Capítulo 12: Caminhos Cruzados

270 13 8
                                    

Com o escândalo ainda fresco, as eleições municipais se aproximavam rapidamente. A campanha de Marçal estava mais forte do que nunca, enquanto Tábata lutava para manter sua posição. Muitos dos antigos aliados políticos dela começaram a se afastar, temendo que o escândalo pudesse prejudicar suas próprias carreiras. Ela estava sozinha.

Mesmo assim, Tábata não desistiu. Decidiu que enfrentaria as consequências de seus atos com a mesma determinação que usava em sua luta pela educação. A política, afinal, sempre fora uma batalha difícil, e ela não estava disposta a se curvar diante dos desafios, por mais dolorosos que fossem.

Marçal, por sua vez, manteve-se firme ao lado de Tábata. Eles começaram a aparecer juntos em eventos públicos, sem mais esconderijos. O romance deles agora era do conhecimento de todos, e, surpreendentemente, muitos de seus apoiadores viam isso como um sinal de autenticidade — algo que faltava a outros políticos.

Mas, conforme o dia das eleições se aproximava, as tensões entre eles começaram a aumentar. Tábata sabia que, se Marçal vencesse, o relacionamento deles mudaria drasticamente. Ele seria prefeito de São Paulo, uma das maiores cidades do país, e a responsabilidade sobre seus ombros seria imensa. Ela, por outro lado, ainda estava lidando com o fim de seu casamento e a reconstrução de sua própria carreira política.

Certa noite, após um debate particularmente acirrado, Tábata e Marçal se encontraram em um dos apartamentos de campanha dele. O clima entre eles estava pesado. As palavras trocadas no palco do debate haviam sido afiadas, e ambos sabiam que o estresse estava começando a afetar o relacionamento.

— Você acha que tudo isso vai acabar bem, Pablo? — ela perguntou, olhando para ele com uma mistura de cansaço e frustração. — Porque eu não tenho certeza de nada agora.

Marçal, que sempre havia sido a rocha inabalável entre os dois, finalmente deixou transparecer um pouco de sua própria vulnerabilidade.

— Eu não sei, Tábata — ele respondeu, suspirando. — Mas eu sei que não quero te perder. Eu lutei muito para chegar até aqui, e você faz parte disso agora.

Tábata o encarou, percebendo que, apesar de todas as diferenças, havia uma verdade em suas palavras. Eles haviam construído algo juntos, mesmo que fosse nas sombras do caos. Mas será que aquilo seria suficiente para sobreviver às pressões de uma vida pública?

No dia das eleições, Tábata sentiu o peso de suas escolhas de maneira mais intensa do que nunca. Ela sabia que o resultado definiria não apenas o futuro de São Paulo, mas também o futuro de seu relacionamento com Marçal. Se ele vencesse, eles teriam que enfrentar uma nova realidade, um novo conjunto de desafios. Se perdesse, tudo o que haviam construído poderia desmoronar.

Quando as urnas foram finalmente apuradas, o resultado foi anunciado: Pablo Marçal havia vencido. Ele era o novo prefeito de São Paulo.

Tábata estava ao lado dele quando o resultado foi transmitido em rede nacional. Marçal a segurou pela mão, apertando-a com força. Os dois se olharam, sabendo que, apesar de tudo, eles haviam conseguido chegar até ali juntos.

Mas, no fundo, Tábata sabia que a vitória de Marçal era apenas o começo de uma nova batalha. A vida política seria implacável, e o escândalo que os unira continuaria a assombrá-los.

Naquela noite, enquanto eles celebravam com a equipe de campanha, Marçal sussurrou no ouvido de Tábata:

— Agora nós temos o mundo aos nossos pés, mas também os olhos de todos sobre nós. Está pronta?

Ela sorriu, mas no fundo sabia que essa nova fase seria cheia de desafios. Estava pronta? Talvez não. Mas Tábata Amaral não era do tipo que recuava diante do desconhecido.

Entre O Amor e PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora