Meu doce demônio

capítulo 8 Confusão

Blair olha para Deryl, que não responde nada, apenas fica parado, olhando para o chão.

— Deryl... você está bem?

— Por que não estaria bem? Bem no dia do meu tão esperado casamento.

— Casamento?

— Sim! O que foi, queridinha Não leu o contrato?

Blair abaixa a cabeça, notando seu sarcasmo.

— Não... Eu não quero me casar!

— Então seu papai irá queimar no inferno com você assistindo.

Deryl diz isso enquanto seus olhos se transformam em vermelho.

— Não... — diz ela, chorando.

— Você achou que seria um mar de flores se casar com um demônio?

— Por alguns minutos, pensei que você fosse diferente... Mas você é um monstro!

— Eu não ligo para o que você acha! Eu só quero meus primogênitos, e para isso preciso de uma porcaria de útero humano.

Blair sente seu mundo desabar. Além de se casar com um estranho, ela terá que engravidar... Ela dará a vida a um monstro. Blair se levanta e tenta sair, mas suas pernas perdem a força e ela cai no chão. Blair não sente mais nada; ela se sentia já morta! Sua alma estava despedaçada.

Deryl se abaixa perto dela e diz:

— Qual o problema, neném Não gostou da notícia?

Blair não responde, apenas continua em choque.

— Esteja pronta para a noite!

Deryl sai pela porta do quarto, Mas ele nunca tinha feito isso antes, então ela se lembra de seu pai... Junta suas forças e começa a se arrastar. Sua visão está embaçada e tudo ao seu redor gira. Ela vai até a escada e ouve a voz de seu pai. Olha e tenta ver algo, mas não consegue. Então tenta se levantar e vai até a cozinha com o resto das forças que lhe restam. Chega lá e, antes que fale algo, seu pai estava sorrindo com Deryl... Ela fica confusa.

— Filha, por que você nunca me disse sobre seu amigo Deryl?

— O quê? — diz Blair, confusa.

— E por que ela não queria te preocupar, senhor!

— Filha, para! Você não é mais uma garotinha, não precisa me esconder as coisas. Mas você, senhor Deryl, é bom ter cuidado com minha menina.

— Pode deixar, senhor. Prometo cuidar muito bem de sua filha! — Ele a olha com um sorrisinho de lado.

— Eu não tô be...

Blair cai no chão e sua visão fica escura.

*Tempos se passam*

Blair acorda em uma cama, em um quarto todo branco, e Deryl estava sentado ao seu lado.

— Me desculpe, Blair. Eu peguei pesado com você, mas nunca me pergunte o que eu sou ou de onde eu vim!

— Tudo bem, era de se esperar. Afinal, você mesmo disse que meu mundo acabou porque eu fui vendida a um demônio.

— Blair... Por favor, eu não vou te tratar como qualquer um. Afinal, se você fosse qualquer um, já teria sido estuprada mil vezes, sua pele estaria toda marcada de fogo, seu pai já estaria morto e você teria comido o corpo dele!

Blair tenta segurar, mas acaba vomitando em um balde de lixo que havia lá.

— Meu Deus, Deryl, por que isso?

— Eu disse algo errado?

— Sim!

— Desculpe... Mas mudando de assunto, como você está?

— Estou melhor.

— Fico feliz por você.

— Você ficou aqui o tempo todo?

— Sim, algum problema?

Blair sorri e olha para Deryl com um olhar doce. Ele a olha e alisa seus cabelos.

— Foi você que deixou ele branco?

— E... foi sem querer... eu só achei que você gostaria de uma mágica.

— Eu adorei assim...

— Eu estava pensando, e que tal, em vez de um... casamento, eu poderia te convidar para um jantar?

— Eu adoraria!

O pai de Blair entra no quarto e para ao ver Deryl e Blair com um sorriso meigo.

— E... eu tô atrapalhando algo?

— Não, eu já estou de saída.

— Ok — diz o pai de Blair.

— Até as dez horas, minha deusa.

Ele sai, deixando apenas Blair e seu pai.

— Você está apaixonada, filha?

— Eu... não sei...

Blair sentia mil sentimentos diferentes. Afinal, um demônio a comanda basicamente. Ela terá que ser mãe; uma hora Deryl quer matá-la, e outra hora quer amá-la. Ela não sabia o que pensar ou sentir... Estava tão perdida e sozinha, sem ninguém para desabafar. Não queria preocupar seu pai, então não dizia nada. Um sentimento de solidão e angústia pairava sobre Blair.

*Tempos depois*

Blair já estava em casa, procurando uma roupa para esse tal jantar... Mas sentia tanto desgosto de si mesma por não ser normal; isso era horrível. Ela vestiu um vestido branco e longo que deixava seu corpo perfeito. Seu cabelo estava preso com um laço rosa, em sua boca um batom cor cereja, e em seus pés, delicadas sandálias de borboletas, uma verdadeira princesa!

— Você está linda — Deryl diz, sentado em sua janela.

— Meu Deus, Deryl, por que faz isso?

— Desculpa... você está linda.

Os olhos de Deryl brilhavam como o fogo do inferno; ele sentia que Blair era seu bem mais precioso de toda a eternidade.

— Para onde vamos?

— Para o melhor lugar desse mundo.