6_desejo profundo

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ATHENA ALLES PEARL
Athie Peppy

ATHENA ALLES PEARL Athie Peppy

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"Desejo... desejo ardente e incontrolável, como chamas que consomem tudo em seu caminho"

☾༒☽

O corredor que levava ao meu quarto estava escuro no fim da noite, algo incomum, já que as lamparinas sempre estavam acesas e em seus devidos lugar. Eu segui a ordem de Azael para não levar Ace ao meu quarto essa noite, mas não porque eu temia o Herdeiro, porém não me sentia preparada.

Ainda.

Entrementes, aquela escuridão estava começando a me deixar assustada, principalmente porque Imani, nem os guardas do salão, estavam por perto.

O baile de Máscaras ainda rolava no grande salão do palácio, mas eu desisti de ficar por lá, principalmente porque minha mãe estava desesperada para arrumar um pretendente para mim, e eu corri para cá antes que me forçasse a dançar com mais duques e príncipes estranhos.

Ela não me aceitava com Ace, mas sabia que deveria permitir antes da chegada da minha maioridade. Ela jamais iria demonstrar, mas a Rainha estava em completo temor.

Como me sinto agora.

As lamparinas estavam fracas e suas chamas bombeavam levemente, causando sombras no chão de mármore.

De repente, um som suave veio das sombras à minha frente. Parei, os olhos buscando na penumbra algum sinal de movimento. Um calafrio percorreu minha espinha quando percebi que as chamas das lamparinas estavam minguando ainda mais, como se algo estivesse drenando a energia do próprio ambiente.

"Athena..." a voz grave e familiar de Azael reverberou em minha mente, ecoando com um tom de urgência.

Ele nunca me chamava assim, a menos que fosse algo sério.

Sem hesitar, corri pelo corredor, não mais me importando com a aparente tranquilidade do castelo. Entrei em meu quarto e fechei a porta com um estrondo.

"Corre de mim como se eu fosse seu maior problema, Athena... Mas sabemos que, no fundo, é de si mesma que você está fugindo."

Minha respiração estava ofegante, não apenas pela corrida até o quarto, mas pelas palavras de Azael que ressoavam em minha mente. Havia verdade no que ele disse, e isso me irritava mais do que eu queria admitir.

Encostei-me à porta, os dedos ainda trêmulos, tentando recuperar o fôlego. Lá fora, o corredor continuava envolto naquela escuridão opressiva, mas aqui dentro, o quarto ainda parecia um refúgio, mesmo que temporário e frágil.

"Azael, o que você quer de mim?" pensei, tentando manter minhas emoções sob controle. Mas era inútil. Ele sempre conseguia atravessar qualquer barreira que eu erguia.

"Você já sabe a resposta, Athie," a voz dele voltou, suave e firme, como se ele estivesse logo ao meu lado. "Por que insiste em lutar contra o que sente?"

Fechei os olhos, exausta.

A presença de Azael me cercava, mesmo à distância, me deixando vulnerável de uma forma que eu odiava. Quando estava com Ace, tudo era simples. Com Azael, era caos.

"Eu não estou fugindo," murmurei, quase para mim mesma. "Eu só... preciso de tempo."

"Tempo..." ele repetiu a palavra com uma risada leve e irônica. "O tempo não está a nosso favor, Athena. Você sabe disso tão bem quanto eu."

As chamas das lamparinas tremeram, lançando sombras inquietas pelo quarto. Eu sabia que ele estava certo, mas não conseguia admitir.

Ele estava se referindo a Evermont?

"Você nunca explica. O que está realmente acontecendo, Azael?"

O silêncio que veio em resposta foi quase ensurdecedor, pesado, como se as palavras que ele quisesse dizer estivessem presas, incapazes de serem pronunciadas. Eu podia sentir que ele escondia algo, algo maior do que qualquer coisa que já tivesse me dito.

"Você sabe que há algo diferente em nós, Athena."

Athena

"Já sentiu isso, não é?"

Eu fechei os olhos, respirando fundo.

Ele estava certo. Desde o momento em que nossos destinos se cruzaram, algo dentro de mim mudou. E conforme a data do meu aniversário se aproximava, essa sensação de inevitabilidade só aumentava. Mas era como se eu estivesse andando em um nevoeiro, incapaz de ver claramente o que estava à minha frente.

— Você está me dizendo que tem algo a ver com Evermont, não está? - arrisquei dizer em voz alta, tentando quebrar o enigma que ele sempre jogava em cima de mim.

Dessa vez, o silêncio foi mais longo, mais denso.

"Você sabe que essa conexão só existe entre nós" ele continuou, e eu sentia que cada palavra dele era carregada de um peso que mal conseguia entender.

O que era essa conexão? Era algo que eu sempre soube, mas nunca quis admitir.

Apenas nós dois éramos capazes de falar um com o outro em nossos pensamentos, como se as barreiras do mundo físico não se aplicassem a nós.

Eu nunca contei aos meus pais, e nem a ninguém. Azael disse que era um segredo nosso, já que nós não descendemos esse poder de ninguém da nossa família.

Eu me lembrei de todas as vezes em que nossas mentes se entrelaçaram, como se estivéssemos sintonizados em uma frequência única.

Desenvolvemos esse poder juntos, e agora agíamos como se fosse algo normal, um poder simples. Mas era tudo menos simples. Era complexo, intenso, e muitas vezes assustador.

"Acha que é normal, Athena? Acha que é normal sentir isso por alguém como eu?" Azael provocou, sua voz soando mais distante, mas ainda assim penetrante.

"Eu não sei," respondi, frustrada. "É complicado. Você diz que eu sinto algo especial por você, mas e se isso for apenas... medo? Medo do que está por vir?"

"Medo é uma emoção poderosa, mas não é tudo o que está por trás disso," ele insistiu. "Você sabe que é mais do que isso. E quando a verdade for revelada, você entenderá."

Senti um arrepio na espinha ao pensar na possibilidade de que a verdade sobre Azael e sua conexão com Evermont estivesse mais próxima do que eu queria. O que ele não estava me contando? O que era tão aterrorizante que ele hesitava em me revelar?

A chama das lamparinas continuou a balançar, lançando sombras dançantes nas paredes do quarto, refletindo minha turbulência interna. Eu me virei para a janela, olhando para a escuridão do lado de fora, desejando que a noite trouxesse respostas, ou ao menos um pouco de clareza.

"Azael," chamei, a esperança surgindo em minha voz. "Seja honesto comigo. O que você teme? O que você sabe que eu não sei?"

"Eu temo por você, Athena," ele respondeu, e senti os seus braços me rodearem, estavam confortáveis. o tom de sua voz estava mais sério. "O que eu sou, o que serei, pode mudar tudo entre nós."

O coração disparou em meu peito. Aquela era a primeira vez que ele admitia um medo verdadeiro, um medo que parecia estar enraizado não apenas em nós, mas em algo muito maior.

"Você não pode me deixar no escuro assim," implorei. "Sejamos honestos um com o outro."

"Você me deixa, quando se aproxima daquele imbecil"

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⏰ Última atualização: 8 hours ago ⏰

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Athena - A Princesa do Reino MágicoOnde histórias criam vida. Descubra agora