Destino - Richard Rios (LIVRO 1)

Capítulo 17 🧁

AMANDA FONSECA 🧁

Estou neste exato momento admirando Richard brincando no tapete com Alice, enquanto Juvena foi tomar um banho. Eu juro que tô tentando não olhar muito essa cena de pai e filha, mas Richard estava realmente se empenhando em ser fofo. Não queria me deixar ser conquistada tão facilmente, por isso, tentei não dar muita atenção para os seus gestos. Só que estava mais difícil naquele momento, porque observar Richard e Alice interagindo estava quase me destroçando.

Richard Rios parecia até mesmo um ser normal e não um dos jogadores mais famosos do país. Ele estava sentado no chão, sem se importar com sua roupa, que provavelmente deveria ser cara o suficiente para pagar alguma conta da minha casa.

Alice soltava algumas gargalhadas pela forma que Richard brincava com ela e meu coração até doeu ao ver aquilo. Não era de tristeza que estava tendo aqueles sentimentos, era por saber que se continuasse daquele jeito, eu acabaria sendo conquistada por aquele homem e eu não queria ser reconquistada por Richard.

Não quando eu sabia que ele poderia me humilhar de novo e acabar me machucando de uma forma que daquela vez eu não iria conseguir reparar.

— O almoço chegou! — Juvena apareceu.

Richard entregou Alice para Juvena e veio me ajudar a levantar do sofá e ir mancando até a mesa de jantar. Observei Juvena colocando minha filha na cadeira de alimentação. Que horas isso chegou aqui?

Depois de prendê-la com o cinto de proteção, abaixou o recipiente onde seu pratinho ficava disposto e colocou em sua frente.

— Você a deixa se alimentar sozinha? — Richard se aproximou sem que eu percebesse e sussurrou bem próximo a mim. Limpei minha garganta e me acomodei na cadeira com cuidado, para me afastar dele.

— Sim, eu gosto que ela interaja com a comida, assim ela se alimenta e ainda tem os sentidos estimulados.

Me emociono ao ver que Juvena fez questão de pedir algo somente para Alice. Minha filha já está sendo bem tratada e posso imaginar como o resto da família dele vai tratá-la.

O almoço corre muito bem, Juvena faz algumas perguntas e se oferece pra me ajudar na doceria. Eu amei essa garota.

Alice termina de comer e durante o processo se sujou toda. Está na hora de tomar um banho. A questão agora é: como eu vou dar banho nela.

— Eu posso dar um banho nela, você deixa? – Juvena pede. Já falei que amo essa garota?

— Não será um incômodo pra você? – pergunto receosa

— Claro que não, mulher. Eu vou amar dar banho nessa princesa. Preparei tudo o que ela precisa dentro do meu banheiro. Ela pode dormir comigo também?

Agora ela foi além. Percebendo o clima tenso que se instalou, ela levantou como se nada tivesse acontecido e pegou Alice da cadeira

— Quem é a princesa que vai tomar banho com a titia? – começou a conversar com a minha menina enquanto sumia pelo corredor

Agora estamos a sós. Eu e ele.

— Eu preciso tomar um banho. — digo. — E descansar também. Onde fica o meu quarto?

— Você vai dormir no meu quarto.

— O que? É claro que não

— Relaxa. Tem um sofá, você pode dormir na cama. – diz e então me carrega, andando comigo por esse apartamento enorme, até entrar em um cômodo todo em tons de cinza, branco e preto. — Esse é o meu quarto. – diz enquanto me deposita sobre a cama.

— Me ajuda a chegar até o banheiro, por favor. E pega um vestido na minha mala também. – então ele me ajuda a chegar ao banheiro que possui a mesma pegada do quarto. O arquiteto que planejou isso tudo arrasou. É tudo muito elegante.

Eu fecho a porta do banheiro e fico me olhando no espelho. A minha vida sofreu uma reviravolta em menos de um mês. O pai da minha filha aparece, resolve assumir, me chama pra passar uma semana na casa dele e eu como uma tola aceito.

Quando tento tirar meu vestido sinto uma dor terrível no pé, ao me apoiar. Eu não acredito nisso. Eu me recuso a acreditar que não posso tomar um banho sozinha.

Ouço duas batidas na porta.

— Tá tudo bem por aí? – ouço a voz de Richard. Quando ele percebeu que eu estava calada insistiu mais uma vez. — Amanda, tá precisando de algo?

— Acho que não vou conseguir tomar banho sozinha, Richard. – falo e então ele entra no banheiro

— Ah. – ouço a voz dele. — Eu...eu posso entrar? – pergunta receoso

— Pode. – engulo em seco totalmente nervosa com o que vai acontecer daqui pra frente.

Richard aparece um pouco receoso e para ao meu lado me encarando através do espelho.

— Eu posso te ajudar a tomar banho, se quiser. – ele fala e eu não consigo responder. — Qual é, Amanda. Eu já vi o seu corpo. Não tem nada aí que eu não tenha visto.

— Estamos em uma situação diferente agora, Richard. Não estamos prestes a transar.

— Porque você não quer. – retrucou me deixando vermelha com a resposta descarada. — Eu prometo não fazer nada demais. Vou só te ajudar.

Ele me olhou com esses olhos que tenho quase certeza que tem visão raio x, que enxerga até a minha alma.

— Tudo bem. Só não faça nenhuma besteira.

O que eu tô fazendo da minha vida? Estou assinando minha sentença de morte ao permitir que Richard se infiltre na minha vida.