, mas não por muito tempo, o semblante abatido deles me afetou de uma maneira forte.

E ao sair do local a gritaria começou, todos felizes, se sentindo si mesmos, sem restrições.

Eu me senti sem restrições.

Pelo menos por um pouco de tempo, até me sentir sozinha e com a sensação que abandonei a minha família.

Lana, isso não importa mais.
Quer dizer, importa sim, é a sua família.

Mas eu deveria aproveitar já que não tem mais como voltar atrás.

E foi exatamente isso o que eu fiz, corri junto com os outros como se nunca tivesse corrido antes, me sentindo livre.

Apesar de ser estranho, eu não poderia me prender mais, já estava aqui.

Fomos até a ponte de Chicago e ali vi o meu primeiro desafio.

Todos escalavam com tanta facilidade que só de encarar aquilo me arrepiava levemente, eu fui então subindo aos poucos mas ao mesmo tempo rápido o suficiente para alcançar os demais.

Todos aqui são tão fortes, eu tenho que dar o meu melhor. Com a força que fiz consegui subir.

A adrenalina que estava passando pelo meu corpo me deixava extasiada, com coragem e valente.

O trem buzinou de uma forma que quase me deixou surda, fiquei quieta esperando ele passar.

— Corram! Corram!

Ouvi os gritos e então me apressei, isso só podia ser coisa de louco.

Todos subiram de pressa e quando o chão já estava quase faltando consegui subir.

Me sentei no chão e abaixei a cabeça, eu teria que me acostumar com isso.

Ouvi uma risada baixa ao meu lado, assim que olhei lá estava uma garota me olhando e rindo baixo.

— Sou Cristina.

— Lane.

— É impressão minha ou estão tentando nos matar?

— Eu pensei a mesma coisa.

Disse sorrindo enquanto a olhava.

Todos se levantaram e fizemos o mesmo, alguns prédios passaram e logo vimos todos pularem.

— Estão pulando.

Olhei para Cristina um pouco assustada enquanto dizia.
Vi os seus olhos se arregalarem antes dela vim até mim para olhar também.

— O que? E se a gente não pular?

Ela parecia mais nervosa do que eu.

— O que você acha, vai virar um sem facção.

Um garoto de cabelo castanho praticamente nos empurrou para sairmos do caminho dele, nos olhou de cima a baixo e pulou.

Olhei o vagão e já estava vazio, Cristina já havia entendido o recado antes mesmo que eu pudesse falar alguma coisa. Ela começou a contar.

"Um...dois...três..."

Pegamos o impulso e então pulamos, caímos feito dois sacos de batata.

Rimos assim que nos olhamos, acho que hoje está sendo um dia de muita loucura para nós duas.

Divergente: além do que os olhos veem.Onde histórias criam vida. Descubra agora