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RAINELIS.

Aquele beijo foi... simplesmente incrível. Mesmo que já tivéssemos nos beijado depois daquela festa alguns dias atrás, aquilo não teve o mesmo significado. Nem para mim, nem para ela.

Alondra estava à minha frente, em silêncio após o beijo e algumas palavras trocadas logo depois. O ambiente ficou um pouco constrangedor, mas o silêncio era suportável.

— Bom... Eu... — Ela começou a falar, mas foi interrompida pelo som do interfone.

Olhei para ela rapidamente e me levantei para atender.

Ao abrir a porta, vi Angie entrando como um furacão, indo direto em direção a Alondra.

— Sua idiota, você sabe que tem que voltar para o hospital, né? — Ela disse, com uma chave de carro na mão, provavelmente a dela.

Alondra revirou os olhos e resmungou em resposta.

— Mas eu já estou bem! — respondeu Alondra. — E... prefiro ficar aqui. — Ela olhou para mim com um sorriso carinhoso.

Angie percebeu o clima e deu uma risada baixa, alternando o olhar entre nós dois.

— Não sei o que está rolando entre o casal... — Alondra corou imediatamente. — Mas o médico ainda precisa te dar os medicamentos, e você não pode sair antes de receber alta.

Alondra soltou um suspiro pesado e olhou para Angie com um ar de frustração.

— Eu sei, eu sei... Só que, sinceramente, eu não aguentava mais aquele hospital. — Ela passou a mão pelos cabelos, claramente incomodada com a situação.

Angie cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha, claramente não convencida.

— Ok, mas fugir não é exatamente a solução mais inteligente, né? — Angie disse, com um tom brincalhão, mas ainda preocupado. — E se você piorar? E se tiver alguma complicação?

Alondra se calou, desviando o olhar para o chão. Eu podia ver o dilema dela; a teimosia e o desejo de se manter perto de mim estavam em conflito com o bom senso. Não pude deixar de sorrir ao ver aquele lado impulsivo dela.

— Ela pode ficar aqui até amanhã de manhã e voltamos ao hospital cedo — sugeri, quebrando o silêncio e tentando aliviar a tensão. — Prometo que cuido dela.

Angie soltou um suspiro exagerado, como se estivesse tentando decidir se confiava na ideia.

— Tudo bem. — Ela disse finalmente, levantando as mãos em rendição. — Mas, Alo, se você não voltar amanhã de manhã, eu mesma vou te arrastar de volta.

— Prometo que volto — Alondra respondeu, com um pequeno sorriso, e Angie deu uma risada curta.

— Ok, vou confiar em vocês. — Angie olhou para mim, com um olhar malicioso. — Mas parece que as coisas por aqui estão mais interessantes do que eu pensei...

Alondra corou, e eu ri baixinho, sentindo o clima mais leve. Angie se despediu e saiu com a mesma energia com que havia entrado, nos deixando novamente sozinhas.

Quando a porta se fechou, Alondra se virou para mim, ainda um pouco corada, mas com um sorriso brincalhão nos lábios.

— Ela realmente não sabe quando parar, né? — Disse, tentando esconder o embaraço.

Eu dei de ombros, me aproximando dela.

— Ela só se preocupa com você — respondi suavemente. — E, para ser honesta, eu também.

Alondra deu um passo em minha direção, nossos corpos quase se tocando.

— Estou bem agora. Principalmente estando aqui com você. — Seus olhos brilharam enquanto ela falava, e meu coração deu um salto.

Minha prostituta - Railo. (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora