Capítulo 6: Ecos do Passado

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Nos dias que se seguiram após aquela noite no hotel, Tábata tentou manter as aparências. Ela retornou à campanha, tentou agir normalmente com sua equipe e com João Campos, seu marido, que estava em Recife lidando com questões políticas próprias. Mas algo havia mudado. Cada vez que ela recebia uma mensagem de Marçal, sentia o coração acelerar. E ele parecia nunca estar muito longe.

Enquanto Tábata tentava manter o controle, Marçal parecia lidar com tudo de forma quase despreocupada. Ele a provocava com mensagens durante a madrugada, palavras que insinuavam lembranças da noite que passaram juntos, e promessas de outras que viriam. Era como se ele soubesse que, por mais que ela tentasse resistir, o desejo entre eles era incontrolável.

Certa tarde, após mais um evento político, Tábata entrou em seu carro e encontrou uma mensagem de João. Ele estava preocupado, perguntando por que ela estava tão distante ultimamente. Suas palavras, por mais gentis que fossem, carregavam um peso de culpa sobre ela. João era um bom homem, dedicado a ela e ao que construíram juntos. Mas, ao ler a mensagem, Tábata percebeu que algo dentro dela havia mudado. Ela não conseguia mais ver João da mesma forma.

Ela respondeu rapidamente, dizendo que estava ocupada com a campanha, e desligou o celular, sentindo o nó na garganta se apertar.

Mais tarde, naquela mesma noite, ela se encontrou novamente com Marçal. Dessa vez, o encontro não foi tão clandestino. Eles estavam em um jantar com outros políticos, mas a tensão entre eles era inegável. A cada vez que seus olhares se cruzavam, Tábata sentia o desejo e a culpa lutarem dentro dela.

Ao final do evento, eles saíram por portas diferentes, mas, ao chegar ao estacionamento, Tábata viu que Pablo a esperava ao lado de seu carro. Sem pensar, ela entrou com ele no veículo.

— Eu não consigo parar de pensar em você — ele disse, a voz baixa e rouca.

Tábata fechou os olhos, tentando afastar os sentimentos conflitantes que a dominavam.

— Isso é loucura, Pablo — sussurrou. — Nós dois sabemos que isso não pode continuar.

Mas quando ele segurou sua mão e a puxou para mais perto, a racionalidade desapareceu. O toque de Marçal era como um fogo que consumia todas as suas dúvidas. E, antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa, os lábios dele estavam sobre os dela novamente, levando-a a se perder naquele momento.

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