Capítulo 21 - Milão

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POV ROSÉ

Eu estava na arquibancada, os olhos fixos na pista, o coração acelerado. Cada fibra do meu ser vibrava com uma tensão quase insuportável, como se pressentisse que algo terrível estava para acontecer. A adrenalina corria em minhas veias, misturada com um medo inexplicável que parecia crescer a cada volta, apertando meu peito como uma mão invisível, sufocando meu fôlego a cada segundo que passava.

S/N estava liderando a corrida, seu carro um borrão vermelho e branco que serpenteava pela pista com precisão cirúrgica. Eu sentia o orgulho inflar meu peito, mas também uma ansiedade corrosiva que não conseguia afastar. Algo estava errado, terrivelmente errado, e eu podia sentir isso no fundo da minha alma. Meu corpo inteiro estava em alerta, meus músculos tensos, como se estivessem se preparando para o impacto iminente.

De repente, um grito de pânico ecoou pela multidão, e eu vi o carro de S/N derrapar na curva mais perigosa da pista. Tudo parecia acontecer em câmera lenta. O carro girou descontroladamente, fumaça e faíscas preenchendo o ar enquanto o veículo se chocava violentamente contra o muro de proteção. O som do impacto foi um estrondo terrível, um ruído que parecia partir o mundo ao meio. Era como se o próprio universo tivesse se despedaçado ao meu redor, deixando apenas o vazio e o horror absoluto.

Eu me levantei de um salto, o coração batendo descompassado, cada batida ecoando em meus ouvidos como um tambor de guerra.

- Não, não, não! - Gritei, minha voz se perdendo no caos ao meu redor. Corri em direção à pista, meus pés parecendo pesados como chumbo. Cada passo era um esforço monumental, como se estivesse correndo em areia movediça, o desespero crescendo em mim como uma onda prestes a me engolir por completo.

Aproximando-me do carro destroçado, agora envolto em chamas e fumaça negra, o desespero tomou conta de mim, inundando meus sentidos como um veneno mortal.

- S/N! - Eu gritei, minha voz rouca de desespero, quebrando-se em um soluço desesperado. As lágrimas cegavam meus olhos, mas eu continuei avançando, ignorando os seguranças que tentavam me impedir, empurrando-os para longe com uma força que eu nem sabia que possuía.

- Por favor, me escute! Aguente firme!

Quando finalmente cheguei ao carro, o cenário era devastador, um pesadelo vivo que eu nunca imaginei viver. S/N estava presa nos destroços, sua cabeça caída para o lado, o sangue escorrendo de um corte profundo na testa, pintando seu rosto de um vermelho cruel.

- Não, não pode ser! - Eu soluçava, estendendo minha mão trêmula para tocar o rosto de S/N, minha pele contra a dela, que já começava a perder o calor. - Por favor, acorde! Não me deixe!

S/N abriu os olhos por um breve momento, um brilho fraco, quase inexistente, nos olhos que eu tanto amava. Seus lábios se moveram, mas nenhum som saiu. Eu me inclinei mais perto, tentando captar suas palavras, meu coração batendo tão forte que eu pensei que ele explodiria em meu peito.

- Eu... sinto muito...- Sussurrou S/N, antes de sua cabeça cair novamente, inerte.

Um grito de pura agonia rasgou minha garganta, ecoando na pista enquanto eu me abraçava ao corpo de S/N. O mundo ao meu redor parecia desmoronar, a dor e o desespero consumindo tudo em mim, como se eu estivesse sendo rasgada em pedaços, parte por parte, até não restar mais nada de mim.

- Não! Por favor, Deus, não!- Implorei, minha voz quase inaudível em meio ao caos. E então, tudo ficou escuro.

Acordei de repente, o peito arfando, o corpo coberto de suor frio. Por um momento, eu fiquei ali, imóvel, tentando entender o que era real e o que não era. Levei alguns segundos para perceber que estava no meu quarto, segura longe da pista de corrida.

A Velocidade do Amor. | Imagine RoséOnde histórias criam vida. Descubra agora