Capítulo 4: A dor da distância

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Maratona 1/5

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Maratona 1/5

O vento cortante da floresta se acalmou à medida que eu atravessava o limite de meu território. O cheiro familiar da terra e das árvores me deixava tranquilo, trazendo uma sensação de alívio. Havia enfrentado muitos perigos na caçada ao Alfa Kelen, um predador que ousou ameaçar minha Ômega, como não estou com muita paciência para ele e dei logo um fim nele. A lembrança da tensão em meu corpo por conta da ameaça para Any, a adrenalina pulsando nas veias enquanto enfrentava o rival, ainda ecoava em minha mente.

Meu coração disparou ao imaginar o sorriso de Any, a doçura que sempre me acalmava. Assim que cruzei a porta a vi sentada no sofá

— Josh - Any exclamou, correndo até mim, seus olhos cheios de preocupações por conta dos meus ferimentos - Eu estava tão preocupada

— Desculpe pela demora, amor. A caçada foi... intensa - soltei um suspiro profundo, tentando dissipar a tensão que ainda o acompanhava.

— Você está bem? - Any puxou-me para trás, examinando cada detalhe do meu rosto. Seus dedos tocaram as marcas de luta

— Estou, foi só mais uma caçada, não se preocupe. Como você tem estado? - perguntei notando que não havia lhe visto durante todo o dia

— Recebemos uma carta do Ruggero. Ele vem ajudar na reforma do território. Disse que trará algumas ideias inovadoras para as casa e reforços para futuras invasões - ela me olhou - Você não me avisou que tinha pedido ajuda

— Ruggero é um amigo leal, e sua presença certamente traria energia e novas perspectivas para o Exilio – falei me sentando

— Isso é ótimo! O Exilio vai precisar de toda ajuda, mas por que não me avisou? - disse ela, seu tom mais leve agora.

— Não achei que fosse necessário te perguntar sobre isso – ela se sentou no sofá do outro lado

— Assim como também não achou necessário me perguntar sobre a decisão que tomou de manter os Ômegas presos no Exilio – lhe encarei – O que? Estamos retrocedendo e você não me avisou

— Ou talvez procurando mais segurança para nosso lar e nosso pessoal – me ajeitei no sofá vendo-a me encarar

— Deixando os Ômegas se sentirem presos e sem valor, Joshua por que me queria ao seu lado mesmo – ela se levantou irritada

— Para comandar o Exilio ao meu lado – me levantei – mas não para discordarmos, sei que não é a melhor forma, mas acredite foi a melhor que achei

Com os olhos fixos nela, me aproximei.

— Você não precisa se preocupar com isso. - Segurei sua cintura beijando sua testa - Eu sempre vou lutar para proteger você, não importa o que aconteça.

— Mas eles precisam que a voz deles sejam ouvidas Josh e como líder deles, eu vou escutar, não vou permitir que eles se sintam inferiores

O silêncio se instalou por um momento, enquanto compartilhávamos um olhar profundo, um entendimento silencioso sobre os desafios que enfrentaremos juntos, queria que Any soubesse que, independentemente do que o futuro reservasse, meu amor por ela era uma fortaleza.

— Olha, podemos falar sobre isso amanhã, eu estou destruído e tudo que não quero é briga com você, prometo que amanhã marcamos uma reunião e falamos disso, mas hoje não - ela me olhou e suspirou

— Isso não deveria ser motivo de uma briga, mas amanhã falamos disso – ela se aproximou e segurei sua cintura – Hoje foi um bom dia de vendas, as novas categorias de livros fizeram sucesso

— Fico muito feliz, sei o quanto aquele lugar é importante para você - ela sorriu assentindo e me abraçou

— Minha marca tem doido esses últimos dias – ela falou e coloquei meu rosto no seu pescoço cheirando a marca

— Vamos resolver isso – segurei sua cintura e ela deu impulso agarrando suas pernas em torno da minha cintura

Caminhei com ela em meu colo até nosso quarto, fechei a porta e as janelas, e deixei ela na cama, me inclinei beijando seus lábios, suas mãos apertaram o tecido da minha camisa durante o beijo. A neve caía suave do lado de fora, a dor em sua marca é um lembrete do que nós tínhamos e do que havíamos perdido. Fazia semanas ou se não meses desde a última vez que estivemos juntos. Sabia que a distância entre nós não era apenas física, era emocional, uma barreira que nós dois precisávamos enfrentar.

— Any – chamei assim que nos afastamos do beijo

— Eu sei, Josh. Eu sei que você está ocupado e que tudo isso é difícil, mas eu não consigo lidar com a dor da nossa distância. A marca... ela está doendo - Suas palavras saíram baixas, quase um sussurro.

Isso me machucava

Respirei fundo, sentindo o aroma da conexão que sempre existira entre nós. Então, fechei meus olhos por um momento e liberei meu cheiro, uma mistura de notas amadeiradas e florais que eram inconfundivelmente minhas. Logo o quarto ficou inundado com meu cheiro, ela fechou os olhos e deixou-se levar pela sensação.

— Obrigada – passei meu dedo de forma delicada sobre sua marca – Está diminuindo a dor

— Podemos superar isso juntos. Não quero que você sofra. - Sorri e ela levantou o olhar encontrando o meu

— Eu sinto sua falta – retirei o sapato e me deitei na cama puxando-a para junto de mim

— Então vamos fazer um combinado – ela enfiou seu rosto no meu pescoço sentindo o meu cheiro – vamos prometer que isso não vai entrar no nosso quarto, aqui dentro os problemas do exilio não vai entrar e quando vermos que não conseguimos, nos manteremos fora, daremos o tempo que for preciso para pensar e aí conversaremos quando estivermos tranquilos

Ela levantou seu olhar me olhando e sorri beijando a ponta do seu nariz

— Eu te amo – ela falou deitando a cabeça no meu peito e fiz carinho em seu pescoço

— Eu também te amo – sorri fechando meus olhos

— A dor passou – ela falou se acomodando no meu corpo – Eu esqueci de falar, hoje apareceu uma alfa bem simpática na livraria, acho que é nova na cidade

— Ela foi simpática? - perguntei erguendo a sobrancelha de forma desconfiada

— Sim – olhei pela janela - é difícil encontrar alfas simpáticos

— Tem razão - falei vendo-a sorrir e fechar os olhos – Any

— Hum – sorri vendo que ela estava quase dormindo

— Você vai adorar a Karol, a Ômega do Ruggero, eles adoram festas, então seria interessante fazer uma festa para receber eles – ela sorriu

— Vou cuidar disso amanhã - sorri e aconcheguei ela para que ela possa dormir

Fiquei observando-a dormir até pegar no sono... 

O Alfa Solitário: A Luta Pelo BandoOnde histórias criam vida. Descubra agora