Presa comigo.

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Sn Millicents

Depois daquilo tudo, eu fiquei mais um tempo na praia, pelo menos até pegar minha marquinha.
Depois, resolvi passar na sorveteria, ao chegar lá, pedi um açaí e fiquei esperando.

Quando ficou pronto, eu o peguei e fui saindo do estabelecimento, até bater de frente com alguém, derrubando todo o açaí em mim.

— Que merda ein! Você não olha por onde anda não? — Perguntei, com raiva.

— Desculpa. Eu compro outro. Do jeitinho que você sempre gostou, com leite ninho e morangos. — Ah não. De novo não.

Levantei meu olhar, para encara-lo, só para ter certeza do que estava acontecendo.
Jaden, não, de novo não.

— Tudo bem, não precisa pagar, eu nem queria mesmo. — Respondi, tentando limpar meu corpo.

— Até parece. Tem um banheiro logo ali, vai se limpar que eu pego outro pra você enquanto isso. — Ele falou, indo até a sorveteria.

E eu, fui ao banheiro.
Enquanto me limpava, o vi entrar.

— Precisa de ajuda? — Perguntou ele.

— Ah não, tudo bem.

— Tá..eu já fiz o pedido, vou esperar lá fora. — Apenas concordei e continuei me limpando.

Ele foi indo em direção a porta e tentou abri-lá, várias vezes.

— Tudo bem aí? — Perguntei, quando percebi a demora dele para sair.

— Acho que a porta imperrou..

— Como? — Perguntei, não querendo acreditar.

— A porta imperrou, não tá abrindo de jeito nenhum. — Ele disse, forçando o trinco.

— Jaden, pelo amor de Deus, é um banheiro público, oque a gente vai fazer agora?

— Tudo bem, você tá com seu celular, pra ligar pra minha irmã? — Ele pediu e eu peguei o celular imediatamente do bolso.

Merda.
Merda.
Merda.
Sem bateria?
Tá de brincadeira né?

— É..zero bateria. Mas e o seu?

— Não trouxe. — Ele respondeu e se sentou no chão do banheiro.

— Você não vai gritar não? Sla, pedir ajuda?

— Tenta a sorte, se alguém tiver passando aqui na frente, é possível que escute.

Respirei fundo, tentando manter a calma, e bati algumas vezes na porta.
Tentei gritar, mas minha voz ecoava no próprio banheiro.
As janelas eram pequenas e muito altas, não dava para alcançar.
Finalmente, depois de alguns minutos, eu desisti. Me sentei um pouco longe dele e debrucei os braços sobre as pernas.

— Ótimo, agora tô toda suja, sem meu açaí, e presa no banheiro. — Reclamei, indignada.

— Presa comigo, pro seu azar.

— Prefiro você, do que ficar sozinha aqui. — Sussurrei baixinho, e sei que mesmo assim, ele ouviu, pois o sorrisinho que surgiu em seus lábios, o entregou.

Uma segunda chance para o primeiro amor Onde histórias criam vida. Descubra agora