R O M E O
Os treinos depois de um final de semana de vitória eram mais amenos em termos de atividade física e humor. Todo mundo ficava mais relaxado enquanto estávamos ganhando, mas não menos focado. Até mesmo o calor havia diminuído, um prêmio muito bem-vindo.
Ganhar o primeiro jogo também havia aliviado um pouco da pressão em meu peito, firmado meus pés no chão novamente e me lembrado exatamente como era estar aqui, como era estar naquele campo e porque eu fazia isso.
— Ei, você foi bem hoje. — Asher deu um tapinha nas minhas costas enquanto voltávamos para o vestiário — Mas acho que você já sabia disso, não é?
— Eu nunca impediria você de dizer. — respondi petulante, dando-lhe um sorriso. Asher balançou a cabeça, mas havia uma expressão tranquila em seu rosto diante do meu bom humor. Mamãe ursa, como sempre.
Um dos novatos parou Asher para perguntar algo e eu os deixei conversando, seguindo para uma ducha rápida em meio ao ambiente habitual do vestiário. Havia conversas e piadas, alguém reclamando das coisas que outro havia deixado jogadas e claro, planos sobre como derrotaríamos nosso próximo adversário.
— Então, temos certeza que nós vamos hospedar a noite do pôquer? — James me perguntou de canto quando cheguei ao meu armário para me trocar. Ele tinha ressalvas sobre ser anfitrião desde que alguém havia fuçado nossa cozinha uma vez e se atrevido a mexer em um de seus vinhos colecionáveis, uma garrafa que devia ter custado uma pequena fortuna.
— Você quer virar para eles e desmarcar? — ergui uma sobrancelha em desafio. A noite do pôquer era provavelmente a coisa mais inofensiva de todos os eventos do time e também uma tradição.
— Eu juro, se alguém tocar em algo que não devia esse ano, portas fechadas para sempre. — ele avisou.
— Nós vamos proteger suas relíquias, majestade. — revirei os olhos para ele.
— Ei, Whitmore, nós vimos sua garota outro dia! A dos cachinhos dourados! — Kevin Scott contou, chamando minha atenção e me fazendo congelar, sem resposta a princípio. A maioria dos caras que estava aqui no meu primeiro ano haviam conhecido Julie, tanto porque ela havia sido minha namorada quanto porque ela era amiga de Asher e Camille. Ela sempre estava por perto e sempre nos jogos, não era surpresa que ela havia se tornado um rosto conhecido do Tide.
Eu também conseguia entender a curiosidade brilhando nos olhos de Kevin, porque nenhum deles sabia porque subitamente eu estava sozinho e Julie havia desaparecido, e Deus sabe que eles haviam me atormentado por dias tentando descobrir. Ninguém além dos meus amigos próximos sabia da verdade. Ninguém mais sabia que eu ainda a amava.
Então, enquanto ouvir "sua garota" havia feito meu coração pular, eu sabia que aquilo era uma enorme provocação. Kevin queria uma reação minha e talvez fofoca, mas eu certamente não estava compartilhando isso com ninguém mais. Diante da minha reação rasa, ele continuou:
— Seu menino Jamie estava lá e a levou embora. Um golpe baixo, se você me perguntar.
— Cuidado com a boca. — eu ouvi James advertir. Eu não olhei para ele imediatamente, mas sabia que ele não estava irritado por conta da insinuação, pelo menos não por si mesmo. Mas ele tinha muita consideração por mim e era muito cavalheiro para deixar alguém correr a boca sobre qualquer menina.
— Kevin, nada disso é da sua conta. — Asher disse, fechando a porta de seu armário. Eu não notei em que momento ele havia aparecido, mas ele estava atento ao que rolava no vestiário, como sempre. Não havia nada de agressivo em sua postura ou tom, mas você simplesmente conseguia captar o aviso em suas palavras, sutil e controlado. Era trabalho dele manter as coisas pacíficas dentro e fora do vestiário, ou seja, impedir que todos nós fôssemos idiotas uns com os outros e qualquer senso de "time" fosse para o ralo.
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Where We Unravel
RomanceWest Valley | Livro 2 "A vida de um menino de ouro como ele deve ser perfeita". É o que todo mundo pensa. Embora estivesse longe de ser verdade, era o que Romeo Whitmore estava determinado a conquistar quando entrou na Universidade do Alabama aos 18...