Capítulo 6: Sentimentos permanentes

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Maratona 3/5

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Maratona 3/5

Estava no jardim do armazém, observava as flores que Any plantou, se balançando suavemente ao vento, mas minha mente estava longe. A imagem de Any conversando com Momo, a Alfa que vinha se aproximando, não saía da minha cabeça. O jeito como Momo sorria para Any, como sua voz suave parecia querer hipnotizá-la. Sorri quando vi Any afastar-se, a expressão decidida no rosto. Ela não tinha cedido as investidas da Alfa, mas a possibilidade de que Momo tentasse algo mais me preocupava. Em um instante, meu coração disparou. A ideia de saber que poderia perder se tornou real e machucava

Quando Any chegou ao jardim, senti uma onda de alívio e felicidade ao vê-la, mas também uma pontada de ciúmes. Por sermos lúpus parecia uma bobagem, mas a situação atual do nosso relacionamento fazia ser um perigo real

— Você quer me contar o que ela falou? - lhe olhei e ela suspirou

— Eu a rejeitei. Não estou interessada – ela sorriu – isso basta para mim

Senti um peso sair de meus ombros, mas a tensão entre nós havia voltado

— Eu... eu vi vocês conversando. Você parecia estar se divertindo. Digo, antes das investidas dela

— Eu estava apenas sendo educada. Momo é uma Alfa persuasiva, viu que a literatura me encantava e se apoiou nisso para ser legal comigo, mas meu coração pertence a você - afirmou olhando diretamente nos meus olhos

— Eu sei que você ainda me ama, mas estamos tão distantes. Como se houvesse algo entre nós que não consigo entender. Eu sei que pode ser culpa minha, mas de fato não consigo entender - Any pareceu hesitar

— Eu também sinto isso, Josh. Mas não é por falta de amor. É como se estivéssemos lutando contra uma corrente invisível. Onde eu estou de um lado e você do outro, e não só nós, todo nosso bando está assim, Alfas de um lado unidos e Ômegas de outro, e machuca mais ainda por que sabemos que o problema não é o amor ter acabado, por que eu te amo tanto que é como se fosse uma onde magnética que me prende a esperança de tudo melhorar a cada dia

Segurei sua mão, o toque familiar acalmando um pouco meu coração que batia forte

— Você realmente ainda me ama?

— Com todo o meu ser - respondeu apertando minha mão - Mas eu não sei como superar essa distância que se formou entre nós. O combinado de manter fora do nosso quarto só serve para lá, mas ainda é tudo tão estranho, você se fechou mais ainda

Respirei fundo, infelizmente isso era verdade, o medo de perder ela me fez fechar as portas que um dia abri, não posso permitir que Any morra por mim causa, assim como aconteceu com a Kelly

— Talvez nós só precisemos ser mais honestos um com o outro. Abrir nossos corações. Mas eu não sei como fazer isso

— Sim, eu quero isso. Quero que possamos falar sobre o que estamos sentindo ou passando - disse Any - Eu não quero perder você. Não quero que desista de nós como seu pai desistiu da sua mãe, Josh, eu cresci ouvindo sua mãe falar como as coisas aconteceram entre ela e seu pai, como o medo do seu pai foi afastando-a, estamos indo pelo mesmo caminho que eles foram

— Nunca vai acontecer isso. Eu te amo, Any, e sempre vou lutar por nós. Não vou tirar você do meu lado, por mais medo que tenha

— Vamos enfrentar isso juntos, como sempre fizemos. - Ela suspirou – Mesmo que tente, eu não vou deixar que desista de nós, nem que eu tenha que repetir o mesmo discurso várias vezes - sorri me inclinando na sua direção

Nossos lábios se encontraram em um toque suave, quase hesitante, devido a circunstância, mas logo se tornaram mais intensos, como se todas as emoções que guardávamos se liberassem naquele instante. O beijo era doce, como um sonho, e o tempo parecia parar, como se o universo inteiro estivesse torcendo para aquele momento. Nos separamos e ela se aconchegou no meu corpo, respirei tranquilo sentindo meu lobo em paz, pelo menos por aquele instante

[...]

Assim que Any saiu voltei para dentro encontro Bailey no sofá, observei Bailey. O alfa parecia perdido em pensamentos, a preocupação visível em seus olhos escuros.

— Bailey, você não pode adiar o casamento - comecei, com a voz firme - As condições do território estão se ajeitando aos poucos, não precisamos viver deprimidos, o orfanato vai manter as famílias seguras enquanto as cassas deles não ficam prontas, semana que vem o Ruggero está aí, tudo está se ajeitando

Bailey respirou fundo, passando a mão pelos cabelos desgrenhados.

— Eu sei, mas e se algo acontecer? E se os conflitos aumentarem? Não quero colocar meu parceiro em risco antes mesmo de dizer 'sim'

— Eu entendo sua preocupação, mas você também precisa entender que esperar pode ser ainda mais perigoso. Se você adiar, a instabilidade só vai crescer. Olha para mim e para a Any, estamos andando em uma corda fina que qualquer passo em falso podemos perder o equilíbrio, seu dever como Alfa é manter seu Ômega protegido e amado, e adiar o casamento não vai fazê-lo se sentir amado

— Você e a Any falam, mas não estão sendo exemplos – lhe encarei – desculpa, mas tem muita pressão externa

— Não se trata só da pressão externa, Bailey. Se trata do que seu Ômega quer, Krystian já deixou claro que quer se casar, vocês já moram juntos, não vai mudar muita coisa

— Eu quero isso. Quero me casar com ele, mas não sei se tenho coragem para ter que renunciar a ele depois, quando as coisas apertarem e tivermos que sair para caçar, os Ômegas terão que ficar

— Às vezes, a coragem está em dar o primeiro passo, mesmo com o coração apertado. Você não está sozinho nessa. Estamos juntos, todos os Alfas estão, todos estão com medo, eles estão ameaçando as coisas mais importantes que temos, me dói não poder contar a Any que o motivo de querer manter ela longe é por que a cabeça dela está em perigo e não a minha ou o exilio, a dela, e eu juro Bailey, eu trocaria tudo que eu tenho, se tivesse a segurança dela garantida, mas isso não está nas nossas mãos

— Você tem razão - Bailey disse finalmente, a determinação tomando forma em sua voz - Não posso deixar que o medo me impeça de agir. O casamento será na próxima semana. Vou avisar ao Krystian, isso pode até ajudar a manter os Ômegas distraídos das normas de seguranças

— Eles não vão aceitar isso fácil, Any já disse que quer uma reunião com todos do território para ouvir a opinião dos Ômegas sobre isso – ele me olhou

— Nour está nessa também - Heyoon falou entrando junto a Savannah e o Alex

— Até o Noah está nisso – ele se jogou - só desistiu ontem por que falei que não faria bem ao bebê

— A Taylor está afirmando que eu estou sendo uma egoísta de merda – observei os demais alfas entrarem ressaltando as mesmas queixas

Any estava certa, Alfas e Ômegas estão lutando de lados opostos... 

O Alfa Solitário: A Luta Pelo BandoOnde histórias criam vida. Descubra agora