O caminho do mundo humano para o mundo espiritual não é algo fácil de encontrar. Quando você usa da mais pura devoção ao um ser divino e que denota candura, as estradas que você necessita de tomar para alcançar seus objetivos se tornam mais aclarados que um lago diáfano, não sendo exclusivo à espiritualidade. O êxito de todas as coisas aparecem diante de você e isso é tudo responsável por sua fé. Não foi sorte, não foi coincidência. Foi a crença genuína que você depositou na Profetisa para o guiar.
Isso é o que Astrid fielmente acredita.
Sua vida, desde dos seus 15 anos de idade, foi dedicada à sua Profetisa. Um presente divino recebeu do ser humano mais terso do conhecimento de Astrid e foi essa base que a garota usou para traçar o que queria de sua vida. A partir de então, jurou a si mesma que faria de tudo e o impossível para obter uma alma pura e parecida ao máximo com o de sua guia, mesmo depois de sua morte. Ela sabia muito bem que nunca poderia alcançar a perfeição das ações que a mártir tomou em sua vida, mas não era algo que a impediria.
E aqui ela estava. Fugindo com um desertor da fé. Mais precisamente, seu irmão mais novo. Sua família.
Astrid tinha falhado aquele dia. Falhado tão feio e tão miseravelmente que parecia inacreditável. Sua Profetisa, sua mãe, seu pai... Todos esses e até a si mesmo haviam sido profundamente decepcionados.
Isso não estava nos seus planos.
Astrid merecia uma punição. Sentia que deveria ajoelhar-se no milho e em suas mãos, teria a posse de um chicote. Um sofrimento adequada a sua pele seria feita e a dor a levaria para próxima do perdão de sua Profetisa. Ou algo pior. Algo bem pior para si. Isso não era o suficiente, básico demais. E logo depois, faria o que era pra ter sido feito com Ellie e talvez um pouco diferente dessa vez.
Hoje era pra ter feito sua alma se encontrar com a santificação. Mas deveria ter lembrado que, nos tempos em que estava no FEDRA, a ruiva não atraia nada além de problemas e mais problemas.
Ellie Williams tinha algum tipo de dom. Algum poder, talvez. Algo que a fazia sempre ser capaz de escapar das situações indesejadas que a mulher sempre acabava se encontrando. Isso deixava a asiática verdadeiramente encabulada.
A desgraçada havia tornado sua vida a mais infortunada que era possível. O sentimento de culpa perdurou por mais de 4 anos e nunca soube resolver como se sentiu naquela noite, naquela específica noite onde tudo aconteceu.
Todos seus pecados tinha nome e sobrenome. Será que Williams sabia que efeito tinha sobre a morena?
Tentou não mencionar o nome dessa mesma mulher por muito tempo. E mesmo assim, ela continuou morando em cada canto de sua cabeça, protagonizando seus principais pensamentos. Protagonizando as motivações para cada ação que tinha.
Ellie Williams a traçou um caminho diretamente para o inferno. Ela era uma mulher nefasta e se arrependia amargamente de não ter percebido tal coisa antes.
— Por aqui! — Astrid ordenou, tendo a preocupação transbordando em seu tom de voz. Estava aflita.
Escutaram um tiro. Não foi certeiro pois corriam em zigue-zague. Foi o suficiente para que o medo e a adrenalina fosse o único sentimento responsável para guiá-los.
Eles ainda estavam no começo do possível fim daquela floresta, avistando nada além de árvores mais velhas do que qualquer um que estivesse vivo após o apocalipse. Estava escuro. A folhagem não os permitiam de enxergar muita coisa além do evidente desespero que tinha diante deles. A única iluminação estava atrás, em tochas flamejantes que os serafitas tinham em posse.
Mais um assovio. E passos. E flechas. E...
A ventania que deixava um aviso prévio do inverno era cruel, mas mesmo quando seus pelos se enrijeciam, o temor fazia seu coração pulsar e deixava suas orelhas quentes. Os seus pés suplicavam por uma pausa naquela fuga e suas pernas estavam quase a ceder. Porém, Astrid e Lev não estavam em condições de escolher uma opção melhor numa situação como aquelas.
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DELIGHTFUL DISHONOR, ellie williams.
RomanceEm seu braço, um infectado fez questão de deixar seus dentes cravados e um sangue vermelho escapando dessas marcas profundas. Astrid, a menina que um dia foi amor de sua infância, a deixou para se transformar numa besta. Ellie Williams esperava não...