Capítulo 31

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                    Hugo | Perigo 👻

Olhava aquela criança toda machucada que chorava baixinho no colo da Luna que chorava junto com ela, como alguém pode ser tão cruel a esse ponto porra?

Senti meus olhos arder e virei de costas limpando as lágrimas que insistiam em cair, fizeram o mesmo comigo porra, se não quer ter filhos por que não se previne? Por que tem as crianças para fazer a vida da pessoa um inferno?

Luna : perigo? - não virei e nem respondi, qualquer coisa que eu fizesse agora o choro que eu tanto tô segurando viria a tona e seria ridículo isso, me deixar tão exposto dessa forma - Hugo? - chamou baixinho e eu virei tentando segurar as lágrimas o que foi impossível. - o que foi cara? Vem cá - me puxou me abraçando e por um momento eu me deixei levar, chorei tudo que eu sempre guardei por anos.

Eu devo ser um fudido mesmo né? Nunca ninguém fica na minha vida, alguma coisa eu fiz pra merecer isso, caralho odeio ser taxado como emocionado, mas eu já perdi tantas pessoas na minha vida, que hoje eu gosto de curtir as coisas como se não houvesse amanhã.

__ desculpa pô, a cria ai precisando de ajuda e eu aqui marolando - enxuguei o rosto e me afastei.

Luna : marolando o que cara? Me conta o que houve, vem cá, senta aqui e fala vai - me puxou me fazendo sentar junto delas no sofá-cama que tinha ali.

__ eu fui abandonado, igual essa piveta ai, apanhei muito e me jogaram em um hospital, eu tinha se pá a mesma idade dela, fiquei em coma por 2 anos e quando acordei fui para um orfanato fiquei mais 2 anos lá sofrendo, até um casal me adotar, só fiquei mal vendo que ela passou o mesmo que eu ou até pior né já que ela ta sem roupa ai.

Luna : eu sinto muito amor, sinto mesmo por tudo que você passou, eles não merecia você, eu tô aqui para o que você precisar ta bom? Eu e o Jota somos sua família, independente de tudo que acontecer, sempre estaremos aqui - me abraçou e eu deite o rosto no pescoço dela ficando ali por alguns segundos até ouvir o chorinho baixo de novo, olhei para aquela criança que não entendia nada do que aconteceu, só chorava de dor e levantei.

__ obrigado preta por tudo pô, mas o que vamos fazer com ela?

Ela levantou com a menina agarrada no pescoço dela e eu rir.

Luna : hospital? - falou sem saber o que fazer e eu neguei.

__ hospital não pô, vão mandar ela pra um lugar nada legal também e ela é mo piveta, não merece - olhei pra ela e pensei bem se abria o jogo com ela ou não e ela me olhou como se pudesse ler meus pensamentos. - vou te contar um bagulho mas ninguém pode saber jae? Se não vira uma fraqueza para os inimigos entendeu? - ela assentiu e veio mais pra perto.

__ eu tenho uma casa lá no alto da favela, não é um orfanato não, mas é um abrigo para as crianças da favela que não tem pais, ai para eles não entrar na porra do crime e dormi na rua eu acolhi eles, tem 6 lá, quatro meninas e dois meninos, os meninos tem oito anos, duas meninas 4 e as outras duas 2 anos, a mãe do Th cuida deles de dia e de noite eu pago uma cuidadora que é formada em cursos de saúde tipo tec de enfermagem e cuidadora de criança pra ficar lá, o que tu acha de deixar ela lá?

Luna : acho que por hoje podemos levar ela no postinho para os médicos de lá dar uma olhada nela e depois levamos ela para sua casa e cuidamos dela lá e amanhã vemos o que fazer pode ser? No momento Acho que ela só precisa de silêncio e calma - assenti dando um selinho nela que me olhou feio e eu rir levantando as mãos em rendeção.

Coloquei minha blusa na neném e saímos em direção ao postinho.

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora