A Velocidade do Amor. | Imagine Rosé

Capítulo 23 - Until I Found You

POV Rosé

O hotel estava silencioso naquela noite. Mais silencioso do que o normal. Depois de Jennie e Jisoo sairam do quarto para serem as primeiras a se arrumarem antes do show, fui tomada por uma sensação de vazio que parecia não ter fim. A cada segundo que passava, a realidade de que eu precisava falar com Santoro se tornava mais clara, como se as paredes do hotel estivessem me empurrando em direção a ela, me forçando a agir.

Eu me sentei na beirada da cama, encarando o celular que estava ao meu lado. Ele parecia pesar toneladas, como se a simples ideia de pegar o aparelho e discar o número dela fosse um esforço físico gigantesco. Eu poderia ligar. Eu deveria ligar. Mas e se ela não quisesse falar comigo? E se... eu fosse tarde demais?

O peso da dúvida me sufocava, mas, ao mesmo tempo, havia uma urgência crescente dentro de mim, algo que eu não conseguia ignorar. Por que estou tão assustada? - perguntei a mim mesma. Era tão simples: uma ligação, uma conversa, uma chance de explicar tudo. Mas meu coração batia com tanta força que parecia estar tentando sair do meu peito.

Eu queria que tudo fosse diferente. Queria voltar no tempo, antes de tudo desmoronar, antes que eu tivesse dito coisas que não deveria. Antes de Santoro ter se revelado ao mundo com tanta coragem, enquanto eu permaneci escondida em meus medos.

Deitei-me na cama, meus olhos fixos no teto enquanto os pensamentos continuavam a girar, me prendendo em um ciclo interminável de "e se?". E se eu não tivesse me afastado? E se eu tivesse lutado por ela antes? Mas todos esses pensamentos eram inúteis agora. O que eu precisava fazer não era olhar para trás, mas sim seguir em frente.

Me sentei novamente, tomando coragem, e peguei o celular. Meu dedo pairou sobre o número dela, o coração martelando no peito. Estava prestes a apertar o botão de chamada quando ouvi uma batida na porta.

- Rosie? - Era Lisa. Sua voz estava suave, mas havia uma urgência ali que fez meu coração disparar.

- Pode entrar - respondi, me esforçando para parecer mais tranquila do que realmente estava.

Lisa entrou devagar, e seus olhos se fixaram em mim imediatamente, como se ela soubesse exatamente o que estava passando pela minha cabeça. Ela se aproximou, sentando-se ao meu lado na cama sem dizer uma palavra.

Por um momento, o silêncio entre nós foi denso, quase sufocante. Então, Lisa soltou um longo suspiro, e seus ombros relaxaram levemente.

- Eu vi você com o celular - ela disse, sem rodeios. - Estava pensando em ligar para ela, não estava?

Eu assenti, sentindo meu rosto queimar um pouco.

- Sim... mas não sei se estou pronta.

Lisa riu suavemente, mas não havia humor em seu riso.

- Pronta? Rosé, ninguém nunca está pronta para lidar com esse tipo de coisa. Mas às vezes, a gente precisa fazer o que é certo, mesmo quando o medo está gritando na nossa cabeça.

Eu olhei para ela, surpresa com a clareza das suas palavras. Lisa sempre foi assim. Ela sabia exatamente o que dizer quando mais precisávamos, mesmo que não tivéssemos coragem de ouvir.

- Eu só... não sei o que dizer - confessei, a voz saindo mais baixa do que eu pretendia.

Lisa inclinou a cabeça, seu olhar se suavizando.

- Fale o que está no seu coração, Rosie. Isso é o suficiente.

As palavras dela me atingiram como uma flecha. O que está no meu coração? Eu sabia a resposta para essa pergunta, mas admiti-la em voz alta parecia assustador. O que estava no meu coração era a S/N. Sempre foi. Desde o primeiro momento em que nos conhecemos, ela havia se enraizado em mim de uma maneira que eu não sabia explicar.