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Coloquei minhas roupas no meu closet e sai do cômodo, indo pro andar de baixo e logo vendo Angie se acomodando no sofá antes de ligar a tv.

— E aí? Como foi a noite ontem? — Disse, falando em um tom alto.

Bufei, pegando alguns salgadinhos, indo em sua direção, sentando ao seu lado no sofá e colocando as comidas na mesa á frente.

— Nem me fale. — Suspirei, colocando a cabeça para trás, lembrando de tudo que aconteceu com... Rai.

tampei meu rosto com a mão, ficando envergonhada por causa dos pensamentos sujos.

Angie percebeu e logo soltou o controle e sua atenção foi para mim. Parecia que ela ia estar a prestes a fazer mil perguntas.

Angie ergueu uma sobrancelha, curiosa, enquanto me observava com aquele sorrisinho travesso que só ela sabia fazer. Ela sempre conseguia perceber quando algo estava fora do comum, e eu sabia que não demoraria para que as perguntas começassem.

— Não vai me dizer que é o que eu tô pensando, né? — Ela perguntou, inclinando-se um pouco mais para perto, como se não quisesse perder nenhuma reação minha. — Quem é a sortuda? Ou melhor... quem é a culpada desse seu estado?

Eu bufei, cobrindo o rosto com as mãos, tentando me esconder da vergonha que queimava minha pele. Angie era minha melhor amiga, mas contar a ela que eu passei a noite com uma mulher que mal conhecia—e que tinha mexido tanto comigo—era algo que me deixava completamente sem jeito.

— Angie, por favor... — Resmunguei, sem saber como explicar. — Não é tão simples assim.

Ela soltou uma risadinha, claramente se divertindo com o meu desconforto.

— Ah, mas eu quero ouvir tudinho. Você sabe que não vai escapar sem contar.

Revirei os olhos, sabendo que ela não me daria paz até eu ceder. Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas para descrever a noite passada—o desejo, a confusão, a forma como Rai me fez sentir coisas que eu não sabia que podia sentir.

— Eu... — Comecei, hesitante. — Eu acabei saindo com uma mulher ontem. A Rai... aquela que eu te falei da festa.

Angie abriu os olhos, surpresa, mas havia um brilho de empolgação neles, como se estivesse esperando por essa revelação há muito tempo.

— Não acredito! — Ela exclamou, batendo palmas. — E como foi? Quer dizer, você parece... diferente.

Olhei para ela, sem saber como explicar que "diferente" não era nem metade do que eu estava sentindo. Não era só sobre o que aconteceu fisicamente, mas o que tudo aquilo significava para mim.

— Foi... — Tentei encontrar a palavra certa, mas tudo parecia insuficiente. — Foi intenso. Ela é tão confiante, tão segura de si, e eu... eu simplesmente me perdi. Nunca achei que fosse me sentir assim com alguém, muito menos com uma mulher.

Minha prostituta - Railo. (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora