Where We Unravel

2. Lost Heart

R O M E O

A maioria dos meus colegas odiava as viagens de ônibus. Quanto mais tempo na estrada, pior. Eles, entretanto, eram bons em matar esse tempo. Algumas fileiras atrás de mim, Hudson, Tate e Copper estavam animadamente falando sobre a festa que estariam dando naquela noite, festa essa que eles haviam planejado nas últimas três horas, fazendo pedidos por aplicativo e convites via redes sociais. Sem dúvida alguma, a Tide House estaria lotada naquela noite. Era assim que havia sido batizada a casa onde moravam mais jogadores de futebol juntos, atualmente oito para ser exato, e o lugar era basicamente uma fraternidade fora do campus, não estando vinculado às normas da universidade. Era a verdadeira receita para o caos.

Outrora, eu estaria ali, tão animado quanto eles, a alma da festa. Sempre disposto, sempre presente.

Agora, eu estava ponderando se aumentava ou não o volume dos meus fones para abafar a conversa. Eu havia me tornado um dos mais quietos, que se sentava em silêncio e dormia ou ficava simplesmente olhando pela janela, aproveitando os momentos de quietude em que eu não precisava pensar ou fazer nada. Eu não estava mais animando o time, rindo e pronto para topar qualquer coisa.

Os caras estavam começando a captar essa mudança depois de eu ter recusado três convites para farrear e certamente ficariam confusos com essa mudança, afinal poucos realmente sabiam dos motivos e era assim que eu planejava manter por enquanto. Eu não queria mentir para os meus companheiros de equipe também sabia que minhas desculpas provavelmente ficariam gastas rápido. O ano anterior havia sido caótico e confuso, mas agora que eu realmente estava me empenhando para mudar, era diferente. E eu ainda não me sentia pronto para sair fazendo anúncios.

— Ei. — James, sentado ao meu lado, me chamou. Seus olhos estavam escaneando minha expressão, tentando entender se eu estava chateado ou só inquieto — Tranquilo?

Eu assenti. Algumas vezes, eu queria brigar com ele porque sua preocupação podia ser exagerada, mas eu nunca conseguia fazer isso, não com James, carinhosamente apelidado de "Jamie", que era meu melhor amigo desde a pré-escola e que eu amava como um irmão. Não, porque eu sabia que ele havia me visto no meu pior e não queria que eu voltasse para lá. Eu não podia culpá-lo por se preocupar, mesmo quando era irritante.

— Vai na festa? — perguntei, invertendo o jogo. James sorriu brilhantemente, como o maldito golden retriever carismático que ele era.

— Nope, você está preso comigo a noite toda, Whitmore. — disse com alegria.

— Vocês já estão se declarando aí? — Rush perguntou, sentado atrás de nós — Esperem a gente chegar em casa para começarem as baixarias, tem olhos impressionáveis aqui.

Harvey "Rush" Adams era nosso palhaço de estimação. Embora James fosse todo alegria e raios de sol, ele era legal, educado exatamente como alguém que havia estudado no nosso colégio interno e vinha de uma família refinada deveria ser. O futebol americano era a coisa menos requintada sobre ele. Por outro lado, Rush, era alegria e besteiras, o dia todo todos os dias. Você nunca sabia o que ia sair da boca dele, mas eu havia aprendido a esperar sempre o maior absurdo.

— Se você quer se juntar só precisa pedir. — James disse para ele, ainda em seu tom alegre.

— Você não faz meu tipo, Followhill. — Rush disse para ele.

— Todo mundo faz seu tipo. — Griffin, ao lado dele, contrariou. Seu passatempo preferido era retrucar as besteiras que Rush dizia.

— Com licença, eu tenho padrões. — Rush disse com indignação.

— Veja só o que você começou. — acusei James enquanto nossos dois amigos ainda discutiam ao fundo. James deu de ombros, sorrindo, mas se virou em seu banco para apartar a situação, como um bom cavalheiro faria. Era o papel que ele assumia nas raras ocasiões em que Asher, o último integrante do nosso grupo, não estava por perto para fazê-lo: o de mãe.